sábado, março 29, 2008

Bandas selecionadas para o DUELO DE BANDAS

PAZMMO
http://www.tramavirtual.com.br/pazmmo

TOTEN
http://www.tramavirtual.com.br/artista.jsp?id=23897

INNER IMMENSITY
www.palcomp3.com.br/innerimmensity

ARCANJO
www.myspace.com/arcanjjo

DONA RUBINA
www.purevolume.com/donarubina

GILBERTOS COME BACON
http://www.myspace.com/gilbertoscomebacon

MORTAES
http://www.myspace.com/mortaes

TRAMPA
http://profile.myspace.com/index.cfm?fuseaction=user.viewprofile&friendid=137778462

KABULA
http://www.rollapedra.com/kabula/

PHRENESY
http://profile.myspace.com/index.cfm?fuseaction=user.viewprofile&friendid=209612840

SPIRITUAL CARNEGE
http://www.myspace.com/bandaspiritualcarnage

YACOBY
http://www.myspace.com/bandayacoby

BLACK BULDOG
http://bandasdegaragem.uol.com.br/hotsite/index.php?id_banda=8452

ETNO
http://www.myspace.com/etno

SELENITA
www.selenita.com.br

quarta-feira, março 26, 2008

Os Maltrapilhos Clip

Em primeira mão o primeiro video clip dos Os Maltrapilhos Musica PUNK ROCK

segunda-feira, março 24, 2008

Zine NFL nº18 pra Download


Ae pra quem não tem acesso ao zine NFL impresso pode baixa lo aki.

clica aki
http://rapidshare.com/files/102045034/NFLZINE18.pdf.html

para contatos:
NFL ZINE nflzine@hotmail.com

domingo, março 23, 2008

Festival YouTube

Alguns videos que gostaria de compartilhar. Alguns são repetidos mas... "vale a pena ver de novo"


Calango! é o filme da OZI Escola de Audiovisual de Brasília.
Prêmios recebidos:
AnimaMundi 2007
"Melhor Animação em Curso - 3º Lugar";
"Melhor Animação em Curso Brasileira"
Mais informações em: www.calangofilme.com.br

COLERA
Música: DEIXE A TERRA EM PAZ


Clip do ultimo cd do Colera vale e muito a pena ver esse filme.

É Nois 8 - Ninguém Fode Com Tonho Montana - 2007

Ultimo episódio do seriado mais badalado da net produzido pela galera do Cucão Filmes. é bom dizer que a cucão filmes já confirmou presença no CINE CHAOS.

RATTUS no festival Face do Chaos 4

Pra todos que estiveram presentes foi o melhor show. Galpãozinho perfeito local pra esse show historico.

Documentario GOTICO

Uma geral sobre o movimento Gotico.
Uns doidos passando trote na Universal


POENA no Festival Face do chaos 2

Que papo é esse de Papa?

Mais uma contribuição do Lelê faça como ele envei seus textos.

Pense no domingo de ramos e a entrada triunfal de Djízus Cruáisti em Jerusalém, montado num burrico e observado por um número considerável de pessoas de todos os matizes. Imagine a cena de Ratzinger no majestoso Papa Móvel. Vamos analisar somente as diferenças destas duas cenas.
Os judeus, nos tempos de Jesus, viviam numa organização teocrática (até hoje o Estado de Israel – sem constituição e uma cartografia indefinida pela crescente violação aos tratados internacionais- é um estado teocrático). Todo o desdobramento final da pregação política de Jesus demonstrava que ele não concordava que o alto clero, os Saduceus, se locupletassem com o Estado Romano. Os evangelhos canônicos, embora recheados de propaganda romana, deixam claro que já havia se fortificado esta relação. Roma se utilizava do poder dos chefes religiosos para manter o povo manso e submisso.

Era contra este projeto que se insurgia Jesus, ao querer não revogar, mas fazer com que se cumprisse a lei. Jesus tinha como seguidores alguns homens que eram terminantemente contra esta política. Judas Iscariotes era um zelota e era um deles. Tinha um papel importante ao lado do Mestre, era seu tesoureiro e foi por ele escolhido para ser protagonista em um papel teatral, conhecido como a Paixão de Cristo; muito inspirado, com todos os elementos e a indisfarçável sintaxe da tragédia grega.

Por sua luta contra os pelegos judeus e por ter se portado como um zelota revisionista, Jesus foi entregue aos romanos para ser morto, acusado de sedição. Recebeu uma condenação romana. O julgamento de Cristo foi uma clara demonstração de que os líderes judaicos intervinham para silenciar os sediciosos, havendo, portanto, uma aliança do império com estes líderes para que tudo ficasse em ordem. Jesus estava justamente ao lado de zelotas (Judas, por exemplo) e essênios (como exemplo, João Batista), ambos terminantemente contra os invasores romanos. Os zelotas praticavam terrorismo, assassinando os que não lutavam contra esta abjeta aliança. Judas Macabeu foi o grande nome deste grupo nacionalista, Judas Iscariotes um exemplar expoente, Massada – a fortaleza romana – o símbolo da última grande batalha crística, por assim dizer.

Voltemos ao Papa bávaro. A igreja de Ratzinger existe justamente porque fez uma aliança com o Império Romano. E exerce exatamente o mesmo papel da igreja judaica que entregou Cristo aos verdugos; não, não. A igreja de Ratzinger tem mais poderes, mais dinheiro e mais prestígio.
Nos evangelhos não há uma única citação em que Roma é vista como assassina, invasora e perseguidora de Cristo e de cristãos. Pelo contrário, encontramos estranhas passagens como a do Centurião de Cafarnaum em que colocam na boca de Cristo estas bisonhas palavras: “nunca vi um homem de tamanha fé”! Não há de se estranhar que Cristo curou todo tipo de gente e tenha encontrado, justamente em um centurião romano, um homem da maior fé! Embora a crucificação seja uma condenação exclusivamente romana naquelas paragens, os evangelhos dizem que não foram os romanos que mataram o Cristo. Enfim, propaganda.

O Papa bávaro, ao desembarcar no Brasil, entrará numa cidade maquiada. Tiraram os mendigos, as prostitutas e os leprosos do caminho do papa. Afinal de contas Ratzinger não é Cristo. O Papa, que é um monarca (Jesus não era rei nem descendia de rei, quem descendia de rei era José, que segundo os evangelhos não era pai de Jesus; atentai bem!), chegará com seu séqüito e seus valetes, desfilará pelas ruas como um pop star e terá as mais maravilhosas acomodações, como se tratasse do próprio Rei Salmão. Ratzinger sufocou a Teologia da Libertação, os zelotas de Cristo.

O Estado do Vaticano, apesar de ser o menor é um dos mais ricos Estados do mundo, foi ratificado como tal pelo déspota Benito Mussolini em 1929 (!!!), é uma monarquia absolutista e o seu soberano não deve satisfação a nenhum parlamento; conspirou contra o comunismo no leste europeu e na Rússia, se locupletou com a Máfia Italiana (atentai para O Poderoso Chefão) e serviu, aqui e alhures, a diversos poderes imperialistas. A Igreja estava nas caravelas com os portugueses e os espanhóis. A Igreja promoveu cruzadas contra os árabes, na busca da hegemonia imperial, sempre com a ajuda dos Estados imperialistas. Ou seja, a igreja de Ratzinger é a mesma que Cristo já havia condenado há dois mil anos! Portanto, é a Igreja do Anti-Cristo.

Num texto que coloquei aqui no blog chamado “Jesus é um mito, Gorete”, conto como o cristianismo da igreja de Roma é uma compilação de outras religiões pagãs, orquestrado para a fundação de uma igreja que atenderia aos mais diversos matizes culturais e alicerçada na administração romana. Agora vos apresento algumas imagens deste ecumenismo às avessas, deste paganismo compilado: Na praça central do Vaticano tem um gigantesco obelisco, este objeto fálico é egípcio (mais uma pilhagem da igreja), o vaticano é um cemitério onde os príncipes papais são enterrados, igualmente a configuração de uma pirâmide egípcia como tumba de faraós. No alta-mor de São Pedro tem uma magnífica estátua em bronze de Pedro sentado em uma cadeira, essa é exatamente a mesma estátua que ficava no panteão em Roma, era a estátua de Júpiter. Júpiter, como todos sabem, era um dos deuses pagãos da Roma Antiga e era chamado de “pater”, ou pai em latim. Templo da idolatria, o que não falta no vaticano é estátua: de santos, de anjos, do Menino Jesus, de Maria e pinturas de deuses pagãos, como Isis e Mercúrio, mantidas na Biblioteca do Vaticano; só falta uma réplica do Bezerro de Ouro! Velas e incensos queimam diuturnamente, como se se tratasse de um templo hindu ou budista, os vinhos são alegóricas libações ao deus Baco, filho de Júpiter etc. As citações são vastíssimas.

Cristo, ao entrar com o seu burrico na Cidade Santa, deixa claro qual era o seu projeto religioso. Ratzinger, toda vez que entra numa nação com o seu Papa Móvel, deixa claro qual é o seu projeto político!

Lelê Teles, atual Brasília ex-gama city.

quarta-feira, março 19, 2008

Valhalla procura vocalista


Mudança de formação na banda brasiliense Valhalla, segue comunicado do grupo...

" A Valhalla anuncia a saída da vocalista Michelle, por motivos pessoais.Ela deixa a banda para se dedicar a outras prioridades, aproveitamos a oportunidade para agradecer publicamente a sua contribuição à banda por longos 8 anos e apesar de sua saída, nossa amizade continua.
Vocalistas que tenham interesse, disposição e que queiram levar o trabalho da Valhalla adiante entre em contato por scrap, depoimento ou e-mail: val_hallaband@yahoo.com.br"

sábado, março 15, 2008

Estamira (Nova banda das ex-Poena)

Para quem gostava da extinta banda Poena ludmila manda boas noticias.

Banda Estamira: Nova banda das ex-Poena Ludmila Gaudad (vocal) e Clarissa Carvalho (guitarras). Neste novo projeto, as duas se juntam a mais quatro amigas e fazem um som que procura ser pesado, de qualidade e original.
Os shows devem rolar agora em 2008. Aguardem!

Integrantes:
Clarissa Carvalho - Guitarra
Kallyfa - Bateria
Ludmila Gaudad - Vocal
MAnu Castro - Baixo
Sara Lee - Guitarra
Suzi - Vocal

Contatos:
www.fotolog.com/bandaestamira
orkut: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=40013025
email: bandaestamira@gmail.com

quinta-feira, março 13, 2008

Agenda (contra)cultural: Semana Caga-Sangue!


Quinta, dia 13:
Exibição do DVD Caga-Sangue Thrash e o Mistério da Pica de Madeira.
Balaio Café, 201 norte, 18:30. Horário de cinema, sem atrasos. Apareça lá e leve a família.

Sexta, dia 14:
Cocktail Caga-Sangue, no Parque da Barragem hoje emancipado como Águas Lindas do Goiás. 20h, na Apoal. Show com bandas barulhentas. Leve comes e bebes para o lanche comunitário.

Sábado, dia 15:
Thrash Core Fast, em Goiânia. Conexão Pequi com o Caga. No Capim Pub, 16h. gente feia, thrash e pamonha.

Domingo, dia 16:
Caga-Sangue Thrash - o Chamado de Joaquim Extremo. No submundo do Conic. 15h. Entre putas, mendigos e o exército de ratos, todxs xs doidxs reunidxs para celebrar all night long (até as 22h)

Leia aqui o release do Caga e confira como a falta de talento não impede a gente de fazer as coisas: www.dfhardcore.blogspot.com

valeu.
Coletivo Caga-Sangue.

terça-feira, março 11, 2008

Vi esse clipe feito por um fã do Lupercais e resolver postar aqui.



ou www.myspace.com/lupercais

sábado, março 08, 2008

Diário de Simone de Beauvoir em sua passagem pelo Brasil

Materia retirada do Jornal Correio Brasiliense de hoje http://www2.correioweb.com.br/cbonline/cidades/pri_cid_196.htm

Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher e ao centenário do nascimento de Simone de Beauvoir (1908-1986), o Correio publica os principais trechos do diário brasileiro da dama do feminismo. O diário de Simone é um documento precioso. Com rigor de antropóloga e palavras de escritora, ela anotava tudo o que via pelo caminho. São 50 páginas de impressões sobre as cidades brasileiras, os costumes, as misérias e os preconceitos contra a mulher. Os relatos estão publicados no livro Sob o signo da história, esgotado no país desde 1965 e sem perspectiva de retornar às prateleiras...

Trechos dos relatos da escritora sobre a viagem pelo Brasil

Desembarque
“Eles não estão conseguindo descer o trem de pouso”, disse-me Sartre. Pensei: “Conseguirão?”. Nada de mal podia acontecer àquela hora, sob aquele céu, no limiar de um continente novo.

Sabores
Bebi a minha primeira batida: uma mistura de cachaça e suco de limão... Conheci também o sabor do maracujá – a fruta da paixão – cujo suco de uma rica tonalidade amarela enchia as garrafas. Amado encheu meu copo de suco de caju: pensava, como eu, que é pela boca que, em grande parte, se conhece um país...

As brasileiras
Falei sobre mulheres em uma grande sala diante de damas paramentadas, que pensam exatamente o contrário do que eu dizia. Uma jovem advogada, porém, agradeceu-me em nome das mulheres que trabalham.

Machismo
A condição das mulheres brasileiras é difícil de definir: varia segundo as regiões. As grandes cidades industriais do Sul são mais liberais… No Nordeste uma moça, mesmo que viva numa favela, não tem nenhuma possibilidade de casar-se, se não é virgem.

Injustiça
No Brasil, quando um homem morre, só a primeira esposa é legatária: a companheira que compartilhou de sua vida, sem contrato oficial, nada herda.

Fome
No Recife, há um mendigo sob cada palmeira, mas naquele ano chovera e os camponeses dos arredores tinham raízes para roer. Nos períodos de seca, eles se abatem sobre a cidade. São 20 milhões de homens que agonizam de fome crônica, em árido polígono de extensão da França.

Filosofia baiana
Amado mostrou-nos as ruas comerciais da Cidade Alta. Na porta da Universidade, lia-se: Filosofia em greve.

Mercado moreno
Os eflúvios do óleo de coco misturavam-se com o cheiro de salmoura; nos barcos ou em terra firme, ia e vinha uma multidão de homens e mulheres, cujas peles, do chocolate ao branco, passavam por todos os matizes do moreno.

Mãe-de-santo
Aqui a religião serve aos pobres e não aos ricos... Advertida de nossa visita, a- mãe-de-santo apresentou-se em sua mais bela vestimenta: saias, anáguas, xales, colares e jóias. Era viva, tagarela e maliciosa. Consultou os búzios para saber de que espírito dependíamos: Sartre era Oxalá e eu, Oxum.

Filhas-de-santo
O automóvel nos levou, à noite, através dessas montanhas russas que são os subúrbios da Bahia, até as casas longínqüas, onde rufavam tambores... Uma jovem negra terminava o ciclo de sua iniciação. Cabeça raspada, vestida de branco, permaneceu deitada no chão durante toda a primeira parte da noite. Gemia, ligeiramente, o olhar fixado no invisível, presente e ao mesmo tempo longe, como meu pai em sua agonia. Por fim, entrou em transe, retirou-se e voltou transfigurada por uma alegria misteriosa.

Redenção
Fiz a pergunta clássica: “Como se explicam esses transes?”. Esses fatos nada têm de patológico, são de ordem cultural; encontram-se, análogos, em toda parte em que os indivíduos estão divididos entre duas civilizações. Constrangidos a se curvar ao mundo ocidental, os negros da Bahia, outrora escravos, hoje explorados, sofrem uma opressão que vai até a desapossá-los de si mesmos. Como defesa, não lhes basta preservar seus costumes, suas tradições, suas crenças. Então, cultivam as técnicas que os ajudam a se arrancar, pelo êxtase, da personalidade falsa em que os aprisionaram. Exatamente no momento em que parecem perder-se é que se reencontram: possuídos sim, mas por sua própria verdade.

Inferno em Itabuna
Gastamos três horas para chegar ao fim da estrada, cheia de barrancos… Entramos em um recinto pouco iluminado, onde mulheres extenuadas amassavam, com seus pés nus, folhas de fumo; ao odor ocre juntava o cheiro das latrinas, onde amontoados de imundícies se decompunham ao sol. Tive a impressão de um inferno, com mulheres condenadas a patinar sobre os próprios excrementos.

Rio de Janeiro
Toda a cidade se convulsiona em morros e pães de açúcar, atravessados, subterraneamente por avenidas. Esses montes são cobertos de verde; a floresta invade a cidade que o oceano também sitia: nenhuma outra grande cidade pertence tão inteiramente à natureza.

Mulatas
Um domingo, subindo uma nova avenida, cortada por um canal, notamos homens de camisa cor de rosa, amarelas, verdes (que é a cor favorita dos brasileiros) conversando e rindo com mulheres, debruçadas aos cachos nas janelas de grandes casas baixas. Pelas portas entreabertas, vimos sentadas, em escadas, belas mulatas em roupa de banho. Nada de clandestino, às claras.

Morro da Babilônia, Leme
Miséria, sujeira, doença, a mesma coisa que em todas as outras; porém com uma particularidade: lá morava uma religiosa, irmã Renata, filha de um cônsul francês. Surpreendeu-nos por sua inteligência, sua cultura e seu bom senso materialista. “Falaremos de Deus a essa gente, quando tiverem água... Primeiro o esgoto, e a moral depois. São acusados por uma porção de crimes, mas acho que, nas condições em que vivem, até os cometem pouco.”

Drogas
Na mesa de irmã Renata, havia um grande livro sobre a maconha: homens e mulheres intoxicavam-se na favela. Aos sábados à noite, celebravam macumbas muito diferentes da Bahia...o transe era uma aventura individual e não coletiva, os iniciados queimavam-se e feriam-se... No domingo de manhã, Renata os medicava.

Zélia Gattai
Tinha personalidade e calor, observação aguda e conversa viva; achei sua presença tônica e era uma das raras mulheres com quem eu ria.

Oscar Niemeyer
Niemeyer morava nas alturas, em uma mansão, obra sua, que mais parecia uma escultura abstrata do que uma casa: um telhado cobria o terraço e o estúdio abria-se inteiramente, sob o céu. Ofereceu-nos gim-tônica e conversamos como se nos conhecêssemos há muito tempo. Construir, em todos os seus detalhes, uma cidade é, para um arquiteto, uma extraordinária oportunidade; ele estava satisfeito com JK por lhe ter ferecido essa oportunidade e tê-la sustentado contra todos e contra tudo.

Bossa nova
Encontramos (na casa de Cacá Diegues) um bando de moças e rapazes da bossa nova… Sartre disse-me, ao sair, que diante das moças sentia constrangimento. Olhava, com encanto, o rosto agradável e as formas generosas e verificava que estava olhando uma menina de 13 anos!

Neuroses masculinas
Passamos a noite na fazenda do diretor do Estado de São Paulo. É um jornal da direita, mas bem diferente dos do nosso país… Durante o jantar, M. (Júlio Mesquita) atacou as mulheres que fumam: o fumo exaspera, segundo ele, as neuroses do nosso sexo. Sua mulher, que parecia ter os nervos bem no lugar, conduziu-nos aos grandes quartos antigos preparados para nós.

Ciúmes?
Sartre tornou-se muito popular entre os jovens...Em todas as esquinas nos abordavam. “Que pensa a seu respeito, Monsieur Sartre?”, perguntou-lhe uma jovem no fim de uma conferência. “Não sei”, respondeu ele, rindo. “Nunca me encontrei”. “Que pena para o senhor”, disse ela.

A caminho da capital
Niemeyer prometera enviar-nos de Brasília uma perua e um motorista — ninguém apareceu, a viagem começava mal... Enfim, o carro surgiu, conduzido por um homem de bigodes… No caminho, compreendemos a razão de seus atrasos. A mala do carro estava cheia de relógios e jóias. Acumulava as funções de motorista e de polícia, o que facultava frutuosos contatos com um tipo de trabalho muito importante no Brasil: os contrabando. Confiscava-lhes, ou comprava-lhes a preço baixo suas mercadorias, que os habitantes de Brasília, isolados do mundo, adquiriam a preços caríssimos...

Brasília
À noite, enfim, chegamos a Brasília. Uma maquete em tamanho natural. Essa falta de humanidade salta logo aos olhos… Só se pode circular de automóvel… A rua, esse lugar de encontro entre moradores e turistas, lojas e residências, sempre imprevista — a rua, tão cativante em Chicago como no Rio, por vezes deserta e sonhadora, mas cujo silêncio é vivo. A rua em Brasília não existe nem existirá.

Palácio da Alvorada
Muito longe, no mínimo a 10km, ergue-se o Palácio da Alvorada, onde reside o presidente... Em um lago, duas ninfas de bronze ocupam-se em se pentear: dizem que elas representam as duas filhas de JK arrancando os cabelos porque relegadas a Brasília.

JK
Tivemos com ele, em seu gabinete, uma breve conversa, bastante formal. Ele encara Brasília como obra sua, pessoal. Na Praça dos Três Poderes há um museu consagrado à história da nova cidade. Dir-se-ia uma escultura abstrata; simples, inesperado e muito belo; infelizmente, de uma das paredes, surge, em tamanho maior que o natural e verde, a cabeça de Juscelino.

Cidade livre
A impressão é de uma cidade do faroeste...a calçada é uma confusão; pisam-nos os pés, a poeira avermelha nossos sapatos, entra em nossos ouvidos, irrita nossas narinas, arranha nossos olhos, o sol nos castiga. No entanto, nos sentimos felizes, porque nos reencontramos na terra dos homens.

Risos
Freqüentemente acontecem incêndios; a madeira, naquela secura, inflama-se com rapidez; pouco antes de nossa chegada um quarteirão pegara fogo; não houve vítimas, mas viam-se, por toda parte, escombros, destroços, móveis enegrecidos, sucata, colchões rasgados. Esquecíamos, porém, essa tristeza, vendo pelas ruas, da Cidade Livre os candangos abraçando-se e rindo. Eles não riam em Brasília.

Mito ou monstro
Jorge Amado reconhecia que Brasília era um mito...Guardo a impressão de ter visto nascer um monstro, cujo coração e pulmão funcionam artificialmente, graças a processos de um custo mirabolante.

Sozinhos na Amazônia
Sartre não tinha vontade de ir à Amazônia, onde ninguém nos convidara, aliás. Sobrevoei o Amazonas ao mesmo tempo arrebatada e despeitada, pois sabia que não voltaria a ver nenhuma daquelas coisas.

Pressa de voltar
Eu já não mais podia sustentar-me em pé; a terra parecia ter febre, Deitei-me. “Vamos partir mesmo assim?”, perguntou-me Sartre. Sim! Ah, sim! Eu tinha pressa de chegar a Recife e a Paris.

Miséria
Durante dois meses, amei o Brasil. Amo-o ainda. Naquele momento, porém, quase cheguei ao ponto de gritar contra a seca, a fome, contra toda aquela angústia, aquela miséria. Ardi em febre. Pela manhã, cometi a imprudência de chamar um médico. Diagnosticou tifo... Mandou me remover para o hospital de doenças tropicais.

À moda antiga
A eternidade durou sete dias. Disse ao médico que queria partir.. . As irmãs T. (Cristina e Lúcia Tavares) ofereceram-me sua casa em Recife. Passei três dias em um quarto mobiliado à antiga. O calor me sitiava. Uma noite, o médico viria me visitar. Disse a Sartre e às irmãs T. que fossem jantar. Elas se recusaram: não se deve deixar um homem sozinho com uma mulher, mesmo da minha idade, em uma casa.

Adeus
Na noite de nossa partida, um vendaval varria o aeroporto. Durante horas, embotados, sonolentos, esperamos que acalmasse. E enfim embarcamos.

sexta-feira, março 07, 2008

Bomb It - The Movie (Trailer 1)

Obs: a banda de hardcore Brasiliense ARD participa da trilha sonora deste filme. Bomb It é o primeiro filme confirmado para o CINE CHAOS Mostra de cinema e video independente .


A bomba da contra-cultura
Bomb It é provocador ao discutir a expansão do grafite e sua eficiência como arma de protesto

JULIO LAMAS ESPECIAL PARA O SITE FINO DA MOSTRA

A pichação não é tema incomum na história. É sabido que os romanos pichavam os muros cidade com gravuras que parodiavam a vida de aristocratas e políticos. Os gregos deixavam mensagens nas colunas do Parthenon, algo que, infelizmente, alguns turistas vândalos fazem até hoje nos ricos sítios arqueológicos. Sem falar dos nazistas que pichavam a casa dos judeus, simplesmente para facilitar a perseguição da SS e da Gestapo. E quando Reagan disse "Tear down this wall", lá estavam pichadas mensagens clamando por integração e liberdade.

Na cultura pop, dos nomes nos banheiros públicos aos nomes que estão no túmulo de Jim Morrison no Pere-Lachaise, em Paris. Na política, quando picham "viva la revolución" nas ruas da Havana de 1960, ou "fora Bush" nos prédios da Paulista nos dias de hoje, lá está. Até Costa-Gavras faz referência à pichação em Z (1961), quando manifestantes estampam a letra que simboliza "ainda vive" no asfalto, protestando contra a ditadura militar na Grécia.

E para mostrar isso, e ir além, Bomb It aborda a pichação, também como criação artística de vanguarda, o mal compreendido grafite.

Ao retratar o peso do grafite como questão para o debate público nos espaços urbanos contemporâneos, o filme elucida a sua propagação como forma de expressão e auto-afirmação. Além disso, propõe uma rasa análise das grandes metrópoles mundiais e suas contradições sociais na era da globalização.

Inicialmente, o documentário conta as origens do grafite como forma marginal de expressão na história moderna. Nos Estados Unidos, por exemplo, as pichações aparecem a partir do fim do século XIX e começo do século XX, com a vinda de imigrantes irlandeses e italianos que formavam gangues e usavam a pichação para demarcar seus territórios de controle, como acontece até hoje. Desde então, a pichação e o grafite estão associados à ascensão da criminalidade e ao vilipêndio do espaço público. Bomb It mostra como reacionários condenam o grafite para exercitar sua xenofobia e classicismo contra as minorias pobres.

Esse passado criminoso do grafite, a pichação, impede, até hoje, a sua legitimação como arte pela parte conservadora das sociedades modernas. Em Nova York e Los Angeles, o grafite ainda é combatido como crime, reprimido nas ruas e nas estações de metrô. No entanto, é evidente a sua consolidação como identidade, tanto cultural como comercial através da música e da moda hip-hop. O grafite lentamente ocupa espaço no capitalismo e nas galerias de arte.

Bomb It mostra como o grafite adquire diferentes facetas em outras cidades. Em Barcelona, assim como em Amsterdã, os grafiteiros sentem a necessidade de prosseguir com as evoluções estéticas atribuídas a compatriotas no passado. Na Cidade do Cabo, capital África do Sul o grafite se tornou num ponto de integração entre brancos, negros e crioulos, após o Apartheid. Em Tokyo, no Japão, onde o espaço público é sagrado, tenta-se colocar em pauta as questões da autonomia feminina e da emancipação cultural de maneira discreta, quase escondida.

Já a São Paulo apresentada em Bomb It é um caso a parte. A cidade é retratada como é: sem ordem e caótica. O grafite aqui se torna mais um reflexo da nossa famosa “desigualdade”, um prato cheio para os pragmáticos de plantão. A máxima fica por conta dos artistas Os Gêmeos, que ressaltam o axioma paulistano de que "aqui não se vive, se sobrevive".

O documentário provoca a excitação do público com a sua trilha sonora que vai do hip-hop e electro ao hardcore de Rage Against de Machine, aumentando e dialogando com grande impacto visual garantido pelos melhores artistas do grafite no mundo. Bomb it é uma pequena surpresa na 31ª Mostra, e um dos poucos filmes que vi sendo aplaudidos no final da sessão.

BOMB IT
(Bomb It, EUA)
Direção: Jon Reiss
Perspectiva 2007 94 min

terça-feira, março 04, 2008

Caga sangue Thrash Release do show


Domingo, dia 16 de março, às 18h, no submundo do Conic. Show com as bandas Violator, D.E.R. (SP), Desastre (GO), Orgy of Flies (GO) e Low Life.

Release:
Inverno de 1958. Na vila do Capricórnio, caçadores de Centauro encontram uma criança recém-nascida em plena Floresta do Paranoá. Devido aos ossos que saltavam de sua testa o menino é deixado para morrer sozinho. Março de 2008. Passados 50 anos, chegou a hora de Joaquim Extremo cumprir a missão a qual foi destinado: reunir todos os loucos do underground do DF em uma celebração à resistência em forma de circle pit e insanidade. Quando o olho de thundera surgir no horizonte e a pica-de-madeira apontar a direção, largue tudo que estiver fazendo. Trabalho, família, estudos. Nada disso importa. É hora de atender ao...

Caga-Sangue Thrash:
O chamado de Joaquim Extremo.


A unha encravada em forma de show está de volta daquele banheiro sujo para mais uma sessão de toscaria e falta de noção. Pra quem sabe que gente feia faz música melhor: Caga-Sangue Thrash! Circle pit & vela preta! Seguimos na resistência contra as óticas e livrarias de crente. Eles já levaram o Açaí e o Ritz, mas não nos levarão. Dessa vez, subvertendo o sistema, nos manteremos no submundo do Conic. O lugar escolhido não poderia ser outro a não ser o Ponto Diversões, antigo Bar dos Encontros. Espaço para encontros familiares e casa do Caga desde 2004. O espírito também continua o mesmo: Do-it-yourself e United Forces. Thrasheiros, Punx, Hardcores, Headbangers, Grinderos, todos são bem vindos para dar stage dives, bangear suas cabeças feito loucos e correr em círculos!

O Chamado de Joaquim Extremo dá início à uma saga dividida em cinco episódios e que deverá ter seu último ato em 2011. Vamos ver quem vai durar até lá. Trata-se, além de uma comemoração de toda essa piãozice que tanto amamos na cena de Brasília, uma homenagem à devoção e resistência de todos aqueles que manteram o punk e o metal vivos na cidade nos últimos 20 anos. A estranha figura tosca de Joaquim Extremo representa todos os valores os quais apreciamos e espelhamos o Caga-Sangue Thrash. Como todos sabem, o Caga-Sangue é uma reunião de desajustados sociais. Se você se sente desconfortável no seu trabalho, deslocado na escola, ou que não pertence às reuniões da sua família, não se preocupe, nós também.

Na trilha sonora, o melhor do Parque da Barragem e uma fina seleção de Dance Music de puteiro comandadas pelo DJ Batera. Merchanda Carlos, Sugão da Chapa e Marcos Blackfire, os três supervisores de coreografia te convidam a bailar. Apresentação de Ivan Gordinho e Dudu Almôndega. Tragam todo e qualquer tipo de parafernália insana! Quem terá a audácia de ganhar a coroa de Miroswaldo no concurso de muleque mais feio do Caga? Contribua com a nossa macumba, venha fantasiado, leve pranchas de surf, shapes de skate, tire a roupa, vistam capacetes e avisem o homem-bala! O importante é se divertir e mandar tomar no cu quem não quer. Derrubar todos os seus muros e todos muros entre metal e punk. Um entendimento político das cenas e da prática DIY são preocupações constantes de quem faz o Caga-Sangue. Então, dessa vez, haverá distribuição de textos sobre cena underground, política e como essas duas coisas podem se relacionar.

Cada uma das bandas convocadas por Joaquim Extremo no seu chamado representam um dos estilos da cena DIY que infestam o underground. Voltando pra casa, o Violator estará lá pelos thrasheiros. O D.E.R. vem de São Paulo para os grindeiros. O Desastre faz a vez dos punks. Os deathbangers estarão em boas mãos com o Orgy of Flies e, debutando no Caga-Sangue, o carisma do Low Life como representantes dos crossovers. O show tá marcado para às 15 horas e começa cedo. Se você se atrasar por qualquer motivo, você se fodeu. O Caga, dessa vez, tem horário pra terminar. A hora propícia para que todos aproveitem as maravilhas do transporte público no DF e as delícias culinárias da Rodoviária do Plano Piloto. O ingresso é 10 lascas, sabemos, honestamente, que não é melhor o preço, mas é o valor mais baixo que podemos cobrar para pagar todas as contas com um prejuízo pequeno. Lucro não é nosso objetivo! Então, espalhem o chamado e façam essa rede chamada Underground funcionar. A cagada vai começar e esperamos que Joaquim saia vivo dessa.

Sobre as bandas:
Violator: Thrasheiros Maníacos! De volta aos bueiros de Brasa City depois de uma turnê de 5 meses que passou por boa parte dos buracos de toda a América do Sul, o Violator fecha com chave de merda o Chamado de Joaquim Extremo. A última vez que os Violas tocaram em um Caga-Sangue foi em 2004, na noite que marcou de vez a união das cenas thrash e hardcore em Brasília. Unidos para o Thrash!

D.E.R. (SP): Loucos do Grind! Comandados pelo carisma e o cofrão de Thiagon Dãr, o Desordem e Regresso pisa pela segunda vez no Conic para mais uma sessão de blasting beats, urros guturais e cavalos mancos. Toda aquela combinação feroz que faz do grindcore o mais antipático e amado dos subgêneros do underground. Não percam a performance de Barata Machine Man! Pecado, Rendição, Castigo e Diversão!

Desastre (GO): Up the MetalPunx! Para divulgar o mais novo CD 'Procurando Saída', Wilton Miklos e sua trupe de punks loucos por Motörhead descem da terra do Piqui para mais um Caga-Sangue. Cada vez com mais flertes e fluidez entre thrash, d-beat, hardcore escandinavo e rock 'n' roll, os Desastres vem mostrar porque são uma das bandas mais queridas entre metaleiros e punks do DF! A ordem é o Caos!

Orgy of Flies: Satanic Death Metal Legions! O lado mais malvado dessa edição do Caga-Sangue fica por conta de três figuras tranqüilas oriundas da cidade de Formosa, interior do Goiás. Death Metal Old School, como há muito tempo não víamos, em forma de um dos melhores shows de todo o Centro-Oeste. Impossível não bangear após um daqueles 'UH!' típicos de Tonico Guerreiro. Férias Eternas no Inferno!

Low Life: Crossover Corrosivo! Para dar início ao Chamado, toda a fúria e carisma bandaneiro dos piadistas, dançarinos e dubladores do Low Life. Com a mais bela demo lançada no ano de 2007, esses arrombados já tomaram de assalto boa parte do underground. Você está convidado para correr feito louco em círculos isso senão faltar ar com uma das piadas sem-graça do Dudu. Morra com Fogo, Pedaço de Cocô!

O que é o Caga-Sangue?
O Caga-Sangue Thrash surgiu em 2004 a partir da mente maligna de Capitão Barbosa. A idéia por trás desse show é recuperar um pouco da insanidade, animação e espontaneidade no underground. Nos últimos anos a cena hardcore/metal se transformou em um reduto em que as pessoas devem ser sérias. É preciso ser malvado e cara fechada pra curtir som. Além disso, valores quase burgueses passaram a ser estimulados na cena. Tudo muito arrumado, bonitinho, fotos em lugares ricos. Que merda, a gente é feio e pra nós isso é um valor. Atitudes políticas podem estar ligadas a diversão. O underground sempre foi lugar pra ações diferentes e não pra ficar reproduzindo o que o resto das pessoas acha bonito ou admirável. Hoje somos um coletivo e acreditamos na produção DIY como uma maneira prática de vivermos alguns de nossos sonhos e pelo menos em algum aspecto não termos nossas vidas ditadas pelo dinheiro e status.

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Resumindo:
CAGA SANGUE THRASH 2008 e o chamado de Joaquim Extremo.
Violator, D.E.R. (SP), Desastre (GO), Orgy of Flies (GO) e Low Life.
Domingo, 16/03/2008. Submundo do Conic (mantendo a tradição)
A partir das 15 horas, término às 22 horas.
Entrada: 10 mangos
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Por favor: sem treta, sem nazi e sem deus!

Coletivo CAGA-SANGUE

Apoio:
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RAW recs. - rawrecs@gmail.com
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DF Hardcore – http://www.dfhardcore.blogspot.com/
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