sábado, dezembro 29, 2007

Nos veremos ANO QUE VEM

Bom amigos mais um ano se finda e blá...blá...blá... Tem novidades boas vindo por ai.....
FAÇA VOCÊ MESMO

Absado "O dono do Morro Dona Marta"


Acabei de ler o livro "Abusado" do caco barcelos um livro que retrata a quadrilha de Marcinho VP um traficante do Morro de Dona Marta morto em 03, um traficante que gostava de Che Guevara e dos Zapatistas.
Exelente livro estou disponibilizando aqui uma materia sobre a morte do VP e uma entrevista do Caco Barcelos na época que tudo aconteceu. Vale a pena tentar achar esse livro na net. se não encontrarem me digam que eu disponibizo aqui pra vcs.


copyright Folha de S. Paulo, 29/07/03

O Dia
"Sua vida virou um livro aberto", "Marcinho VP é morto na cadeia e a suspeita é de que tenha sido vingança por ter dado informações sobre facção em entrevistas

Condenado a 42 anos de prisão, o traficante Márcio Amaro de Oliveira, o Marcinho VP, 33 anos, foi encontrado morto por agentes penitenciários, dentro de uma lixeira, no presídio Bangu 3, onde cumpria a pena, no complexo penitenciário de Bangu, na tarde de ontem. O secretário de Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, suspeita que o crime esteja relacionado às informações que Marcinho VP forneceu em entrevistas para a publicação do livro Abusado, o Dono do Morro Dona Marta, do jornalista Caco Barcellos, lançado em maio. Marcinho VP foi um dos chefes do tráfico de drogas no Morro Dona Marta, em Botafogo, e era ligado à facção criminosa Comando Vermelho (CV).

‘A publicação do livro é um indício para justificar o crime. Marcinho falou demais e deu muitos detalhes sobre a organização criminosa’, avaliou Astério. No livro, a preocupação de Marcinho VP com os chefões do CV foi relatada em cartas. Numa delas, ele escreveu a Isaías Costa Rodrigues, Isaías do Borel, a quem ele chama de ‘presidente’, pedindo desculpas por ter cortado a comunicação com os chefões. O traficante Ronaldo Pinto Soares e Silva, conhecido como Ronaldo Tabajara, 35, é suspeito de estar envolvido no assassinato.

Marcinho VP foi morto por asfixia mecânica

Os agentes encontraram o corpo de Marcinho VP por volta das 16h. Segundo o secretário, ele foi assassinado entre 13h e 16h. Marcinho VP foi morto dentro da cela A-3, ocupada por outros 56 internos, e depois foi levado para a lixeira. A busca pelo traficante começou depois da chegada de seu advogado Ezequiel Costa. Sem vestígios de ter sofrido agressão, a polícia acredita que o traficante tenha sido morto por asfixia mecânica (sufocado ou estrangulado). De acordo com Astério, Marcinho VP não havia reclamado de estar sofrendo ameaças e nunca pediu ‘seguro’, ou seja, isolamento para impedir que sofresse atentados.

A Secretaria de Segurança determinou a abertura de sindicância para apurar as circunstâncias do crime. Outro procedimento também foi aberto pela Secretaria de Administração Penitenciária, que investigará se houve participação de agentes no assassinato. Mas, para o presidente do Conselho da Comunidade, Marcelo Freixo, responsável pela fiscalização do sistema penitenciário, a morte de Marcinho VP é reflexo da falta de infra-estrutura nos presídios. ‘É um total descaso do estado, pois há falta de agentes e de capacitação dos profissionais. Isso gera a freqüente violência nas unidades’, analisou Freixo. Só em Bangu 3 há 793 internos.

Marcinho terminaria sua pena dia 23 de abril de 2042. Ele foi condenado pela Justiça duas vezes. Uma por tráfico de drogas, a 17 anos de prisão, e outra por tráfico e associação para fins de tráfico, que acrescentou mais 25 anos a sua ficha criminal."

ENTREVISTA CAO BARCELOS


O ar sereno de Caco Barcellos oferece parcas pistas sobre a rotina de um dos maiores jornalistas investigativos do País. Gaúcho de 53 anos, o correspondente da Globo em Londres lança seu terceiro livro-reportagem, Abusado (Record, 534 págs, R$ 55). Após o polêmico Rota 66, em que expôs crimes da Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar, a polícia especial pau-lista, Caco narra a invasão do Comando Vermelho no morro Dona Marta, no Rio. O protagonista é o traficante Marcinho VP, que leva o codinome de Juliano VP. O livro virará filme. O produtor inglês Sam Sterling comprou os direitos da obra.



Por que falar do tráfico?
No Rio há uma concentração de pobres, alguns praticando crimes, nos morros. E as classes média e alta desconhecem a realidade dessas pessoas. Há um medo exagerado da figura do traficante.



Mas o Rio está refém deles.
Não estou acompanhando de perto, mas, nos poucos contatos que tenho com os traficantes, eles falam de violência no sistema penitenciário contra eles e também de execução. O secretário de Segurança Pública do Rio disse que já mataram mais de 100. A extrema violência como método de segurança é ineficaz, gera mais violência. Esses episódios só confirmam.



Rota 66 o ajudou neste livro?


Talvez. Criminosos diziam: “É o cara que denunciou a polícia, dá para confiar”. Quando a Rota me perseguia, recebi convite da Rocinha para ficar escondido lá. Diziam: “Aqui polícia não sobe, principalmente polícia de São Paulo”.



E o contato com os traficantes?
Fazia um programa sobre a cidadania na periferia e tive
acesso aos traficantes, pois tínhamos que pedir a autori-
zação para filmar. Quando viram que, se eu dizia que o programa falaria sobre uma escola de teatro no morro,
falava mesmo, ganhei confiança.



O tráfico quer lugar na mídia?
Sem dúvida. Mudei os nomes dos traficantes e alguns
não gostaram, queriam ver o nome publicado. O acesso
deles à mídia é tão restrito que eles não têm noção
das conseqüências.


Como fica a ética quando é preciso negociar com bandidos?
Sempre deixei claro que não acompanharia nenhuma
ação criminosa no presente ou teria acesso a algum plano. Falava: “Me conte o que aconteceu ontem”. Se soubesse
que eles iam matar alguém, faria tudo para evitar. Que se
dane o repórter, é legítimo na minha profissão interferir
nos fatos para que eles não aconteçam, mesmo que não

se tenha a notícia. Era difícil para eles entenderem. Eles querem mostrar que confiam em você.



Foi um modo de se proteger?
É uma proteção técnica. Mas nunca vieram dizer que estavam desconfiando de mim na produção do livro. Coisas mais freqüentes no morro são fofoca e romance.



Romances do morro acabam mal?
Geralmente traficantes têm 20 namoradas. Se você se
envolve com uma das 20, a história pode acabar mal. Com exceção do Juliano (Marcinho VP). Ele é traído, acha graça. Uma das namoradas o traiu com um policial que o perseguia
e a irmã dele só namora com inimigos dele. Há benefícios em ser mulher de traficante. O mais básico é que você nunca vai subir o morro com as sacolas de compras. Depois que elas ganham isso, não querem perder.


Como é a relação dos traficantes com a comunidade?
Tem fila de espera para trabalhar com eles. Dá para perceber que as pessoas não têm por que defender o Estado. As melhorias são obras da igreja, dos mutirões ou dos traficantes. Às vezes o menino que a dona do bar vê roubando não é um bandido para ela, é o filho da Maria que ela viu crescer.



Como é a rotina dos traficantes?
Tem que ser um careta, que aceita a vida de ficar num esconderijo fixo. O traficante é um comerciante, só que ilegal. É parecido com dono de botequim dos morros, que acho pior do que os traficantes para a comunidade. Eles vendem uma droga pior. A cachaça é pior que a maconha e talvez pior
que a cocaína. Causa violência doméstica, no trânsito e homicídios. Pesquisas mostram que 80% de vítimas e de autores de crimes tinham álcool no sangue. Assim, o dono
de botequim causa um dano maior.



É uma postura polêmica.
Vão dizer que sou um maluco. Não me incomodo. Há hipocrisia na análise da violência no Brasil. É uma sacanagem ficar escandalizado quando o moleque está armado com uma AK-47 e não com o salário que fez com que ele tivesse aquela vida. Pegue o filho de quem nasce no morro, é injustiça a cada segundo da vida dele.



Acha que seu livro pode contribuir para glamourizar o crime?
Sei que há esse risco. Tive uma preocupação de não tentar não cair nessa armadilha, mas qualquer instrumento de comunicação tem esse poder. Uma bronca minha em relação ao jornalismo é que a gente vira as costas a um segmento
que é a maioria da população, 70% de pobres. Você não pode se recusar a retratá-los só porque se arrisca a chamar esse povo de herói. Essa história tem que ser contada também.
Em geral quem faz esse tipo de acusação é o pessoal que
só quer retratar o universo dos Jardins ou da zona sul do Rio, são os jornalistas que não cruzam o túnel Rebouças, por-
que a pobreza é feia. Posso ser acusado de glamourizar esse mundo, assumo a crítica, mas vou tentar mostrar a realida-
de da maioria, com o cuidado que se deve ter. Seria um criminoso se achasse que eles têm que arrancar os olhos
das pessoas, mas longe disso.



Traficantes atraem a simpatia de alguns intelectuais?
Acontece pouco e com poucas figuras. No meu caso é por dever de ofício. Não gosto de fazer caridade. Um país justo não precisa ser solidário. Dizem que é maravilhoso ser soli-
dário, dar pãozinho, aula de música, mas salário ninguém dá. Fala-se que tem que ocupar os jovens. Que ocupação?
Todos querem deixar o morro. Nenhum trocaria um salário
de R$ 1.500 pelo risco da criminalidade.



Muita gente não vira bandido.
É por preservação. O menino tem que decidir se vai trabalhar ou vai para o tráfico. Ele vê o pai, que trabalha há 45 anos para ter aquela vida. O vizinho que trabalhava para o tráfico tinha tênis importado, mas morreu. Não é fácil optar pelo crime. A maioria deixaria o crime por salário digno.



Por que pensou em desistir do livro no episódio do João Moreira Salles (o cineasta depôs por ter ligações com Marcinho VP)?
Ele falou para a polícia do livro. Isso perturbou o processo. A polícia não me ameaçou, mas bastava me seguir e prender todo mundo. E a minha função não era a de punir as pessoas. Se quisesse, era só apontar. Mas o que ia acrescentar? Mais um bandido na cadeia com outros 500



Como é Marcinho VP?
Um cara inteligente. Se destacaria se tivesse tido a trajetória de um jovem de classe média. É inquieto, curioso, tende ao exagero. Tem aspirações políticas pouco claras, mas, se fizesse parte da sociedade organizada, poderia ter uma trajetória assim. Tem esperança de ser porta-voz do Co-
mando Vermelho, o que considero utópico.



Você era amigo de Tim Lopes. Cobriam a mesma área, mas você fez um caminho diferente.
No caminho do Tim, você é mais esperto que eles, escondem a câmera e registra crimes. No meu, sabiam da minha presença, e eu não queria ver crimes. Não chego à verdade absoluta como o Tim chegava.



O risco dele foi maior que o seu?
Sem dúvida. Ele denunciou crimes numa favela e voltou lá. No dia, foram mais espertos. Criminosos se impõem pela força porque são desorganizados, embora chamem de crime organizado. Um é chefe, pois matou cinco, e o outro, para
ser, precisa matar sete.



Após o Rota 66 sofreu ameaças?
No primeiro ano, foi complicado. Depois, houve perseguição
na Justiça. Foram cinco processos e há dois correndo. No livro, os personagens principais são os oficiais da PM que mataram mais de 20 cada. Mas foram os mais secundários, que não mataram tanto, de seis a oito pessoas, que me processaram. Ganhei as ações. Acredito em perseguição porque eles só perdem, mas continuam fazendo porque me prejudicam.
Todas as minhas economias vão para aí.



Mas houve ameaças?
Não posso dizer que sim, apenas um ou outro
me vê na rua e faz piadinha.



Neste atual trabalho teve medo?
Só tive problemas na Argentina. Fui falar com o Juliano quando ele estava clandestinamente no país. Estava revoltado pois tinha perdido o morro. Dizia que queria estar perto da pobreza. Na hora, a tevê exibia o jogo do Boca Juniors e Independiente ao vivo. Eu disse: “O povo está ali”. Compramos ingresso. Chegou um cara por trás de mim com um punhal e gritou: “La plata!”. Não conseguia tirar o dinheiro e começaram a me bater. O Juliano veio correndo dando paulada. Me furaram a perna com o punhal, tentaram apunhalar minha barriga. Juliano se revoltou: “Como a polícia vê e não faz nada, tem que matar esses caras”. Eu falei: “Ah, é assim?”. Ele disse que nunca tinha se visto do outro lado.



Como pessoas próximas a você lidam com esse risco?
Cuido bem da minha segurança. O risco real não é tão grande como parece para quem está de fora.



Saiu do País por ameaças?
Não, de modo algum. Queria estudar, e Londres oferece possibilidades. Quis também me afastar um pouco, estava sendo muito solicitado e não consigo dizer não. PMs me ligavam para denunciar tenentes, mães que perdiam os
filhos pela violência. É maravilhoso porque resulta do tra-
balho. Mas queria um pouco de paz.



Você se mudou com sua família?
Prefiro não falar da vida pessoal.



Como foi sua infância?
Cresci na periferia de Porto Alegre. Cursei escola pública
e tive influência dos católicos progressistas. Isso me
ajudou a entender minha realidade.



Quando decidiu ser jornalista?
Desde menino. Saía do meu bairro à noite, ia ver como moravam os ricos e escrevia. Depois fiz faculdade de Matemática e trabalhava como taxista para ajudar a família. Comecei a fazer o jornal do centro acadêmico, com uns hippies. Virei hippie também


09/06/2003


http://www.terra.com.br/istoegente/201/entrevista/index.htm

Agenda do Zine Oficial 2008

Superando as dificuldades pelo coletivo

O projeto de uma agenda reunindo bandas do DF e Entorno vem desde 2006 e é uma idéia genial do Fellipe CDC. No final do ano passado essa empreitada não ganhou muito respaldo de nossa parte, por causa dos custos altos e pelo fato de que reunir diversas bandas para dividir as despesas sempre é um trabalho árduo.

Insistente, CDC voltou a tocar no assunto diversas vezes no decorrer de 2007. Em um projeto preliminar, foi confeccionada a "boneca" de uma agenda toda estilosa com uma página para cada dia do ano. Seriam impressas 1000 agendas de uma só vez, sem identificação. Posteriormente, as bandas interessadas poderiam adquirir um certo número de exempalres, os quais seriam personalizados com release de cada grupo. As agendas não adquiridas pelas bandas não seriam perdidas, uma vez que o projeto gráfico previa o reaproveitamente do material para uma posterior reedição, provavelmente personalizada como brinde para clientes não necessariamente ligados ao rock.

Tanto pelo custo alto, quanto pelo caráter individualista desse projeto gráfico, CDC reprovou a primeira versão da agenda. Seu raciocínio era o seguinte: se uma banda adquirisse 30 exemplares para personalizar, ela iria divulgar seu trabalho para 30 pessoas no máximo. Se a agenda fosse coletiva e 36 bandas participassem, seriam no mínimo 1.080 exemplares para divulgar o trabalho de todas as bandas participantes.

Assimilada a idéia da coletividade, outro projeto foi elaborado e o próprio CDC passou a enviar e-mails para seus contatos para conseguir as adesões necessárias, fazendo o papel de coordenador geral. Em menos de duas semanas, as vagas esgotaram-se. O que parecia ser o fim de um trabalho fácil, mostrou-se apenas o começo de uma árdua jornada. Foi preciso esperar que cada banda superasse suas dificuldades internas (tempo, grana e coordenação na área de divulgação) para receber de cada uma o material necessário para editoração final. Tivemos, inclusive que substituir 4 participantes inicialmente confirmadas. Tudo numa boa, preservando sempre os interesses da maioria e deixando abertas as portas para futuros projetos.

À Todas as bandas que estão participando da edição final da agenda, às que não puderam continuar até o fim por um motivo ou por outro, e às que manifestaram a intenção de estarem juntas nessa empreitada, nosso apoio sempre, seja no Zine Oficial impresso ou neste site. Sabemos que muitas bandas batalham juntas e que a realização de uma é compartilhada com alegria por outras. Que a união entre todas possa ser cada vez mais sincera e mais ampla.

Esse é o teor do trabalho que vocês terão em mãos em breve. Essa iniciativa prova que é possível criar uma nova mentalidade para a produção underground daqui para frente. A Agenda 2008 do Zine Oficial vai estar 365 dias em 2008 lembrando a pelo menos 1500 pessoas (tiragem final prevista) que é preciso apoiar todos aqueles que trabalham sério para manter a cena viva no DF e Entorno (músicos, produtores e empresários ligados a esse nosso universo). Cabe especialmente ao público valorizar o esforço. Prestigie sua banda preferida: vá aos shows, contrate serviços e adquira produtos dando preferência a quem apóia o underground.

Tomaz

Aproveitando o zine oficial esta de cara nova.

terça-feira, dezembro 25, 2007

Entrevista Vulcano

OBS: Estava lendo uma materia na Revista Roadie Crew sobre alguns albuns lançados em 1987 por achar bem interessantes resolvi publicar aqui também. Pra começar VULCANO e seu album Antropophagy um CRASSICO do metal nacional, na verdade a maioria dos albuns lançados naquele anos se tornaram clássicos..........Divirtam se.



VULCANO - ANTHROPOPHAGY

Por Ricardo Batalha

Riffs de guitarra rápidos e marcantes. Baixo pulsando no limite. Bateria repleta de 'blast beats', com linhas executadas sem dó com fêmures e tíbias como baquetas (literalmente). O microfone não era só uma extensão da voz, mas aquele instrumento feito também de osso de onde saia a voz gutural de Angel. Assim seguia o Vulcano, que vivia um grande momento, colhendo os frutos dos álbuns Live! (1985) e Bloody Vengeance (1986). Confira a seguir a entrevista na íntegra com Zhema Rodero, Arthur Rodrigues e Angel, que falam sobre a situação do Vulcano à época do álbum Anthropophagy (1987).

Como estava o Vulcano após as mudanças de formação na época do Anthropophagy? Zhema Rodero foi para a guitarra, Fernando Levine assumiu o baixo e Arthur Rodrigues a bateria...
Arthur Rodrigues: O Vulcano no auge de sua carreira. Vinha de dois álbuns acertados: Live!, o primeiro petardo ao vivo do Brasil, e Bloody Vengeance, o divisor de águas do Black Metal. Então, o Zhema e o Angel estavam confiantes em trocar praticamente a banda toda. Não porque queriam, mas porque Zé Flávio já havia saído para formar o Ritual, depois Psychic; e o Soto Jr. e Laudir Piloni saíram até hoje não se sabe exatamente por que. Eu e o Levine já entramos para compor as novas músicas e foi aí que nos deparamos com um 'jeito de compor' totalmente diferente, ou seja, o estilo próprio do Vulcano. Lembro-me que nos preocupávamos muito em não parecer com outras bandas e não ter mapas de músicas iguais. Era o estilo do Vulcano e respeitamos isso. Foi época também em que o Zhema foi para a guitarra, então praticamente estávamos começando uma nova banda naquele momento.

Conte como se deu a produção do álbum Anthropophagy. Por que você quis comandar os trabalhos no estúdio Guidon ao lado do Edy Bianchi?
Zhema: Foi uma decisão errada para a época. Na verdade eu deveria ter deixado por conta do Edy ou mesmo ter aceitado a proposta de Johnny Hansen de assumir a produção do álbum. Eu estava com uma concepção na cabeça em conseguir um álbum pesado e rápido ao mesmo tempo acreditando que dobras de guitarra fariam a parte pesada e a bateria faria a parte rápida. Engano meu. Quase acabei com a produção! Por exemplo, insisti em um timbre de caixa que só agora, anos depois, eu sei que nunca conseguiria, pois o que eu procurava necessitava de muita pressão da baqueta e no centro da caixa. Como conseguir isso com aquela velocidade?!... Impossível!

Arthur: Para mim foi um momento de maior importância na minha vida. Não era fácil gravar um LP naquela época e eu estava fazendo isso com 18 anos de idade. Lembro que dormimos no estúdio, pois não tínhamos grana para hotel, e eu dormi ali ao lado da bateria. Para mim aquilo foi o máximo!

Qual a sua análise a respeito do resultado final?
Zhema: Ficou longe daquilo que eu esperava como resultado. A gravação ficou um tanto prejudicada pelo excesso de guitarras e reverberação, fazendo com que a base da música embolasse e a voz fosse levada para trás. O Anthropophagy foi gravado no feriado de 7 de setembro de 1887. Em três dias, sábado, domingo e na segunda o álbum já estava pronto. Mas o fator agravante mesmo foi o corte. Para você passar uma gravação de uma fita magnética para a bolacha de vinil tem um processo intermediário chamado corte que é de extrema importância, tanto que só era feito por profissionais de corte e era caríssimo. Foi aí que não foi bem feito. Perdeu muito.

Arthur: Com relação as composições, eu creio que ficou da maneira pensamos, rápidas, mapas diferenciados, 'blast beats', coisa que o Laudir Piloni criou, e a regravação de Fallen Angel, que viria a ser a primeira faixa do Live! em versão de estúdio.

Como foi a receptividade do disco?
Zhema: Aquele lançamento, no meu entender, chegou muito cedo à cena. Ele deveria ser lançado alguns anos mais tarde e com melhor produção. Ele não pertencia ao final dos anos 80. A maioria não entendeu muito bem aquela sonoridade.

Arthur: Pois é, mas muito reconhecido atualmente após o lançamento em versão CD pela I Hate Records da Suécia. Ele deram um tratamento acústico excelente e recuperaram a qualidade perdida. Atualmente é um item 'sold out' e com ótimas resenhas pela mídia no exterior.

Como foram os shows de promoção e divulgação do Anthropophagy? Lembro de ter visto de perto vários, incluindo o festival no Circo Marinho "South American Death Fest" com a Dorsal, Krânio Metálico e Massacre (CHI) e o show no Teatro Mambembe...
Zhema: Foi um período de grandes shows! Fizemos vários durante aquele final de ano e início de 1988. Estivemos nas principais capitais do sudeste e pela primeira vez fomos ao nordeste e estivemos também no Chile. Era um período ainda complicado com relação a bons equipamentos de palco e P.A. Os shows eram ainda precários, porém o público era de primeira.

Vocês consideram o Vulcano uma banda de vanguarda, pois já fazia um som extremo e com 'blast beats' muito antes do Krisiun, por exemplo, estourar?
Zhema: Sim. Nós tivemos várias atitudes de pioneirismo e vanguarda. Fizemos um single totalmente independente utilizando o estúdio da Top Tape; gravamos o primeiro álbum ao vivo; utilizávamos fêmures e tíbias como baquetas; produzimos o Bloody Vengeance, um álbum totalmente diferente do que se fazia na época - e com uma capa mostrando o interior de uma igreja em chamas -; fizemos o Anthropophagy, etc, etc...

Angel: Fazíamos, e ainda fazemos, um som muito espontâneo, mas revendo vídeos da época posso dizer que nos diferenciávamos das outras bandas, pela agressividade e rapidez, que na época não era comum.

Conte como estava a cena nacional há vinte anos? Conte um pouco para os nossos leitores e os fãs da nova geração que não viveram aquela época quais bandas vocês tinham ligação, quais casas de shows/bares/eventos havia naquela fase e como era a cena para vocês do Vulcano...
Angel: A grande diferença que percebemos é que agora existe uma preocupação maior nas pessoas que promovem shows, quanto a qualidade dos equipamentos. Fora isto, creio que continua tudo bem semelhante aos anos 80. O público é o melhor do mundo, tocamos nos mesmos lugares, ou seja, sedes campestres, ginásios e barzinhos; dificilmente tocamos em casas de shows...

Zhema: As bandas em 1987 estavam mais voltadas ao Thrash Metal e à qualidade das gravações. Então, havia muita influência de Metallica, Exodus, etc. Tocávamos sempre em grupos, Vulcano, Dorsal Atlântica e promovíamos nossos próprios, vamos chamar de, mini-festivais. Em Santos fizemos um festival histórico com Masscre, Dorsal Atlântica e Krânio Metálico. Nunca bandas undergrounds haviam conseguido trazer 1.100 pessoas em um único evento. O Batalha estava lá e pode confirmar isso! Depois desse evento abrimos um caminho para que todas as bandas viessem à Santos mostrar sua música.

Como foi a aceitação e a receptividade do relançamento do "Anthropophagy" em CD, que veio junto com a Demo "Devil On My Roof" de bônus?
Zhema: Muito boa. Começando pelo trabalho de remasterização do álbum feito pela I Hate Records até os indicadores de vendas. As músicas estão muito mais audíveis e a produção gráfica excelente, com 16 páginas contendo fotos inéditas, letras e ficha técnica. Tenho lido boas resenhas no exterior e as vendas foram muito boas. No Brasil não houve repercução nenhuma, mas lá fora ajudou muito na manutenção do Vulcano na cena. Quanto a Demo, ela foi gravada em 1984 em minha casa. Eu tinha um mesa EMC de 16 canais e improvisei um estúdio. Uma curiosidade é que ela nunca foi colocada à venda ou mesmo para divulgação. A única pessoa que recebeu uma cópia com release, capa, etc. foi o Luiz (Calanca) da Baratos Afins, mas ele nunca me respondeu.

Como está o Vulcano atualmente? Quais os planos da banda?
Zhema: Terminamos a composição das músicas que farão parte do próximo álbum. Serão 11 músicas inéditas e começaremos a gravá-las em dezembro. Muito provavelmente este novo álbum sairá em fevereiro. Antes disso, a Cogumelo estará lançando uma edição limitada do Bloody Vengeance, com uma concepção gráfica totalmente diferente e em formato dual-disc - de um lado o áudio do álbum e do outro um DVD do show de lançamento em Belo Horizonte, em agosto de 1986. Gravado em várias câmaras e totalmente reeditado. Em dezembro estaremos tocando em Santiago e Antofagasta no Chile. Para esse retorno ao Chile, a Proseliytism Records estará lançando o Tales from the Black Book em uma versão limitada e com uma arte gráfica totalmente diferente daquelas que estamos acostumados, além de estarmos negociando o licenciamento do Tales from... e do Bloody... na Europa na versão vinil.
..
"ANTHROPOPHAGY" COMENTADO FAIXA A FAIXA POR ZHEMA RODERO:

01 - RED DEATH: Curiosamente, apesar, de ser a primeira do disco, foi a última que fizemos. Ela tem uma boa letra inspirada em um conto de Edagar Allan Poe.

02- DEATH ANGEL'S ARMIES: É uma das que mais gusto, tanto dos riffs como da letra

03- BRAINWASH: O riff inicial dela nos deu um enorme trabalho no studio, pois o tempo não esta em um compasso 4x4. Se notarem bem tivemos que fazer uma vocalização diferente para essa música.

04- F.T.W. (FUCK THE WAR): Esta música possui um riff totalmente diferente de tudo que já tinha de ouvido até então. Ela possui uma parte “slow” que agrada muito na execução ao vivo.

05 - FALLEN ANGEL: Uma regravação do álbum ao vivo. As músicas do ao vivo nunca tiveram versão de estúdio, então eu comecei a colocá-las nos álbums a partir desse. Os solos são do Johnny Hansen, autor da música.

06- ANTHROPOPHAGY: A faixa-título. Sonhei que estava no topo da Serra do Mar com a banda, olhando para a baixada Santista. Só que não existia mais, pois havia tido um cataclismo nuclear. Era só poeira radioativa e antropofagia. Então fiz a música. Note que na caverna (na capa) estão desenhados o Laudir, Zé Flávio e Soto Jr

07 - ANYONE CAN KILL: A letra procurou retratar a visão do Arthur e Levine sobre server o exército. Afinal, eles estavam na idade de se alistar!

08 - STIRRING: A música possui ótimos riffs e fala sobre uma igualdade de estilos - Thrash, Death, Black, Punk... A letra em si tem muita dinâmica!

09 - (AM I CRAZY?): Uma criatividade do Arthur! Ele fêz aquilo lá mesmo no studio. Espontaneidade! Curiosidade: aquele timbre agudo de percursão que aparece no fundo da música foi feito em um vidrinho de Nescafé que estava dando mole na cozinha do estúdio!

10- MEGATHRASH: Ótimos riffs a partir do primeiro quarto da música.

11- UPRIGHT: Não é uma música que aprecio muito. Faltaram elementos mais interessantes, que fica por conta de apenas um riff na parte 'slow'.

Sites relacionados:
www.myspace.com/vulcanobrazil
http://www.vulcano.hpg.com.br/

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Laços eternos

Esse video .....bom deixa pra lá.

quarta-feira, dezembro 19, 2007

Hangar 18 Festival no Galpãozinho

O Estúdio Hangar 18 (Gama Leste) finalmente consegue realizar o esperado Hangar 18 Festival. O evento seria em novembro, mas devido à demora na reforma das instalações do estúdio, que será reinaugurado a partir da realização do Festival, os produtores decidiram alterar a data para o dia 22 de dezembro de 2007 e realizar os shows no Galpãozinho, próximo à rodoviária do Gama. Todas as vagas já foram preenchidas com as bandas Artigo 137, Black Bulldog, Caffeina, Faces do Caos, Mechanix, Nervo e Silent Razee. A sonorização ficará por conta do Macarrão, com o mesmo equipamento utilizado no Festival Rock Cerrado. Maiores informações com Davi pelo fone: 61 3556-0492.



DIA 22
LOCAL : GALPÃOZINHO (ao lado da Rodoviaria do Gama)

Show HARDCÔRO DE NATAL

As bandas INNOCENT KIDS, GALINHA PRETA, OS MALTRAPILHOS, SETE PELE, SECONDS OF NOISE, EJACULAÇÃO PRECOCE, GONORANTS, KANELA SEKA são o grande presente de natal que a galera do "0800" poderia ter nesse fim de ano, em pleno coração do Plano Piloto. Dia 22 de drezembro de 2007 as oito bandas estarão se apresentando gratuitamente a partir das 17 horas na praça em frente ao CONIC, no evento chamdo "HardCôro de Natal. Compareçam, curtam o show e pensem bem sobre o que falamos na abertura dessa página. Em 2008 vamos incentivar o trabalho da galera que batalha na cena underground comparecendo também aos shows pagos. Por enquanto, economize seus $Petrônios e meta a mão no bolso somente para anotar direitinho esse compromisso no centro da Capital Federal: 22 de dezembro, 17 horas, show "di grátis" no CONIC.

domingo, dezembro 16, 2007

Simbiose CD "Evolution" 2007

Essa resenha saiu na Revista portuguesa LOUD.

SIMBIOSE
«Evolution?»
[CD – Major Label Industries]

Apesar da já longa carreira destes históricos crusters nacionais, em «Evolution?» tudo dá a ideia de um novo começo. Não que a banda, sempre enérgica, necessitasse de um renascer, mas apresentando uma nova editora, uma nova formação e um álbum com uma apresentação luxuosa e cheio de surpresas, dá a sensação de que os Simbiose são novamente jovens famintos. E se dá a sensação, é porque são mesmo. Há em «Evolution?», mais do que qualquer mérito musical que já vamos discutir a seguir, uma convicção e uma verdade férreas – nota-se que estas letras não são fruto de uma qualquer politização “só-para-parecer-bem-no-disco”, há aqui ideais que precisam de ser disparados desta forma concisa e brutal. O que se reflecte na música. Antes de mais, de assinalar as aparições de dois ilustres convidados, Dean Jones [dos britânicos Extreme Noise Terror] e João Gordo [dos brasileiros R.D.P], sendo que este último escreveu mesmo a letra de «Ideia Deliróide». São como que dois marcos de credibilidade que ajudam a validar tudo o que de bom se passa à volta, no resto do disco, e há muito de bom a passar-se – sabendo evoluir, dentro de um género no qual isso não é fácil, os Simbiose fogem à monotonia inevitável do punk/crust empregando doses cavalares de thrash, mas thrash metal a sério, daquele dos anos 80 de que quase ninguém se lembra, ou lembra-se by proxy a ouvir Municipal Waste. Com isto, e com um som basicamente perfeito para este tipo de música, sujo o suficiente para não estragar os riffs, conseguem um álbum variado, nunca aborrecido, nunca estagnado, que mantém apesar disso a intensidade bem em cima. Sempre a rasgar, com duas vozes muito complementares, é um registo que tem um potencial universal – desde os punks até aos amantes de grindcore até ao deathster mais empedernido, passando, claro, pelos thrashers, ninguém tem razões para não gostar disto. Poderoso, genuíno e obviamente recomendado. [8] J.C.S.

Entrevista SIMBIOSE (Port)

O primeiro show de 2008 será aberto com chave de ouro nada mais do que o Colera pra começar o ano de muitos shows. E pra ambrilhantar este evento o SIMBIOSE banda portuguesa da melhor qualidade estará apresentando seu Crust/Metal pela primeira vez em Brasilia e vale lembrar que a tourne deles terá inicio aqui em Brasilia, pra quem não conhece esta ai uma entrevista com os caras divirtam se.

Osubzine:Saudações Jonhie. Pra começar voce poderia nos apresentar o SIMBIOSE?
Jonhie : simbiose é uma banda de lisboa,portugal,q teve inicio em 1991,que toca crust/metal
hoje em dia e depois de alguma mudança de formação a banda são HUGO - vocalsJOAO- vocals, PAULO- guitar, NUNO- guitar, BIFES- bass, LUIS- drums

Osubzine:quais as expectativas da banda em relação a sua primeira passagem por terras brasileiras?
Olha cara... Nossas expectativas são muito boas, pois faz anos que nos correspondemos com galera do Brasil e sempre ouve uma boa aceitação e mt vontade de nos levar ai!
por isso acho que vai ser do caralho! Nesse momento recebemos mts e-mails de galera do Brasil ansiosa por chegar o show

Osubzine: O primeiro show será com uma das mais conceituadas bandas de punk Rock do Brasil uma banda q influenciou uma geração aqui no Brasil. Será a primeira prova de fogo do Simbiose no Brasil. Vocês conhecem o Cólera?
Jonhie : Claro que sim. Alias bandas como cólera,ratos de porão,olho seco,garotos podres,sepultura São todas bandas que nós todos escutávamos e escutamos em particularmente do cólera,para nós vai ser uma honra tocar com eles ai,pois é uma banda que temos muito respeito,por a idade que têm e por sempre ao longo desses anos ter mantido essa consciência política e social vai ser muito compartilhar o palco com eles vai ser mt bom compartilhar o palco c eles

Osubzine: Por falar em RDP o gordo participou em uma musica "Ideia Deliróide" no novo cd da banda Evolution, alen do Gordo tambem participou o Dean Jones ( Extreme Noise Terror). Como aconteceram essas participações ilustres neste novo CD?
Jonhie : bem! tanto um como outro,são vocais de bandas que no inicio em 91, eram uma grande influencia para a banda...no caso do dean jones,nós fizemos aqui um festival junto em Portugal,que tocava varias bandas mas entre as quais extreme noise terror e driller killer então desse festival surgiu o split com o driller killer que no show falamos em ir ate ao estúdio onde nós gravamos sempre os discos e eles gravarem 2 temas lá
No caso do dean jones ele curtiu muito a banda,ele ainda não tinha visto a banda ao vivo e apartir de ai surgiu uma forte ligação entre nós e nós o convidamos a participar nesse disco no caso do joão gordo,ele ja conhecia a banda e fizemos o convite. Cada um gravou em sua cidade e nos misturamos aqui

Osubzine:Dos discos que o simbiose gravou o que representa o Evolution em relação aos anteriores?
Jonhie : Representa maturidade, evolução da banda e mais abranjente

Osubzine:O som de vcs é bem mais voltado pro metal quais são as influencias banda?
Jonhie : grind,core, punk,metal80`s, punk,old hardcore,trash 90´s,debeat

Osubzine:Você poderia falar um pouco sobre a cena de Portugal? você possuía um selo chamado Anti corpos que chegou a lançar um split de uma banda daqui chamada DFC estou certo?
Jonhie : bem a cena em Portugal é bem diferente da do Brasil em alguns aspectos mas muito igual em outros para já temos uma forte diferença porque Portugal é muito pequeno e não tem muita galera a curtir o nosso som ou som mais alternativo...ligado ao punk,hc,crust/grind logo ai tem uma grande diferença agora Portugal a semelhança do Brasil sempre teve boas bandas de punk/hc e crust o motivo e que por exemplo em vez das bandas editarem um disco que venda umas 1000coipas aqui e foda pois tem pouca galera,só para ter uma idéia são Paulo tem mais habitantes que o Portugal inteiro por ai vc vê são realidades distintas sobre sua pergunta esta certo sim,editei ja varias bandas aqui brasileiras o dfc e os garotos podres esse selo foi feito na altura para editar bandas portuguesas mas logo se alargou simbiose sempre foi editado pela anticorpos que era uma editora com o espirito D.I.Y.

Osubzine: o Evolution foi editado por um selo maior isso é muito bom pra banda q pode alcançar novos horizontes.
Jonhie : SIM alias a intenção é essa...apesar do evolution teve varias edições de varias editoras...aqui na Europa tivemos uma edição em cd e outra em vinil no Brasil e no japão em cd e a idéia é sempre essa chegar a mais galera.

Osubzine:Bom gostaria de te agradecer pela entrevista e dizer q o Simbiose será bem vindo ao Brasil principalmente a Brasilia lugar que tem um dos publicos mais insanos do Brasil. O que o publico Brasileiro pode esperar do show do Simbiose?????????
Jonhie : bem como vc sabe esse show de dia 12 não é nosso!e dos cólera eles são atração principal,por isso iremos tocar cerca de uns 40m bem mas o que a galera pode esperar é:brutalidade,boa disposição e destruição eu em nome dos simbiose é que agradeço sua entrevista um forte abraço simbiôntico e espero velo lá no show

Osubzine: sim com certeza estaremos lá. Uma ultima pergunta pra quem não conhece a banda vcs traram material de merchandise pra vender no evento?
Jonhie diz: sim teremos camisetas, cds,bottons e nesse show vai ter ainda vinil vamos levar pouca quantidade,pois a diferença do real e euro é muita,como vc sabe e ai fica fudido para a galera comprar

Conheça mais sobre esta banda:



segunda-feira, dezembro 03, 2007

Mistérios no Planalto Central

POR TOMAZ (editor do zine oficial)

Mistérios no Planalto Central e jogo de bastidores na política de incentivo à cultura no DF e Entorno

Muitas coisas são mais difícieis de se explicar do que casos como os do E.T. de Varginha, em Minas Gerais, ou as coincidências astrais que culminaram com a construção de Brasília, de onde jorraria "leite e mel", segundo o sonho-profecia de Dom Bosco. Essa época Natalina mexe com a cabeça de muita gente, que faz planos para mudar a sorte no Ano Novo, assim como fizeram os candangos nessa região outrora inóspita. Baseados nas promessas e sonhos que invadem as mentes esperançosas, resolvemos aproveitar a visita da banda paulista "Invasores de Cérebro" ao Planalto Central, terra com carregada cultura mística e ufanista, para tentar encontrar uma definição apropriada sobre o que realmente são "Invasores de Cérebro" , comentando alguns mistérios sobre a política local, a produção de eventos com recursos provenientes de fundos de incentivo à cultura e a mentalidade do público no apoio ao underground.

Invasores de cérebro seriam seres bem intencionados ou chupa-cabras jogando sujo para alienar nossa consciência, submeter nossas vontades e sugar nosso suor? Muitos candidatos poderiam encaixar-se perfeitamente nessa segunda definição. Promessas políticas trouxeram brasileiros de todos os cantos para o cerrado do Planalto Central. A maioria deu todo seu suor, mas poucos aproiveitaram o "leite e mel" profetizados por Dom bosco.

Isso tem relação, sim, com o histórico show da banda "Invasores de Cérebro" dia 08 de dezembro de 2007 no Teatro Galpãozinho, ao lado da rodoviária do Gama, com abertura das bandas locais A.R.D., Kanibias, Terror Revolucionário, Faces do Caos e Señores, de Goiânia. É mais um evento que conta apenas com a bilheteria para pagar seus custos. A cessão do Teatro Galpãozinho do Gama junto à administração regional, o engajamento das próprias bandas e a adesão de alguns apoiadores aliviam um pouco as despesas, mas vemos que outros eventos têm tratamento privilegiado, principalmente no Plano Piloto.

Então, é só no Plano que tem "leite e mel"? Não, não. Observamos o crescente apoio de políticos em panfletos de shows undergrounds pelo Entorno e suas promessas de incentivo às produções da região, mas é preciso lembrar que 2008 tem eleições municipais. Além do apoio financeiro momentâneo, é fundamental cobrar propostas duradouras e fiscalização na distribuição de recursos após as eleições, evitando dados viciados e “esquemões” nas Prefeituras.

Recentemente, denúncias contra produtores do DF e uma funcionária do Ministério da Cultura colocaram a pulga atrás da orelha de muita gente. Quem nunca consegue ser contemplado com recursos públicos do DF, como o Fundo de Apoio à Cultural, da Secretaria de Cultura, também passou a suspeitar de cartas marcadas nesse baralho.

O FAC é importantíssimo para viabilização de muitos projetos. Se há desconfiança, as queixas devem ser endereçadas aos órgãos competentes, de forma séria, como fizeram aqueles que denunciaram o suposto esquema no MinC em favor do Porão do Rock, o maior festival de rock do DF. Não estamos aproveitando esta edição para fazer juízo. Há bastante coisa a ser apurada e a leviandade não faz parte da linha editorial do Zine Oficial, que completa o ano de 2007 com sua décima terceira edição sainda da gráfica, mesmo com todas as dificuldades para tornar-se auto sustentável, mantendo a independência e a liberdade de expressão.

O número 13 estampado em nossa capa traz em baixo a mensagem: “Que 2008 nos traga atitude para não precisarmos apelar para sorte.” Sorte de favores. 13 é um número que pode significar sorte ou azar. 13 é o último número impresso do Zine Oficial em 2007. 13 é também o número de registro do partido do Lula, dono do cargo mais cobiçado por todos os outros partidos políticos que estão no jogo pelo poder. A coincidência nos levou à análise das duas faces do 13. Quando o sapo virou “rei”, sua sorte mudou. Muitos que perseguiam o peão barbudo passaram a bajular o mandatário de barba grisalha bem aparada. Assim acontece em todas as esferas de poder, infelizmente.

A possibilidade de retorno político ou financeiro é o principal critério dos espertalhões que jogam com a sorte em vésperas de eleições e nos gabinetes, infiltrados em diversos partidos, de esquerda e de direita. Não têm identificação ideológica alguma nem propostas, só querem estar por dentro do "cérebro" da gestão de recursos.

2007 teve shows com várias atrações nacionais e internacionais no circuito underground, sem o mínimo crédito dos fundos de apoio à cultura ou apoio direto de representantes eleitos. Salvo a cessão de espaços como o Teatro Galpãozinho do Gama, pouca coisa foi oferecida. Alguns eventos têm mesmo a intenção de não criar maiores vínculos com o poder público. Muitos produtores não querem nem cadastrar-se como “agentes culturais”. A verdade é que alguns não conseguem os pré-requisitos legais para o pleito. Se um projeto não está nos padrões estabelecidos por uma minoria ou nas graças da grande mídia, dificilmente passa, e isso desestimula a turma. Defendemos que o desânimo não vai virar o jogo. Tem muita gente séria dentro do carteado público-político, mas cada rodada na captação de recursos só será limpa com olhar atento de todos. Não dá para piscar. Apenas a participação e a fiscalização de cada vez mais interessados podem inibir a ação daqueles que insistem em manipular as cartas, daí a importância de apresentar projetos e acompanhar seu trâmite. Um único elemento pode embaralhar vários processos.

O Distrito Federal, terra de "leite e mel", não terá eleições em 2008. Porém, as partidas por votos vão envolver todos os municípios do Entorno, onde a falta de projetos como o FAC dificulta ainda mais o acesso ao incentivo público para produções. 2008 é o momento de exijir uma política cultural ampla para os próximos anos, sem agarrar-se a promessas vazias. Se desejar anular o seu voto, como muitos pregam, lembre-se das palavras do retirante nordestino Luiz da Silva, que mudou a própria sorte: “Quem não gosta de política vai acabar sendo governado por quem gosta”.

O importante é ter consciência sempre. Cada cabeça é um guia. Informe-se, leia muito, produza suas músicas, seus shows, seus fanzines e compareça aos shows para divertir-se e bater papo. Compartilhar e amadurecer idéias é sempre melhor que submeter-se passivamente às dos outros. Um cérebro forte, ninguém invade, a não ser que sejam "Invasores de Cérebro" com uma formação bem nervosa, com momentos que vão do mais pogante punk rock até o mais violento hardcore. Esse será o show que encerrará as edições impressas do Zine Oficial em 2007, com produção da nossa colaboradora Bárbara Cólera. Compareça e contribua comprando o ingresso para viabilizar futuras produções do underground, ao invés de querer ficar entrando de graça. É preciso mudar a mentalidade. Muitos eventos só vão continuar acontecendo com o seu apoio. Valeu e feliz 2008!

Tomaz (editorial do Zine Oficial número 13)