sábado, dezembro 29, 2007

Nos veremos ANO QUE VEM

Bom amigos mais um ano se finda e blá...blá...blá... Tem novidades boas vindo por ai.....
FAÇA VOCÊ MESMO

Absado "O dono do Morro Dona Marta"


Acabei de ler o livro "Abusado" do caco barcelos um livro que retrata a quadrilha de Marcinho VP um traficante do Morro de Dona Marta morto em 03, um traficante que gostava de Che Guevara e dos Zapatistas.
Exelente livro estou disponibilizando aqui uma materia sobre a morte do VP e uma entrevista do Caco Barcelos na época que tudo aconteceu. Vale a pena tentar achar esse livro na net. se não encontrarem me digam que eu disponibizo aqui pra vcs.


copyright Folha de S. Paulo, 29/07/03

O Dia
"Sua vida virou um livro aberto", "Marcinho VP é morto na cadeia e a suspeita é de que tenha sido vingança por ter dado informações sobre facção em entrevistas

Condenado a 42 anos de prisão, o traficante Márcio Amaro de Oliveira, o Marcinho VP, 33 anos, foi encontrado morto por agentes penitenciários, dentro de uma lixeira, no presídio Bangu 3, onde cumpria a pena, no complexo penitenciário de Bangu, na tarde de ontem. O secretário de Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, suspeita que o crime esteja relacionado às informações que Marcinho VP forneceu em entrevistas para a publicação do livro Abusado, o Dono do Morro Dona Marta, do jornalista Caco Barcellos, lançado em maio. Marcinho VP foi um dos chefes do tráfico de drogas no Morro Dona Marta, em Botafogo, e era ligado à facção criminosa Comando Vermelho (CV).

‘A publicação do livro é um indício para justificar o crime. Marcinho falou demais e deu muitos detalhes sobre a organização criminosa’, avaliou Astério. No livro, a preocupação de Marcinho VP com os chefões do CV foi relatada em cartas. Numa delas, ele escreveu a Isaías Costa Rodrigues, Isaías do Borel, a quem ele chama de ‘presidente’, pedindo desculpas por ter cortado a comunicação com os chefões. O traficante Ronaldo Pinto Soares e Silva, conhecido como Ronaldo Tabajara, 35, é suspeito de estar envolvido no assassinato.

Marcinho VP foi morto por asfixia mecânica

Os agentes encontraram o corpo de Marcinho VP por volta das 16h. Segundo o secretário, ele foi assassinado entre 13h e 16h. Marcinho VP foi morto dentro da cela A-3, ocupada por outros 56 internos, e depois foi levado para a lixeira. A busca pelo traficante começou depois da chegada de seu advogado Ezequiel Costa. Sem vestígios de ter sofrido agressão, a polícia acredita que o traficante tenha sido morto por asfixia mecânica (sufocado ou estrangulado). De acordo com Astério, Marcinho VP não havia reclamado de estar sofrendo ameaças e nunca pediu ‘seguro’, ou seja, isolamento para impedir que sofresse atentados.

A Secretaria de Segurança determinou a abertura de sindicância para apurar as circunstâncias do crime. Outro procedimento também foi aberto pela Secretaria de Administração Penitenciária, que investigará se houve participação de agentes no assassinato. Mas, para o presidente do Conselho da Comunidade, Marcelo Freixo, responsável pela fiscalização do sistema penitenciário, a morte de Marcinho VP é reflexo da falta de infra-estrutura nos presídios. ‘É um total descaso do estado, pois há falta de agentes e de capacitação dos profissionais. Isso gera a freqüente violência nas unidades’, analisou Freixo. Só em Bangu 3 há 793 internos.

Marcinho terminaria sua pena dia 23 de abril de 2042. Ele foi condenado pela Justiça duas vezes. Uma por tráfico de drogas, a 17 anos de prisão, e outra por tráfico e associação para fins de tráfico, que acrescentou mais 25 anos a sua ficha criminal."

ENTREVISTA CAO BARCELOS


O ar sereno de Caco Barcellos oferece parcas pistas sobre a rotina de um dos maiores jornalistas investigativos do País. Gaúcho de 53 anos, o correspondente da Globo em Londres lança seu terceiro livro-reportagem, Abusado (Record, 534 págs, R$ 55). Após o polêmico Rota 66, em que expôs crimes da Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar, a polícia especial pau-lista, Caco narra a invasão do Comando Vermelho no morro Dona Marta, no Rio. O protagonista é o traficante Marcinho VP, que leva o codinome de Juliano VP. O livro virará filme. O produtor inglês Sam Sterling comprou os direitos da obra.



Por que falar do tráfico?
No Rio há uma concentração de pobres, alguns praticando crimes, nos morros. E as classes média e alta desconhecem a realidade dessas pessoas. Há um medo exagerado da figura do traficante.



Mas o Rio está refém deles.
Não estou acompanhando de perto, mas, nos poucos contatos que tenho com os traficantes, eles falam de violência no sistema penitenciário contra eles e também de execução. O secretário de Segurança Pública do Rio disse que já mataram mais de 100. A extrema violência como método de segurança é ineficaz, gera mais violência. Esses episódios só confirmam.



Rota 66 o ajudou neste livro?


Talvez. Criminosos diziam: “É o cara que denunciou a polícia, dá para confiar”. Quando a Rota me perseguia, recebi convite da Rocinha para ficar escondido lá. Diziam: “Aqui polícia não sobe, principalmente polícia de São Paulo”.



E o contato com os traficantes?
Fazia um programa sobre a cidadania na periferia e tive
acesso aos traficantes, pois tínhamos que pedir a autori-
zação para filmar. Quando viram que, se eu dizia que o programa falaria sobre uma escola de teatro no morro,
falava mesmo, ganhei confiança.



O tráfico quer lugar na mídia?
Sem dúvida. Mudei os nomes dos traficantes e alguns
não gostaram, queriam ver o nome publicado. O acesso
deles à mídia é tão restrito que eles não têm noção
das conseqüências.


Como fica a ética quando é preciso negociar com bandidos?
Sempre deixei claro que não acompanharia nenhuma
ação criminosa no presente ou teria acesso a algum plano. Falava: “Me conte o que aconteceu ontem”. Se soubesse
que eles iam matar alguém, faria tudo para evitar. Que se
dane o repórter, é legítimo na minha profissão interferir
nos fatos para que eles não aconteçam, mesmo que não

se tenha a notícia. Era difícil para eles entenderem. Eles querem mostrar que confiam em você.



Foi um modo de se proteger?
É uma proteção técnica. Mas nunca vieram dizer que estavam desconfiando de mim na produção do livro. Coisas mais freqüentes no morro são fofoca e romance.



Romances do morro acabam mal?
Geralmente traficantes têm 20 namoradas. Se você se
envolve com uma das 20, a história pode acabar mal. Com exceção do Juliano (Marcinho VP). Ele é traído, acha graça. Uma das namoradas o traiu com um policial que o perseguia
e a irmã dele só namora com inimigos dele. Há benefícios em ser mulher de traficante. O mais básico é que você nunca vai subir o morro com as sacolas de compras. Depois que elas ganham isso, não querem perder.


Como é a relação dos traficantes com a comunidade?
Tem fila de espera para trabalhar com eles. Dá para perceber que as pessoas não têm por que defender o Estado. As melhorias são obras da igreja, dos mutirões ou dos traficantes. Às vezes o menino que a dona do bar vê roubando não é um bandido para ela, é o filho da Maria que ela viu crescer.



Como é a rotina dos traficantes?
Tem que ser um careta, que aceita a vida de ficar num esconderijo fixo. O traficante é um comerciante, só que ilegal. É parecido com dono de botequim dos morros, que acho pior do que os traficantes para a comunidade. Eles vendem uma droga pior. A cachaça é pior que a maconha e talvez pior
que a cocaína. Causa violência doméstica, no trânsito e homicídios. Pesquisas mostram que 80% de vítimas e de autores de crimes tinham álcool no sangue. Assim, o dono
de botequim causa um dano maior.



É uma postura polêmica.
Vão dizer que sou um maluco. Não me incomodo. Há hipocrisia na análise da violência no Brasil. É uma sacanagem ficar escandalizado quando o moleque está armado com uma AK-47 e não com o salário que fez com que ele tivesse aquela vida. Pegue o filho de quem nasce no morro, é injustiça a cada segundo da vida dele.



Acha que seu livro pode contribuir para glamourizar o crime?
Sei que há esse risco. Tive uma preocupação de não tentar não cair nessa armadilha, mas qualquer instrumento de comunicação tem esse poder. Uma bronca minha em relação ao jornalismo é que a gente vira as costas a um segmento
que é a maioria da população, 70% de pobres. Você não pode se recusar a retratá-los só porque se arrisca a chamar esse povo de herói. Essa história tem que ser contada também.
Em geral quem faz esse tipo de acusação é o pessoal que
só quer retratar o universo dos Jardins ou da zona sul do Rio, são os jornalistas que não cruzam o túnel Rebouças, por-
que a pobreza é feia. Posso ser acusado de glamourizar esse mundo, assumo a crítica, mas vou tentar mostrar a realida-
de da maioria, com o cuidado que se deve ter. Seria um criminoso se achasse que eles têm que arrancar os olhos
das pessoas, mas longe disso.



Traficantes atraem a simpatia de alguns intelectuais?
Acontece pouco e com poucas figuras. No meu caso é por dever de ofício. Não gosto de fazer caridade. Um país justo não precisa ser solidário. Dizem que é maravilhoso ser soli-
dário, dar pãozinho, aula de música, mas salário ninguém dá. Fala-se que tem que ocupar os jovens. Que ocupação?
Todos querem deixar o morro. Nenhum trocaria um salário
de R$ 1.500 pelo risco da criminalidade.



Muita gente não vira bandido.
É por preservação. O menino tem que decidir se vai trabalhar ou vai para o tráfico. Ele vê o pai, que trabalha há 45 anos para ter aquela vida. O vizinho que trabalhava para o tráfico tinha tênis importado, mas morreu. Não é fácil optar pelo crime. A maioria deixaria o crime por salário digno.



Por que pensou em desistir do livro no episódio do João Moreira Salles (o cineasta depôs por ter ligações com Marcinho VP)?
Ele falou para a polícia do livro. Isso perturbou o processo. A polícia não me ameaçou, mas bastava me seguir e prender todo mundo. E a minha função não era a de punir as pessoas. Se quisesse, era só apontar. Mas o que ia acrescentar? Mais um bandido na cadeia com outros 500



Como é Marcinho VP?
Um cara inteligente. Se destacaria se tivesse tido a trajetória de um jovem de classe média. É inquieto, curioso, tende ao exagero. Tem aspirações políticas pouco claras, mas, se fizesse parte da sociedade organizada, poderia ter uma trajetória assim. Tem esperança de ser porta-voz do Co-
mando Vermelho, o que considero utópico.



Você era amigo de Tim Lopes. Cobriam a mesma área, mas você fez um caminho diferente.
No caminho do Tim, você é mais esperto que eles, escondem a câmera e registra crimes. No meu, sabiam da minha presença, e eu não queria ver crimes. Não chego à verdade absoluta como o Tim chegava.



O risco dele foi maior que o seu?
Sem dúvida. Ele denunciou crimes numa favela e voltou lá. No dia, foram mais espertos. Criminosos se impõem pela força porque são desorganizados, embora chamem de crime organizado. Um é chefe, pois matou cinco, e o outro, para
ser, precisa matar sete.



Após o Rota 66 sofreu ameaças?
No primeiro ano, foi complicado. Depois, houve perseguição
na Justiça. Foram cinco processos e há dois correndo. No livro, os personagens principais são os oficiais da PM que mataram mais de 20 cada. Mas foram os mais secundários, que não mataram tanto, de seis a oito pessoas, que me processaram. Ganhei as ações. Acredito em perseguição porque eles só perdem, mas continuam fazendo porque me prejudicam.
Todas as minhas economias vão para aí.



Mas houve ameaças?
Não posso dizer que sim, apenas um ou outro
me vê na rua e faz piadinha.



Neste atual trabalho teve medo?
Só tive problemas na Argentina. Fui falar com o Juliano quando ele estava clandestinamente no país. Estava revoltado pois tinha perdido o morro. Dizia que queria estar perto da pobreza. Na hora, a tevê exibia o jogo do Boca Juniors e Independiente ao vivo. Eu disse: “O povo está ali”. Compramos ingresso. Chegou um cara por trás de mim com um punhal e gritou: “La plata!”. Não conseguia tirar o dinheiro e começaram a me bater. O Juliano veio correndo dando paulada. Me furaram a perna com o punhal, tentaram apunhalar minha barriga. Juliano se revoltou: “Como a polícia vê e não faz nada, tem que matar esses caras”. Eu falei: “Ah, é assim?”. Ele disse que nunca tinha se visto do outro lado.



Como pessoas próximas a você lidam com esse risco?
Cuido bem da minha segurança. O risco real não é tão grande como parece para quem está de fora.



Saiu do País por ameaças?
Não, de modo algum. Queria estudar, e Londres oferece possibilidades. Quis também me afastar um pouco, estava sendo muito solicitado e não consigo dizer não. PMs me ligavam para denunciar tenentes, mães que perdiam os
filhos pela violência. É maravilhoso porque resulta do tra-
balho. Mas queria um pouco de paz.



Você se mudou com sua família?
Prefiro não falar da vida pessoal.



Como foi sua infância?
Cresci na periferia de Porto Alegre. Cursei escola pública
e tive influência dos católicos progressistas. Isso me
ajudou a entender minha realidade.



Quando decidiu ser jornalista?
Desde menino. Saía do meu bairro à noite, ia ver como moravam os ricos e escrevia. Depois fiz faculdade de Matemática e trabalhava como taxista para ajudar a família. Comecei a fazer o jornal do centro acadêmico, com uns hippies. Virei hippie também


09/06/2003


http://www.terra.com.br/istoegente/201/entrevista/index.htm

Agenda do Zine Oficial 2008

Superando as dificuldades pelo coletivo

O projeto de uma agenda reunindo bandas do DF e Entorno vem desde 2006 e é uma idéia genial do Fellipe CDC. No final do ano passado essa empreitada não ganhou muito respaldo de nossa parte, por causa dos custos altos e pelo fato de que reunir diversas bandas para dividir as despesas sempre é um trabalho árduo.

Insistente, CDC voltou a tocar no assunto diversas vezes no decorrer de 2007. Em um projeto preliminar, foi confeccionada a "boneca" de uma agenda toda estilosa com uma página para cada dia do ano. Seriam impressas 1000 agendas de uma só vez, sem identificação. Posteriormente, as bandas interessadas poderiam adquirir um certo número de exempalres, os quais seriam personalizados com release de cada grupo. As agendas não adquiridas pelas bandas não seriam perdidas, uma vez que o projeto gráfico previa o reaproveitamente do material para uma posterior reedição, provavelmente personalizada como brinde para clientes não necessariamente ligados ao rock.

Tanto pelo custo alto, quanto pelo caráter individualista desse projeto gráfico, CDC reprovou a primeira versão da agenda. Seu raciocínio era o seguinte: se uma banda adquirisse 30 exemplares para personalizar, ela iria divulgar seu trabalho para 30 pessoas no máximo. Se a agenda fosse coletiva e 36 bandas participassem, seriam no mínimo 1.080 exemplares para divulgar o trabalho de todas as bandas participantes.

Assimilada a idéia da coletividade, outro projeto foi elaborado e o próprio CDC passou a enviar e-mails para seus contatos para conseguir as adesões necessárias, fazendo o papel de coordenador geral. Em menos de duas semanas, as vagas esgotaram-se. O que parecia ser o fim de um trabalho fácil, mostrou-se apenas o começo de uma árdua jornada. Foi preciso esperar que cada banda superasse suas dificuldades internas (tempo, grana e coordenação na área de divulgação) para receber de cada uma o material necessário para editoração final. Tivemos, inclusive que substituir 4 participantes inicialmente confirmadas. Tudo numa boa, preservando sempre os interesses da maioria e deixando abertas as portas para futuros projetos.

À Todas as bandas que estão participando da edição final da agenda, às que não puderam continuar até o fim por um motivo ou por outro, e às que manifestaram a intenção de estarem juntas nessa empreitada, nosso apoio sempre, seja no Zine Oficial impresso ou neste site. Sabemos que muitas bandas batalham juntas e que a realização de uma é compartilhada com alegria por outras. Que a união entre todas possa ser cada vez mais sincera e mais ampla.

Esse é o teor do trabalho que vocês terão em mãos em breve. Essa iniciativa prova que é possível criar uma nova mentalidade para a produção underground daqui para frente. A Agenda 2008 do Zine Oficial vai estar 365 dias em 2008 lembrando a pelo menos 1500 pessoas (tiragem final prevista) que é preciso apoiar todos aqueles que trabalham sério para manter a cena viva no DF e Entorno (músicos, produtores e empresários ligados a esse nosso universo). Cabe especialmente ao público valorizar o esforço. Prestigie sua banda preferida: vá aos shows, contrate serviços e adquira produtos dando preferência a quem apóia o underground.

Tomaz

Aproveitando o zine oficial esta de cara nova.

terça-feira, dezembro 25, 2007

Entrevista Vulcano

OBS: Estava lendo uma materia na Revista Roadie Crew sobre alguns albuns lançados em 1987 por achar bem interessantes resolvi publicar aqui também. Pra começar VULCANO e seu album Antropophagy um CRASSICO do metal nacional, na verdade a maioria dos albuns lançados naquele anos se tornaram clássicos..........Divirtam se.



VULCANO - ANTHROPOPHAGY

Por Ricardo Batalha

Riffs de guitarra rápidos e marcantes. Baixo pulsando no limite. Bateria repleta de 'blast beats', com linhas executadas sem dó com fêmures e tíbias como baquetas (literalmente). O microfone não era só uma extensão da voz, mas aquele instrumento feito também de osso de onde saia a voz gutural de Angel. Assim seguia o Vulcano, que vivia um grande momento, colhendo os frutos dos álbuns Live! (1985) e Bloody Vengeance (1986). Confira a seguir a entrevista na íntegra com Zhema Rodero, Arthur Rodrigues e Angel, que falam sobre a situação do Vulcano à época do álbum Anthropophagy (1987).

Como estava o Vulcano após as mudanças de formação na época do Anthropophagy? Zhema Rodero foi para a guitarra, Fernando Levine assumiu o baixo e Arthur Rodrigues a bateria...
Arthur Rodrigues: O Vulcano no auge de sua carreira. Vinha de dois álbuns acertados: Live!, o primeiro petardo ao vivo do Brasil, e Bloody Vengeance, o divisor de águas do Black Metal. Então, o Zhema e o Angel estavam confiantes em trocar praticamente a banda toda. Não porque queriam, mas porque Zé Flávio já havia saído para formar o Ritual, depois Psychic; e o Soto Jr. e Laudir Piloni saíram até hoje não se sabe exatamente por que. Eu e o Levine já entramos para compor as novas músicas e foi aí que nos deparamos com um 'jeito de compor' totalmente diferente, ou seja, o estilo próprio do Vulcano. Lembro-me que nos preocupávamos muito em não parecer com outras bandas e não ter mapas de músicas iguais. Era o estilo do Vulcano e respeitamos isso. Foi época também em que o Zhema foi para a guitarra, então praticamente estávamos começando uma nova banda naquele momento.

Conte como se deu a produção do álbum Anthropophagy. Por que você quis comandar os trabalhos no estúdio Guidon ao lado do Edy Bianchi?
Zhema: Foi uma decisão errada para a época. Na verdade eu deveria ter deixado por conta do Edy ou mesmo ter aceitado a proposta de Johnny Hansen de assumir a produção do álbum. Eu estava com uma concepção na cabeça em conseguir um álbum pesado e rápido ao mesmo tempo acreditando que dobras de guitarra fariam a parte pesada e a bateria faria a parte rápida. Engano meu. Quase acabei com a produção! Por exemplo, insisti em um timbre de caixa que só agora, anos depois, eu sei que nunca conseguiria, pois o que eu procurava necessitava de muita pressão da baqueta e no centro da caixa. Como conseguir isso com aquela velocidade?!... Impossível!

Arthur: Para mim foi um momento de maior importância na minha vida. Não era fácil gravar um LP naquela época e eu estava fazendo isso com 18 anos de idade. Lembro que dormimos no estúdio, pois não tínhamos grana para hotel, e eu dormi ali ao lado da bateria. Para mim aquilo foi o máximo!

Qual a sua análise a respeito do resultado final?
Zhema: Ficou longe daquilo que eu esperava como resultado. A gravação ficou um tanto prejudicada pelo excesso de guitarras e reverberação, fazendo com que a base da música embolasse e a voz fosse levada para trás. O Anthropophagy foi gravado no feriado de 7 de setembro de 1887. Em três dias, sábado, domingo e na segunda o álbum já estava pronto. Mas o fator agravante mesmo foi o corte. Para você passar uma gravação de uma fita magnética para a bolacha de vinil tem um processo intermediário chamado corte que é de extrema importância, tanto que só era feito por profissionais de corte e era caríssimo. Foi aí que não foi bem feito. Perdeu muito.

Arthur: Com relação as composições, eu creio que ficou da maneira pensamos, rápidas, mapas diferenciados, 'blast beats', coisa que o Laudir Piloni criou, e a regravação de Fallen Angel, que viria a ser a primeira faixa do Live! em versão de estúdio.

Como foi a receptividade do disco?
Zhema: Aquele lançamento, no meu entender, chegou muito cedo à cena. Ele deveria ser lançado alguns anos mais tarde e com melhor produção. Ele não pertencia ao final dos anos 80. A maioria não entendeu muito bem aquela sonoridade.

Arthur: Pois é, mas muito reconhecido atualmente após o lançamento em versão CD pela I Hate Records da Suécia. Ele deram um tratamento acústico excelente e recuperaram a qualidade perdida. Atualmente é um item 'sold out' e com ótimas resenhas pela mídia no exterior.

Como foram os shows de promoção e divulgação do Anthropophagy? Lembro de ter visto de perto vários, incluindo o festival no Circo Marinho "South American Death Fest" com a Dorsal, Krânio Metálico e Massacre (CHI) e o show no Teatro Mambembe...
Zhema: Foi um período de grandes shows! Fizemos vários durante aquele final de ano e início de 1988. Estivemos nas principais capitais do sudeste e pela primeira vez fomos ao nordeste e estivemos também no Chile. Era um período ainda complicado com relação a bons equipamentos de palco e P.A. Os shows eram ainda precários, porém o público era de primeira.

Vocês consideram o Vulcano uma banda de vanguarda, pois já fazia um som extremo e com 'blast beats' muito antes do Krisiun, por exemplo, estourar?
Zhema: Sim. Nós tivemos várias atitudes de pioneirismo e vanguarda. Fizemos um single totalmente independente utilizando o estúdio da Top Tape; gravamos o primeiro álbum ao vivo; utilizávamos fêmures e tíbias como baquetas; produzimos o Bloody Vengeance, um álbum totalmente diferente do que se fazia na época - e com uma capa mostrando o interior de uma igreja em chamas -; fizemos o Anthropophagy, etc, etc...

Angel: Fazíamos, e ainda fazemos, um som muito espontâneo, mas revendo vídeos da época posso dizer que nos diferenciávamos das outras bandas, pela agressividade e rapidez, que na época não era comum.

Conte como estava a cena nacional há vinte anos? Conte um pouco para os nossos leitores e os fãs da nova geração que não viveram aquela época quais bandas vocês tinham ligação, quais casas de shows/bares/eventos havia naquela fase e como era a cena para vocês do Vulcano...
Angel: A grande diferença que percebemos é que agora existe uma preocupação maior nas pessoas que promovem shows, quanto a qualidade dos equipamentos. Fora isto, creio que continua tudo bem semelhante aos anos 80. O público é o melhor do mundo, tocamos nos mesmos lugares, ou seja, sedes campestres, ginásios e barzinhos; dificilmente tocamos em casas de shows...

Zhema: As bandas em 1987 estavam mais voltadas ao Thrash Metal e à qualidade das gravações. Então, havia muita influência de Metallica, Exodus, etc. Tocávamos sempre em grupos, Vulcano, Dorsal Atlântica e promovíamos nossos próprios, vamos chamar de, mini-festivais. Em Santos fizemos um festival histórico com Masscre, Dorsal Atlântica e Krânio Metálico. Nunca bandas undergrounds haviam conseguido trazer 1.100 pessoas em um único evento. O Batalha estava lá e pode confirmar isso! Depois desse evento abrimos um caminho para que todas as bandas viessem à Santos mostrar sua música.

Como foi a aceitação e a receptividade do relançamento do "Anthropophagy" em CD, que veio junto com a Demo "Devil On My Roof" de bônus?
Zhema: Muito boa. Começando pelo trabalho de remasterização do álbum feito pela I Hate Records até os indicadores de vendas. As músicas estão muito mais audíveis e a produção gráfica excelente, com 16 páginas contendo fotos inéditas, letras e ficha técnica. Tenho lido boas resenhas no exterior e as vendas foram muito boas. No Brasil não houve repercução nenhuma, mas lá fora ajudou muito na manutenção do Vulcano na cena. Quanto a Demo, ela foi gravada em 1984 em minha casa. Eu tinha um mesa EMC de 16 canais e improvisei um estúdio. Uma curiosidade é que ela nunca foi colocada à venda ou mesmo para divulgação. A única pessoa que recebeu uma cópia com release, capa, etc. foi o Luiz (Calanca) da Baratos Afins, mas ele nunca me respondeu.

Como está o Vulcano atualmente? Quais os planos da banda?
Zhema: Terminamos a composição das músicas que farão parte do próximo álbum. Serão 11 músicas inéditas e começaremos a gravá-las em dezembro. Muito provavelmente este novo álbum sairá em fevereiro. Antes disso, a Cogumelo estará lançando uma edição limitada do Bloody Vengeance, com uma concepção gráfica totalmente diferente e em formato dual-disc - de um lado o áudio do álbum e do outro um DVD do show de lançamento em Belo Horizonte, em agosto de 1986. Gravado em várias câmaras e totalmente reeditado. Em dezembro estaremos tocando em Santiago e Antofagasta no Chile. Para esse retorno ao Chile, a Proseliytism Records estará lançando o Tales from the Black Book em uma versão limitada e com uma arte gráfica totalmente diferente daquelas que estamos acostumados, além de estarmos negociando o licenciamento do Tales from... e do Bloody... na Europa na versão vinil.
..
"ANTHROPOPHAGY" COMENTADO FAIXA A FAIXA POR ZHEMA RODERO:

01 - RED DEATH: Curiosamente, apesar, de ser a primeira do disco, foi a última que fizemos. Ela tem uma boa letra inspirada em um conto de Edagar Allan Poe.

02- DEATH ANGEL'S ARMIES: É uma das que mais gusto, tanto dos riffs como da letra

03- BRAINWASH: O riff inicial dela nos deu um enorme trabalho no studio, pois o tempo não esta em um compasso 4x4. Se notarem bem tivemos que fazer uma vocalização diferente para essa música.

04- F.T.W. (FUCK THE WAR): Esta música possui um riff totalmente diferente de tudo que já tinha de ouvido até então. Ela possui uma parte “slow” que agrada muito na execução ao vivo.

05 - FALLEN ANGEL: Uma regravação do álbum ao vivo. As músicas do ao vivo nunca tiveram versão de estúdio, então eu comecei a colocá-las nos álbums a partir desse. Os solos são do Johnny Hansen, autor da música.

06- ANTHROPOPHAGY: A faixa-título. Sonhei que estava no topo da Serra do Mar com a banda, olhando para a baixada Santista. Só que não existia mais, pois havia tido um cataclismo nuclear. Era só poeira radioativa e antropofagia. Então fiz a música. Note que na caverna (na capa) estão desenhados o Laudir, Zé Flávio e Soto Jr

07 - ANYONE CAN KILL: A letra procurou retratar a visão do Arthur e Levine sobre server o exército. Afinal, eles estavam na idade de se alistar!

08 - STIRRING: A música possui ótimos riffs e fala sobre uma igualdade de estilos - Thrash, Death, Black, Punk... A letra em si tem muita dinâmica!

09 - (AM I CRAZY?): Uma criatividade do Arthur! Ele fêz aquilo lá mesmo no studio. Espontaneidade! Curiosidade: aquele timbre agudo de percursão que aparece no fundo da música foi feito em um vidrinho de Nescafé que estava dando mole na cozinha do estúdio!

10- MEGATHRASH: Ótimos riffs a partir do primeiro quarto da música.

11- UPRIGHT: Não é uma música que aprecio muito. Faltaram elementos mais interessantes, que fica por conta de apenas um riff na parte 'slow'.

Sites relacionados:
www.myspace.com/vulcanobrazil
http://www.vulcano.hpg.com.br/

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Laços eternos

Esse video .....bom deixa pra lá.

quarta-feira, dezembro 19, 2007

Hangar 18 Festival no Galpãozinho

O Estúdio Hangar 18 (Gama Leste) finalmente consegue realizar o esperado Hangar 18 Festival. O evento seria em novembro, mas devido à demora na reforma das instalações do estúdio, que será reinaugurado a partir da realização do Festival, os produtores decidiram alterar a data para o dia 22 de dezembro de 2007 e realizar os shows no Galpãozinho, próximo à rodoviária do Gama. Todas as vagas já foram preenchidas com as bandas Artigo 137, Black Bulldog, Caffeina, Faces do Caos, Mechanix, Nervo e Silent Razee. A sonorização ficará por conta do Macarrão, com o mesmo equipamento utilizado no Festival Rock Cerrado. Maiores informações com Davi pelo fone: 61 3556-0492.



DIA 22
LOCAL : GALPÃOZINHO (ao lado da Rodoviaria do Gama)

Show HARDCÔRO DE NATAL

As bandas INNOCENT KIDS, GALINHA PRETA, OS MALTRAPILHOS, SETE PELE, SECONDS OF NOISE, EJACULAÇÃO PRECOCE, GONORANTS, KANELA SEKA são o grande presente de natal que a galera do "0800" poderia ter nesse fim de ano, em pleno coração do Plano Piloto. Dia 22 de drezembro de 2007 as oito bandas estarão se apresentando gratuitamente a partir das 17 horas na praça em frente ao CONIC, no evento chamdo "HardCôro de Natal. Compareçam, curtam o show e pensem bem sobre o que falamos na abertura dessa página. Em 2008 vamos incentivar o trabalho da galera que batalha na cena underground comparecendo também aos shows pagos. Por enquanto, economize seus $Petrônios e meta a mão no bolso somente para anotar direitinho esse compromisso no centro da Capital Federal: 22 de dezembro, 17 horas, show "di grátis" no CONIC.

domingo, dezembro 16, 2007

Simbiose CD "Evolution" 2007

Essa resenha saiu na Revista portuguesa LOUD.

SIMBIOSE
«Evolution?»
[CD – Major Label Industries]

Apesar da já longa carreira destes históricos crusters nacionais, em «Evolution?» tudo dá a ideia de um novo começo. Não que a banda, sempre enérgica, necessitasse de um renascer, mas apresentando uma nova editora, uma nova formação e um álbum com uma apresentação luxuosa e cheio de surpresas, dá a sensação de que os Simbiose são novamente jovens famintos. E se dá a sensação, é porque são mesmo. Há em «Evolution?», mais do que qualquer mérito musical que já vamos discutir a seguir, uma convicção e uma verdade férreas – nota-se que estas letras não são fruto de uma qualquer politização “só-para-parecer-bem-no-disco”, há aqui ideais que precisam de ser disparados desta forma concisa e brutal. O que se reflecte na música. Antes de mais, de assinalar as aparições de dois ilustres convidados, Dean Jones [dos britânicos Extreme Noise Terror] e João Gordo [dos brasileiros R.D.P], sendo que este último escreveu mesmo a letra de «Ideia Deliróide». São como que dois marcos de credibilidade que ajudam a validar tudo o que de bom se passa à volta, no resto do disco, e há muito de bom a passar-se – sabendo evoluir, dentro de um género no qual isso não é fácil, os Simbiose fogem à monotonia inevitável do punk/crust empregando doses cavalares de thrash, mas thrash metal a sério, daquele dos anos 80 de que quase ninguém se lembra, ou lembra-se by proxy a ouvir Municipal Waste. Com isto, e com um som basicamente perfeito para este tipo de música, sujo o suficiente para não estragar os riffs, conseguem um álbum variado, nunca aborrecido, nunca estagnado, que mantém apesar disso a intensidade bem em cima. Sempre a rasgar, com duas vozes muito complementares, é um registo que tem um potencial universal – desde os punks até aos amantes de grindcore até ao deathster mais empedernido, passando, claro, pelos thrashers, ninguém tem razões para não gostar disto. Poderoso, genuíno e obviamente recomendado. [8] J.C.S.

Entrevista SIMBIOSE (Port)

O primeiro show de 2008 será aberto com chave de ouro nada mais do que o Colera pra começar o ano de muitos shows. E pra ambrilhantar este evento o SIMBIOSE banda portuguesa da melhor qualidade estará apresentando seu Crust/Metal pela primeira vez em Brasilia e vale lembrar que a tourne deles terá inicio aqui em Brasilia, pra quem não conhece esta ai uma entrevista com os caras divirtam se.

Osubzine:Saudações Jonhie. Pra começar voce poderia nos apresentar o SIMBIOSE?
Jonhie : simbiose é uma banda de lisboa,portugal,q teve inicio em 1991,que toca crust/metal
hoje em dia e depois de alguma mudança de formação a banda são HUGO - vocalsJOAO- vocals, PAULO- guitar, NUNO- guitar, BIFES- bass, LUIS- drums

Osubzine:quais as expectativas da banda em relação a sua primeira passagem por terras brasileiras?
Olha cara... Nossas expectativas são muito boas, pois faz anos que nos correspondemos com galera do Brasil e sempre ouve uma boa aceitação e mt vontade de nos levar ai!
por isso acho que vai ser do caralho! Nesse momento recebemos mts e-mails de galera do Brasil ansiosa por chegar o show

Osubzine: O primeiro show será com uma das mais conceituadas bandas de punk Rock do Brasil uma banda q influenciou uma geração aqui no Brasil. Será a primeira prova de fogo do Simbiose no Brasil. Vocês conhecem o Cólera?
Jonhie : Claro que sim. Alias bandas como cólera,ratos de porão,olho seco,garotos podres,sepultura São todas bandas que nós todos escutávamos e escutamos em particularmente do cólera,para nós vai ser uma honra tocar com eles ai,pois é uma banda que temos muito respeito,por a idade que têm e por sempre ao longo desses anos ter mantido essa consciência política e social vai ser muito compartilhar o palco com eles vai ser mt bom compartilhar o palco c eles

Osubzine: Por falar em RDP o gordo participou em uma musica "Ideia Deliróide" no novo cd da banda Evolution, alen do Gordo tambem participou o Dean Jones ( Extreme Noise Terror). Como aconteceram essas participações ilustres neste novo CD?
Jonhie : bem! tanto um como outro,são vocais de bandas que no inicio em 91, eram uma grande influencia para a banda...no caso do dean jones,nós fizemos aqui um festival junto em Portugal,que tocava varias bandas mas entre as quais extreme noise terror e driller killer então desse festival surgiu o split com o driller killer que no show falamos em ir ate ao estúdio onde nós gravamos sempre os discos e eles gravarem 2 temas lá
No caso do dean jones ele curtiu muito a banda,ele ainda não tinha visto a banda ao vivo e apartir de ai surgiu uma forte ligação entre nós e nós o convidamos a participar nesse disco no caso do joão gordo,ele ja conhecia a banda e fizemos o convite. Cada um gravou em sua cidade e nos misturamos aqui

Osubzine:Dos discos que o simbiose gravou o que representa o Evolution em relação aos anteriores?
Jonhie : Representa maturidade, evolução da banda e mais abranjente

Osubzine:O som de vcs é bem mais voltado pro metal quais são as influencias banda?
Jonhie : grind,core, punk,metal80`s, punk,old hardcore,trash 90´s,debeat

Osubzine:Você poderia falar um pouco sobre a cena de Portugal? você possuía um selo chamado Anti corpos que chegou a lançar um split de uma banda daqui chamada DFC estou certo?
Jonhie : bem a cena em Portugal é bem diferente da do Brasil em alguns aspectos mas muito igual em outros para já temos uma forte diferença porque Portugal é muito pequeno e não tem muita galera a curtir o nosso som ou som mais alternativo...ligado ao punk,hc,crust/grind logo ai tem uma grande diferença agora Portugal a semelhança do Brasil sempre teve boas bandas de punk/hc e crust o motivo e que por exemplo em vez das bandas editarem um disco que venda umas 1000coipas aqui e foda pois tem pouca galera,só para ter uma idéia são Paulo tem mais habitantes que o Portugal inteiro por ai vc vê são realidades distintas sobre sua pergunta esta certo sim,editei ja varias bandas aqui brasileiras o dfc e os garotos podres esse selo foi feito na altura para editar bandas portuguesas mas logo se alargou simbiose sempre foi editado pela anticorpos que era uma editora com o espirito D.I.Y.

Osubzine: o Evolution foi editado por um selo maior isso é muito bom pra banda q pode alcançar novos horizontes.
Jonhie : SIM alias a intenção é essa...apesar do evolution teve varias edições de varias editoras...aqui na Europa tivemos uma edição em cd e outra em vinil no Brasil e no japão em cd e a idéia é sempre essa chegar a mais galera.

Osubzine:Bom gostaria de te agradecer pela entrevista e dizer q o Simbiose será bem vindo ao Brasil principalmente a Brasilia lugar que tem um dos publicos mais insanos do Brasil. O que o publico Brasileiro pode esperar do show do Simbiose?????????
Jonhie : bem como vc sabe esse show de dia 12 não é nosso!e dos cólera eles são atração principal,por isso iremos tocar cerca de uns 40m bem mas o que a galera pode esperar é:brutalidade,boa disposição e destruição eu em nome dos simbiose é que agradeço sua entrevista um forte abraço simbiôntico e espero velo lá no show

Osubzine: sim com certeza estaremos lá. Uma ultima pergunta pra quem não conhece a banda vcs traram material de merchandise pra vender no evento?
Jonhie diz: sim teremos camisetas, cds,bottons e nesse show vai ter ainda vinil vamos levar pouca quantidade,pois a diferença do real e euro é muita,como vc sabe e ai fica fudido para a galera comprar

Conheça mais sobre esta banda:



segunda-feira, dezembro 03, 2007

Mistérios no Planalto Central

POR TOMAZ (editor do zine oficial)

Mistérios no Planalto Central e jogo de bastidores na política de incentivo à cultura no DF e Entorno

Muitas coisas são mais difícieis de se explicar do que casos como os do E.T. de Varginha, em Minas Gerais, ou as coincidências astrais que culminaram com a construção de Brasília, de onde jorraria "leite e mel", segundo o sonho-profecia de Dom Bosco. Essa época Natalina mexe com a cabeça de muita gente, que faz planos para mudar a sorte no Ano Novo, assim como fizeram os candangos nessa região outrora inóspita. Baseados nas promessas e sonhos que invadem as mentes esperançosas, resolvemos aproveitar a visita da banda paulista "Invasores de Cérebro" ao Planalto Central, terra com carregada cultura mística e ufanista, para tentar encontrar uma definição apropriada sobre o que realmente são "Invasores de Cérebro" , comentando alguns mistérios sobre a política local, a produção de eventos com recursos provenientes de fundos de incentivo à cultura e a mentalidade do público no apoio ao underground.

Invasores de cérebro seriam seres bem intencionados ou chupa-cabras jogando sujo para alienar nossa consciência, submeter nossas vontades e sugar nosso suor? Muitos candidatos poderiam encaixar-se perfeitamente nessa segunda definição. Promessas políticas trouxeram brasileiros de todos os cantos para o cerrado do Planalto Central. A maioria deu todo seu suor, mas poucos aproiveitaram o "leite e mel" profetizados por Dom bosco.

Isso tem relação, sim, com o histórico show da banda "Invasores de Cérebro" dia 08 de dezembro de 2007 no Teatro Galpãozinho, ao lado da rodoviária do Gama, com abertura das bandas locais A.R.D., Kanibias, Terror Revolucionário, Faces do Caos e Señores, de Goiânia. É mais um evento que conta apenas com a bilheteria para pagar seus custos. A cessão do Teatro Galpãozinho do Gama junto à administração regional, o engajamento das próprias bandas e a adesão de alguns apoiadores aliviam um pouco as despesas, mas vemos que outros eventos têm tratamento privilegiado, principalmente no Plano Piloto.

Então, é só no Plano que tem "leite e mel"? Não, não. Observamos o crescente apoio de políticos em panfletos de shows undergrounds pelo Entorno e suas promessas de incentivo às produções da região, mas é preciso lembrar que 2008 tem eleições municipais. Além do apoio financeiro momentâneo, é fundamental cobrar propostas duradouras e fiscalização na distribuição de recursos após as eleições, evitando dados viciados e “esquemões” nas Prefeituras.

Recentemente, denúncias contra produtores do DF e uma funcionária do Ministério da Cultura colocaram a pulga atrás da orelha de muita gente. Quem nunca consegue ser contemplado com recursos públicos do DF, como o Fundo de Apoio à Cultural, da Secretaria de Cultura, também passou a suspeitar de cartas marcadas nesse baralho.

O FAC é importantíssimo para viabilização de muitos projetos. Se há desconfiança, as queixas devem ser endereçadas aos órgãos competentes, de forma séria, como fizeram aqueles que denunciaram o suposto esquema no MinC em favor do Porão do Rock, o maior festival de rock do DF. Não estamos aproveitando esta edição para fazer juízo. Há bastante coisa a ser apurada e a leviandade não faz parte da linha editorial do Zine Oficial, que completa o ano de 2007 com sua décima terceira edição sainda da gráfica, mesmo com todas as dificuldades para tornar-se auto sustentável, mantendo a independência e a liberdade de expressão.

O número 13 estampado em nossa capa traz em baixo a mensagem: “Que 2008 nos traga atitude para não precisarmos apelar para sorte.” Sorte de favores. 13 é um número que pode significar sorte ou azar. 13 é o último número impresso do Zine Oficial em 2007. 13 é também o número de registro do partido do Lula, dono do cargo mais cobiçado por todos os outros partidos políticos que estão no jogo pelo poder. A coincidência nos levou à análise das duas faces do 13. Quando o sapo virou “rei”, sua sorte mudou. Muitos que perseguiam o peão barbudo passaram a bajular o mandatário de barba grisalha bem aparada. Assim acontece em todas as esferas de poder, infelizmente.

A possibilidade de retorno político ou financeiro é o principal critério dos espertalhões que jogam com a sorte em vésperas de eleições e nos gabinetes, infiltrados em diversos partidos, de esquerda e de direita. Não têm identificação ideológica alguma nem propostas, só querem estar por dentro do "cérebro" da gestão de recursos.

2007 teve shows com várias atrações nacionais e internacionais no circuito underground, sem o mínimo crédito dos fundos de apoio à cultura ou apoio direto de representantes eleitos. Salvo a cessão de espaços como o Teatro Galpãozinho do Gama, pouca coisa foi oferecida. Alguns eventos têm mesmo a intenção de não criar maiores vínculos com o poder público. Muitos produtores não querem nem cadastrar-se como “agentes culturais”. A verdade é que alguns não conseguem os pré-requisitos legais para o pleito. Se um projeto não está nos padrões estabelecidos por uma minoria ou nas graças da grande mídia, dificilmente passa, e isso desestimula a turma. Defendemos que o desânimo não vai virar o jogo. Tem muita gente séria dentro do carteado público-político, mas cada rodada na captação de recursos só será limpa com olhar atento de todos. Não dá para piscar. Apenas a participação e a fiscalização de cada vez mais interessados podem inibir a ação daqueles que insistem em manipular as cartas, daí a importância de apresentar projetos e acompanhar seu trâmite. Um único elemento pode embaralhar vários processos.

O Distrito Federal, terra de "leite e mel", não terá eleições em 2008. Porém, as partidas por votos vão envolver todos os municípios do Entorno, onde a falta de projetos como o FAC dificulta ainda mais o acesso ao incentivo público para produções. 2008 é o momento de exijir uma política cultural ampla para os próximos anos, sem agarrar-se a promessas vazias. Se desejar anular o seu voto, como muitos pregam, lembre-se das palavras do retirante nordestino Luiz da Silva, que mudou a própria sorte: “Quem não gosta de política vai acabar sendo governado por quem gosta”.

O importante é ter consciência sempre. Cada cabeça é um guia. Informe-se, leia muito, produza suas músicas, seus shows, seus fanzines e compareça aos shows para divertir-se e bater papo. Compartilhar e amadurecer idéias é sempre melhor que submeter-se passivamente às dos outros. Um cérebro forte, ninguém invade, a não ser que sejam "Invasores de Cérebro" com uma formação bem nervosa, com momentos que vão do mais pogante punk rock até o mais violento hardcore. Esse será o show que encerrará as edições impressas do Zine Oficial em 2007, com produção da nossa colaboradora Bárbara Cólera. Compareça e contribua comprando o ingresso para viabilizar futuras produções do underground, ao invés de querer ficar entrando de graça. É preciso mudar a mentalidade. Muitos eventos só vão continuar acontecendo com o seu apoio. Valeu e feliz 2008!

Tomaz (editorial do Zine Oficial número 13)

sexta-feira, novembro 30, 2007

ARD Lenda viva e raivosa


Materia do correio Brasiliense 30/11/07

Pioneira na cena hardcore brasiliense, a banda ARD, do Gama, estréia em CD com Síndrome do emputecimento progressivo

Daniela Paiva
Da equipe do Correio

Em 20 anos de som, a banda ARD só fez crescer sua lista de motivos para revolta: punk na base

O número de itens que irritam o ARD não parece ter reduzido o tamanho da lista indignada nos mais de 20 anos de existência e 28 formações da banda do Gama. Tome como exemplo temas de Síndrome de emputecimento progressivo, gravado há três anos e que, finalmente, ganha vida nas lojas underground da cidade este mês. O mundo não ficou menos violento nem os jovens pararam de consumir drogas e modismos. E, pelo andar da desordem e do regresso do país, inspiração para novos discos não faltará.

“Penso o tempo todo em parar, mas isso só se justificaria se conseguíssemos mudanças na sociedade”, afirma o vocalista Gilmar Batista, 43 anos, o único remanescente da fase em que a banda batizou-se de Stuhlzäpfchen von n, que significa, em alemão, supositório nuclear. A nomenclatura curiosa, na verdade, escondia, logo no início, a tendência ao discurso social. “A gente surgiu com a ideologia punk. Não aceito o sistema do jeito que está.”

Segundo o grupo, Ataque às hordas do poder, split com B-sbh em vinil, gravado em 1986, foi o primeiro registro hardcore do Centro-Oeste. “As bandas da época tocavam de um jeito mais suave, Detrito Federal, Legião, Capital etc. A gente era hardcore, menino de rua que não tinha instrumento. Ensaiava na sala de casa com catálogo telefônico e tampa de panela como bateria.”

A sigla ARD (After Radioactive Destruction, ou seja, depois da destruição radioativa) passou a ser adotada a partir do split. Em 1988, saiu o primeiro LP, Causas para alarme. Cinco anos depois, lançaram o EP de sete polegadas My Brazil: better 4 than nothing e participaram de várias coletâneas. De acordo com a página da banda no MySpace (www.myspace.com/ardhc), até Jello Biafra, ex-vocalista do Dead Kennedys, enviou e-mail empolgado com o som dos brasilienses. No ano passado, saiu um tributo à banda pela Independência Records, com nomes locais como Kaos Klitoriano, Death Slam, DFC e Besthöven.

A demora para o primeiro CD surpreende pela trajetória reconhecida no underground. “As músicas quase caducaram”, admite Gilmar. Atualmente, o ARD conta com Vander Batista no baixo, Rafael Ciampi e Maurício Libardi nas guitarras e Juliano Lopes na bateria. As intempéries até o disco desembarcar em Brasília prontinho foram desde uma pane no estúdio, que quase pôs o trabalho a perder, até um desvio de rota. “A fábrica de Manaus mandou para São Paulo e não para cá. Era para ter saído em setembro.”

E o que deixa o ARD fulo da vida atualmente? “Com tanta evolução, parece que a gente está a um passo do primitivismo”, queixa-se Gilmar. “A gente não suporta o discurso imperialista, a falsa política do Brasil, a violência em todos os sentidos. Acho incrível o Brasil não ter política pública para a juventude e os meninos de rua.” Isso sem falar no meio ambiente, na guerra, no racismo, na corrupção… Se seguirmos com a lista, o jornal não chega à sua casa.

MANIFESTO INCONFORMISTA
Num mundo cada vez mais acostumado com desigualdades, atrocidades e alienação, o ARD faz manifesto e convocação com Síndrome do emputecimento progressivo. Fala de realidades que seguem despercebidas pela sociedade de olhos vendados, como o alto índice de suicídio no Shopping Pátio Brasil. Retrata o cenário triste e violento, mas, acima de tudo, transmite esperança. Lembra que é possível mudar. E esse talvez seja o grande mérito da lenda hardcore. A importância de uma banda como o ARD é inquestionável. O registro do seu inconformismo, mesmo que tecnicamente soe como rascunho, também.

SÍNDROME DO EMPUTECIMENTO PROGRESSIVO
Estréia em CD da banda brasiliense ARD. Produzido por ARD. 14 faixas. Lançamento Alea Records. Preço: R$ 15
. MySpace: www.myspace.com/ardhc ***

sábado, novembro 24, 2007

Reminiscências de uma Brasília perdida no tempo

Estou disponibilizando aqui uma entrevista de uma banda bem antiga de Brasilia chamada ARTE NO ESCURO. Essa entrevista peguei do site carcasse.
Marco inicial do gótico nacional, o ano de 1985 viu os primeiros registros de bandas como o Muzak, de São Paulo, além de fazer da cidade de Brasília uma incubadora de bandas que, além beber das fontes pós-punks inglesas, assimilavam o estilo e a atmosfera sonora de bandas como Cocteau Twins, Bauhaus e Joy Division.

Antes disso, influências do gótico inglês eram notáveis até mesmo em bandas "comerciais" como RPM, mas sempre havia um atenuador, como o contraponto eletrônico ou, no underground, a adição de sonoridades nacionais (vide o experimentalismo de bandas como Black Future, Chance e Fellini).

Então, o que diferenciava a primeira leva pós-punk daquela safra pós-85? Naquele ano, por exemplo, o Finis Africae tocava "Kick in the Eye" num de seus shows e a apresentava como uma canção de "um conjunto de punks góticos ingleses, o Bauhaus". Se São Paulo tinha as galerias de lojas importadoras de discos, Brasília, igualmente privilegiada, tinha nos filhos dos diplomatas pequenos e eficientes focos de difusão cultural. Não espanta, portanto, o grau de acuracidade com que uma banda como o Bauhaus é citada ao vivo. Havia informações abundantes; além disso, havia muita vontade de produzir algo afim, sendo a banda 5 Generais o exemplo cabal da emulação sonora de então.

Tais bandas não eram casos isolados de uma subcultura limitada a "ilhas" urbanas. Havia intenso diálogo, o que se comprova por uma filipeta que naquele ano divulgava justamente uma apresentação com as bandas Finis Africae, Detrito Federal, 5 Generais, A+ e… Arte no Escuro. Quanto à última, que naquela apresentação estreava muitíssimo bem acompanhada, podemos afirmar que sua trajetória configura um "passo além" rumo a uma sonoridade que não mais se via como herdeira de tradições brasileiras, mas como uma legítima encarnação pós-punk, de cariz gótico e intimista.

Fundada naquele mesmo ano, a banda contava com Lui (voz), Pedro Hiena (baixo e letras), Adriano Lívio (bateria) e Paulo Coelho (guitarra). Já em sua primeira apresentação, a banda protagoniza cenas que serviriam de prólogo à sua lenda: ao cantar "Beije-me Callboy", canção sobre o submundo brasiliense com cenas de prostituição e suicídio, o vocalista Lui despeja um recipiente de tinta negra sobre si, num happening até hoje comentado pelos presentes. Musicalmente, a banda já iniciava com uma maturidade invejável, mas os anos seguintes provariam que havia muito ainda a realizar.

Poucos meses após a primeira apresentação, o vocalista Lui deixa a banda e dá lugar à jovem Marielle Loyola, então recém-saída da Escola de Escândalo, onde fazia os vocais de suporte. O talento, a presença e o estilo da nova vocalista serviram como um enorme diferencial naquele momento de efervescência musical, e as rádios passaram a executar algumas faixas da fita de demonstração da banda, como "Beije-me Callboy" e "Na Noite". Em 1987, o Arte no Escuro foi contratado pela EMI e o álbum intitulado Arte no Escuro (1988) seria lançado poucos meses depois, com evidentes amostras do impacto musical e do apelo visual da banda. Ironicamente, comenta-se (no livro Dias de Luta, por exemplo) que a Escola de Escândalo, banda que expulsara Marielle, foi preterida pela gravadora, que preferiu apostar justamente em sua nova e instigante banda.

Após o lançamento do LP, Marielle funda a banda Volkana, de Thrash Metal, mudando-se para São Paulo. O Arte no Escuro então encontra sua dissolução e seu único lançamento de mercado torna-se cada vez mais cobiçado pelos colecionadores. O contrato com a gravadora, aliás, expirou em 2004, o que deixa o trabalho disponível para negociação por outros selos. Uma eventual edição em CD não só serviria para recompor o quebra-cabeça da história do rock nacional, como também daria algo palpável às legiões de novos apreciadores da banda, que se lamentam de só disporem de arquivos digitais, sem algo mais "palpável". Em CD, a banda teve apenas uma canção lançada ("Beije-me Cowboy"), incluída por Charles Gavin (Titãs) na compilação Discoteca Básica: Pop Rock Nacional dos Anos 80, o que é bom, mas ainda é muito pouco.

Atualmente, Marielle se dedica à banda Cores D Flores e Pedro vive em Londres, enquanto os demais ex-integrantes parecem ter abandonado a música. Conversamos com os dois primeiros a respeito da trajetória do Arte no Escuro, verdadeiro patrimônio da música brasileira dos anos 80.

Muito obrigado por responder a estas perguntas. É uma honra estar em contato com vocês.

Para começar, eu gostaria de falar sobre os anos que antecederam a formação do Arte no Escuro. Brasília era um saudoso celeiro de bandas punks, e vocês integraram as bandas Os Sociais (caso do Pedro), e Escola de Escândalo (caso da Marielle). Como vocês descreveriam esse tempo e as duas bandas cujas histórias se confundem com as suas?

Pedro: Eu e Paulo éramos da "tchurma", como dizia o Renato "Manfredo" Russo, e sempre estávamos envolvidos com o pessoal da Legião, Plebe e Capital. Eles começaram a viajar para o eixo Rio—São Paulo para tocar, e a gente pensava: "se eles conseguiram, por que não tentar?". Anos antes, eu já escrevia letras. "Psicopata", do Capital Inicial, por exemplo, é de minha autoria, e eu tinha um livro cheio delas. Paulo tocava guitarra e eu sempre quis tocar baixo. Os Sociais foi uma das minhas primeiras bandas e, que eu me lembre, só fizemos um show. Eu cantava e escrevia as letras... Todos d'Os Sociais, fora eu, eram filhos de diplomatas, incluindo o Nick, que era alemão. Sempre havia a sombra de que alguém iria deixar a cidade e acho que foi isso o que aconteceu no final. Só não lembro quem partiu... Já ouvi muitos rumores sobre Os Sociais. Eu mesmo não me lembro de nenhuma música e nem do que eu cantava! Tem um mp3 por aí que na verdade foi uma jam session num boteco, eu e um monte de gente, e resolveram dizer que é d'Os Sociais. Pure bullshit! Que eu saiba, ninguém tem algo gravado da época.

Marielle: Bem, na verdade, as lembranças que tenho são as de uma pré-adolescente normal integrando-se a um grupo de pessoas com informações variadas e já criando seus ídolos, que, naquele momento, eram o Renato Russo e o Marcelo Bonfá, nosso galã (risos). O meu primeiro ensaio com o Escola de Escândalo foi engraçado... eles ensaiavam no "closet" da casa do Alessandro "Itália" (o pai dele era embaixador da Itália, acho). Eu cheguei e só conhecia o Itália, e ele foi me apresentando aos outros componentes: Bernardo era o vocalista, irmão mais novo do André X, baixista da Plebe, grande poeta. Geraldo era o baixista, irmão do Loro Jones do Capital, muito boa pessoa e divertido, daí eles me apresentaram o Fejão como um tarado sexual, dizendo que tudo correria bem se eu não chegasse muito perto! (risos) Na minha opinião, ele é um dos maiores guitarristas que esse país já teve, tornando-se um irmãozão... saudade do Nego Véio... Mas o que me assustou mesmo foi a altura dos caras. Acho que o mais baixo deles tinha 1,87 m de altura. Eu, com meu 1,69 m me sentia uma formiguinha ali. Bem, como vocês podem sentir, a nossa convivência sempre foi legal com a turma e tudo era bem divertido... um bando de malucos alegres.

Vocês ingressaram na banda em momentos diferentes. Seria ótimo poder saber um pouco mais sobre o momento em que cada um passou a integrar o Arte no Escuro, o Pedro na formação e a Marielle na substituição do Lui como vocalista. Qual era a "proposta" inicial da banda e como se deu o convite à Marielle?
P: O Arte no Escuro no começo era eu e Paulo Coelho. Eu nem tinha baixo na época e tocava a linha do baixo em uma guitarra. Conhecia o Adriano havia tempos e lembrava que ele tocava bateria. Convidamo-lo e ele aceitou. Com o Lui foi a mesma história: sempre nos encontrávamos no Beirute para tomar uma, e ele tinha interesse em cantar. Acho que ele apareceu ou o convidamos para ver o ensaio e foi isso. Lui é pintor e muito interessado em artes plásticas. Num bate papo, ele comenta sobre um movimento artístico, onde o fotógrafo ou pintor se amarra em arame farpado, sangue saindo, e se pinta e tal. Flagelação por arte. Algo por aí. O nome do movimento era Art in the Dark. Fizemos três ou quatro shows com o Lui nos vocais e parecia que estávamos fazendo um nome. Um belo dia, Lui diz que tinha conseguido transferência de trabalho para o Rio e se vai... Marielle tinha acabado de sair do Escola de Escândalo... éramos fãs do Cocteau Twins; uma voz feminina apelou na época, e pensamos: "por que não?".

M: A minha entrada no Arte no Escuro ocorreu em um momento bem chato pra mim, na verdade, pois eu estava muito triste com minha "expulsão" do Escola de Escândalo pelo Bernardo, após uma apresentação em um programa da Rede Globo chamado Mixto Quente, no qual, das quatro músicas que nós tocamos, foi ao ar justo a que eu cantava, pois na banda eu era só backing vocal, e havia essa música chamada "Complexos" que o Bernardo fez para eu cantar. Nossa, fiquei muito mal com o telefonema dele... e pesou o fato de ele não ter me falado ao vivo, foi pelo telefone... foi punk mesmo. Então, no dia seguinte, o pessoal do Arte no Escuro me ligou dizendo que o Lui estava indo morar no Rio e que eles estavam sem vocalista... nossa, para mim foi tudo de bom, pois eu já conhecia o pessoal da banda e, claro, conhecia o som, pois lá como já te disse todos conheciam todos e todos apoiavam todos. Acho que esse era um grande diferencial do que presenciei depois em vários cenários da música pelo país... a gente podia até xingar, zoar e tudo mais nos shows das outras bandas, mas sempre estava todo mundo lá (risos)!!! Éramos adolescentes felizes!!

Marielle Loyola Não é raro ouvirmos testemunhos entusiasmados de apresentações ao vivo do Arte no Escuro repletos de cenas antológicas. Dizem que, certa vez, por exemplo, o Lui despejou tinta preta sobre o próprio corpo cantando "Beije-me Callboy". E para vocês, quais foram os momentos "ao vivo" mais memoráveis?
P: Esse "show da tinta", na verdade. Foi o nosso primeiro show... Tivemos muitos shows memoráveis, lembro-me de um no Teatro Galpão, em Brasília, já com a Marielle, chamado "Feira de Música", que acontecia toda segunda-feira. Cada banda tocava duas músicas e era isso. A platéia não hesitava, atirava tomate e o diabo se a banda fosse ruim. Tocamos duas músicas e não atiraram nada; no final, aplaudiram. Acabamos sendo convidados para fazer uma noite especial só do Arte no Escuro. Nossos shows tinham muito clima e energia, coisa que no disco acabou sendo pasteurizada, o que foi uma pena. Na minha opinião, o registro acabou não fazendo justiça ao Arte no Escuro.

M: Putz... na verdade, com o Arte tenho várias recordações legais, o show em Fernando de Noronha... acho que fomos a única banda de rock a tocar lá... meu... o povo gritava muito com a iluminação, eles piraram realmente. O show histórico no Teatro Nacional também, onde fizemos do palco a platéia... foi assim: colocamos arquibancadas no palco e nós, músicos, ficávamos em pequenos tablados individuais. Foi o show de lançamento do disco, muito legal. Na verdade, tínhamos um superempresário, também moleque como a gente na época, mas que sempre soube agilizar e potencializar nossa banda: Luiz Fernando Artigas (Fegê), que hoje é um grande articulador político de Brasília.

Bandas como Gang of Four e Joy Division são muito citadas como influências pelas bandas brasilienses de meados dos anos 80. No caso do Arte no Escuro, vocês acham possível apontar alguns nomes que lhes serviram como referências musicais? Aproveitando o gancho, o título de "Joy" tem alguma relação com o Joy Division?
P: Eu, Paulo e Adriano sempre fomos apaixonados pelo Joy Division. Na época, acho que tivemos influência do Echo & the Bunnymen, Cocteau Twins, The Cure, Siouxsie & The Banshees, The Sisters of Mercy, Magazine e The Smiths, para citar algumas. "Joy" foi feita sem esta intenção, mas acabou tendo todas as marcas do Joy Division... Na verdade, até abrimos alguns shows com ela e nunca pensamos em pôr letra ou gravar.

M: Eu sempre tive uma salada de influências em meu repertório que, acredito, foi muito trabalhado pelas minhas amizades. Sempre fui de circular em várias turmas, então eu ouvia muito Cocteau Twins, The Cult e U2, com o pessoal do Arte, mas o Negreti (Legião) e o Ameba (Plebe) não saiam lá de casa, então eu ouvia muito Dead Kennedys, punk rock e hardcore de verdade e, como o Fejão também ia muito lá em casa, e sempre trazia vídeos e cassetes para a gente ouvir, já viu, né?... aí era metal na cabeça: Metallica, Slayer, Ozzy, Suicidal Tendencies e até o metal farofa!!! (risos) Bem, por aí você vai vendo como as coisas aconteciam, tanto que o Ameba, o Negreti e o Fejão depois montaram uma banda chamada Dentes Quentes, onde eles tocavam Dead Kennedys e um pouco do metal. Já em São Paulo, quando me mudei com a Volkana, conheci o rap... o hip-hop, através do Thaíde e do DJ Hum, que participaram do disco da Volkana... e aí... mais uma paixão... Filtrando tudo isso, tiro todas as sonoridades que tenho em minha alma hoje... a belíssima voz de Elizabeth Fraser, do Cocteau, a simplicidade do Ozzy, a garra do Jello Biafra, o peso do Metallica, a exatidão métrica do hip-hop em algumas coisas e, claro, a paixão pelo Bono... ai, ai... rolou até paixão pelo Bon Jovi e Skid Row, acredita??? Eu trago tudo isso para a Cores D Flores... peso e melodia!

Graças ao excelente site que vocês prepararam, podemos ouvir versões alternativas de várias das canções da banda, além de termos acesso a verdadeiros documentos históricos, entre fotos, filipetas e artigos de época. Como vocês avaliam a repercussão desse material?

P: Não tenho nem idéia de quantas pessoas já entraram no site. Fiz ele sozinho com o material que eu e o Paulo Coelho havíamos guardado. Fora o Paulo, também consultei o Adriano sobre idéias. A intenção nunca foi a de divulgar o Arte no Escuro, mas sim de ter algo para lembrar, um arquivo, nada mais. Daí o material nele. Coloquei tudo que tínhamos achado na época. Daí o "RIP" na main page.

M: Bem massa, né? Pois essa entrevista mesmo só está rolando por causa dessa história que não pode morrer nunca, essa é a história do rock candango e não pode ser esquecida ou ignorada... por isso que me divirto quando alguém compara meu atual trabalho ao da Pitty... adoro o que ela fez no rock nacional, acho ela extremamente talentosa, canta pra caramba e é uma ótima compositora, mas, cara, tem muito jornalista que ignora essa história e quer falar do rock nacional. Acho que informação é importante pra qualquer um, para jornalista então... nem se fala, né??

Excluídos os materiais divulgados no site da banda, existem ainda registros inéditos do Arte no Escuro, como vídeos, composições, clipes?
M: Acho que essa é bem para o Pedro responder, pois eu sempre fui inútil nesse ponto para a banda... era muito moleca aprontona e nem me ligava em organizar nada, aliás, acredito hoje que foi minha imaturidade o que mais atrapalhou o Arte no Escuro... aí, Pedro... foi mal!!! Tanto que hoje na Cores quando faço esse tipo de coisa, lembro-me do imenso acervo que eu poderia ter.

P: Lembro-me de ter visto na TV o show inteiro que fizemos no Teatro Nacional de Brasília, nos bastidores da sala Villa-Lobos. Gravei-o em VHS, e minha ex-mulher fez o favor de gravar em cima Galaxy Rangers para o meu filho, porque não tinha achado outra fita... Não tenho certeza, mas acho que foi a TV Cultura de Brasília a emissora que o veiculou. Com certeza há vídeos de shows que fizemos em Brasília, o problema é achar...

Arte no Escuro (1988) Quanto às canções selecionadas no álbum Arte no Escuro (1988), notamos algumas mudanças em relação às suas versões anteriores. Além de "Beije-me Callboy" ter sido renomeada como "Beije-me Cowboy", um pequeno trecho da letra de "Celebrações" parece ter sido suprimido. Como se deram essas mudanças? Houve alguma interferência da EMI ou tudo fez parte da maturação natural do material?
M: Outra que tem de ser respondida pelo Pedro, pois eu cantava mas não tinha muita participação nas composições, a não ser nas melodias de voz. Lembro-me que "Celebrações" estava muito longa e repetitiva; quanto a "Beije-me Cowboy" eu nem sabia que tinha mudado de nome, só sabia que a intenção dela era a de falar sobre um garoto de programa, mas só. Aliás, no disco do Arte no Escuro tive a minha primeira oportunidade de compor uma letra, o que devo ao Pedro, com quem, com certeza, aprendi muito. Pensando bem, aprendi com os melhores: o Renato (Russo) sempre me dava toques sobre palavras e como usá-las, métrica... o Pedro me fez ler muitos livros legais, além de falar de amor de uma maneira obscura e tão romântica, cantar as letras do Bernardo (Escola de Escândalos) também me ensinou como usar palavras sem nenhuma sonoridade, mas com muitas possibilidades.

P: Só foi maturação do material. No LP, foi burrice não termos gravado "Inocência", pois era uma das nossas melhores músicas em shows. Por incrível que pareça, tanto a EMI como a produção, que foi inexistente, nos deram carta branca no estúdio.

Uma belíssima parceria entre a banda 5 Generais e Marielle ("Outro Trago?") havia sido gravada para a coletânea Outros Rumores, que nunca foi lançada. O Arte no Escuro também participaria dela?
P: Acho que já estávamos em contato com EMI e outros selos na época e não queríamos arriscar lançar algo por um selo pequeno quando gravadoras grandes estavam demonstrando interesse em nós.

M: Essa música, se não me engano, saiu agora, no Rumores II. Recebi a versão remixada e "tá o bicho", aliás, o 5 Generais é outra banda da época muito do cara...mba (risos).

Em 1988, jornais e revistas apontaram influências do pós-punk inglês na sonoridade do Arte no Escuro. A Bizz, por exemplo, apontou um "clima gótico" nas canções da banda e registrou sua recusa ao rótulo "dark". O que vocês diriam sobre tais associações?
P: Na época, negamos, pois era o tal de rótulo, blábláblá de mídia tentando criar polêmica para vender ou pegar a atenção do público: "há um novo bicho pra vendermos, e ele se chama dark"... Acho que estávamos mais para Echo & the Bunnymen que para The Sisters of Mercy.

M: Meu, fomos a primeira banda gótica ou dark do país, não adianta fugir desse rótulo. As letras nos submetiam aos climas "escuros" do amor e da vida. Acho que Álvares de Azevedo gostaria muito de ouvir o Arte no Escuro (risos).

Pedro Hiena Vocês já chegaram a negociar o relançamento do Arte no Escuro em formato digital? Vocês arriscariam alguma explicação para o inexplicável atraso da gravadora em disponibilizá-lo novamente?
P: Por volta de 1995, lembro-me de ter ouvido falar que a EMI estava interessada em ter-nos no estúdio para gravarmos material novo. Se foi verdade, não sei. Todas as bandas dos anos 80 estavam regravando ou voltando. Eu já estava morando em Londres na época e lembro-me de ter dito a alguém que só voltava para o Brasil se me pagassem U$ 1,000,000.00. Não acho que vão lançar o CD. No final das contas, não vendemos muitas cópias.

M: Eu e o Paulo Coelho até pensamos em tentar um relançamento. Fizemos um contato meia boca e desistimos. Na verdade, uma empresa como a EMI não se interessa pela história ou por registrar documentos com que o rock nacional seja memorizado ou eternizado. Para eles, o que conta é a grana, bufunfa, din-din, o som do produto não importa, mas sim o som da máquina registradora. Ainda bem que existem pessoas como você e esse seu trabalho tão engrandecedor da cena nacional, porque senão a maioria dos jovens ouvintes não teria a oportunidade de saber como começou ou de onde vieram nossas raízes musicais.

Atualmente, existem bandas – como a brasiliense Últimos Versos – que tomam o Arte no Escuro como inspiração e parâmetro musical para seus trabalhos. Como é, para vocês, saber que o Arte no Escuro ainda faz escola?
P: Uau. Nem tinha idéia. Legal. Interessante. Quero ouvir esses carinhas.

M: Pô... eu me sinto extremamente orgulhosa, várias pessoas entram em contato para trocar idéias e passando sempre uma vibe positiva sobre o trabalho do Arte. Em Brasília há também a Morffine, do Phélix do 5 Generais, que também vai pra esse estilo e confessa a influência do Arte. Muito bom... é muito dez ser útil pra alguém (risos).

E quanto ao fim da banda? A que vocês o atribuem?
P: A EMI terminou nosso contrato. "Lambada" virou febre nacional (não estou brincando, de verdade!). Shows ficaram muito difíceis de arrumar. Marielle decidiu cantar em uma banda de heavy-metal e, para ajudar ainda mais, havia a vida. Acho que cansamos de nadar contra a corrente. Amor à musica nunca pagou contas.

M: Bem, eu me sinto bastante culpada, como já assumi anteriormente. Fui irresponsável em vários momentos importantes da banda e sei que a falta de maturidade foi fator derradeiro. A assinatura do contrato do Volkana com a Eldorado também pesou... Eu me apaixonei pelo metal... e quando vi, já era. Sei que magoei pessoas legais com a minha falta de continuidade e loucuras... mas já foi.

Após a dissolução da banda, em quais outras bandas os membros do Arte no Escuro tocaram? Sabemos do Volkana e do Vollume, bandas que contaram com a voz preciosa da Marielle, além do Cores D Flores, sua atual banda. Você poderia comentá-las, Marielle? E quanto ao Pedro, ao Adriano e ao Paulo? Em quais outras bandas tocaram?
P: Eu e Paulo tivemos uma banda que nunca saiu do ensaio ou estúdio. Depois disso, fui convidado e acabei tocando no "new" Detrito Federal por quase um ano. Viajei o Brasil inteiro com eles tocando baixo e acabei escrevendo algumas letras e músicas. Também no Detrito, por uma época, estava o Eduardo "Balé", baterista do Escola de Escândalo. Aqui no Reino Unido, por volta de 96-98 fiz mix de música eletrônica com jazz, ou Breakbeat. Tenho um estúdio no meu laptop e toco baixo, violão e até teclado quando o santo baixa. Que eu saiba, Adriano e Paulo aposentaram as chuteiras em termos de música.

M: Mantenho contato com o Adriano, que conseguiu realizar seu sonho de ser diplomata, o que eu acho muito importante... realizar sonhos... com o Pedro, acho que falei pouquíssimas vezes, pois ele foi para Londres; com o Paulo também falei poucas vezes, mas sei que ele também realizou seu sonho de montar uma empresa de arquitetura. Quanto ao meu destino, fui para o Volkana, que teve uma ótima aceitação do público e da mídia, mas tive de me afastar quando meu irmão ficou doente e veio a falecer (ele era um grande amigo, parceiro... um tudo pra mim, aliás ele até participa do disco do Volkana), voltando pra Curitiba (minha cidade natal), onde minha família precisava de mim naquele momento. Já estava casada com o McCoy, que é um grande guitarrista e que esteve sempre ao meu lado nos quase quatro anos em que me neguei a cantar, convencendo-me a voltar a compor e me agilizar formando a Cores D Flores, após ir a um show do Capital Inicial no qual o Loro Jones e o Dinho me incentivaram muito também a voltar. A banda Vollume, na verdade, foi uma transição da Cores para um som mais pesado, mas sempre foi a Cores, embora com outro nome durante seis meses. Hoje, a Cores D Flores já está se fixando no mercado independente. Já temos três demos lançadas, o Entre Sonhos e Pesadelos, onde exponho as aflições de sonhar, amar e odiar neste planeta, quase uma coletânea dos anos anteriores da banda, contendo versões acústicas em gravações caseiras, mas que pra mim tinham de ser registradas, e naquele momento... coisa de maluco mesmo (risos). Agora estamos finalizando o nosso primeiro CD gravado em estúdio profissional, intitulado Paixão. Nele, temos algumas regravações do Entre Sonhos e Pesadelos, mas lá fica bem mais claro nosso peso, nossa meta musical e nossa melodia, minhas influências, tanto nas letras onde exponho meu respeito aos sentimentos confusos e maléficos do ser humano, e declaro minha Paixão e respeito ao meu público. O CD estará pronto para lançamento em março, e espero, através do seu site, ter a oportunidade de mostrar ao seu grande público esse meu trabalho atual, firmeza??? Também faço a minha parte aqui em Curitiba tentando agilizar uma maior amostragem da cena local através do meu programa na 96 Rádio Rock, o Geração Pedreira e em um site voltado à música paranaense – www.movimentoleitequente.com.br – que, a partir de janeiro, se tornará uma rádio... 24 horas de música paranaense na Web... "é nóis"! (risos)

Nós, entrevistadores, nunca somos capazes de fornecer oportunidades de as bandas expressarem tudo aquilo que seus apreciadores gostariam de ouvir. Por isso, deixo aberto este espaço para que vocês transmitam o que bem desejarem, com toda a liberdade possível. Muitíssimo obrigado pela entrevista!
P: Obrigado pelo interesse e, por favor, se tiverem algo que não está no site do Arte no Escuro, mandem-me que o incluirei, farei um link para o seu site e, claro, incluirei os devidos créditos.

M: Olha só... discordo da sua afirmativa na pergunta. Vocês entrevistadores são os responsáveis pela nossa visibilidade e nossas grandes oportunidades, como esta de estar aqui, de nos aproximarmos mais das pessoas que tanto valem para a gente... os que ouvem nossas canções, nossos corações. Pois para o músico, pelo menos eu penso assim, o mais importante é chegar aos corações através de melodias e poesias. Valeu mesmo, Cid! Conte sempre comigo.

quinta-feira, novembro 22, 2007

Agenda cheia: 32 bandas anunciam

shows esta semana no site do Zine Oficial

Consolidando o endereço eletrônico www.zineoficial.com.br como um canal direto com o público do circuito underground do DF e Entorno, 32 bandas anunciam shows esta semana no site. Duas bandas de fora do DF estão devidamente somadas nessa conta.

Como parte da divulgação do lançamento do CD Carne, MUKEKA DI RATO (ES) tocará na sexta edição da LESTO CONVIDA, ao lado da anfitriã LESTO e das convidadas INNOCENTS KIDS e MAKACONGS 2099, sexta, dia 23 de novembro às 21 horas, no Black Out Bar, com ingressos anunciados a R$ 15,00.

No dia seguinte, sábado 24, LIXOMANIA (SP) estará por aqui para soprar as velinhas na esperada e comentada festa em comemoração aos 30 anos da música punk ao lado de DETRITO FEDERAL , OS MALTRAPILHOS e DISSÔNICOS. O local também é o Black Out Bar, no clube da ASCEB, 904 sul, a partir das 18 horas, com entrada a R$ 10,00.

Também no sábado (24/11), uma cantora solo e 12 bandas de rock, entre elas a ELFFUS, vencedora do prêmio Posto da Torre de Música em 2007, tomarão o estacionamento ao lado do Ginásio de Esportes do Cruzeiro para participar das comemorações pelo aniversário da cidade, a partir das 18 horas com acesso gratuito.

Puxando a sardinha para nossa brasa, vamos participar domingo, 25 de dezembro, de uma exposição de zines, mostrando os números impressos do Zine Oficial para quem não teve a oportunidade de ver essas edições (até agora foram 12 volumes). A Exposição de Fanzines será no ROCKERS BAR, na CNF 03, lote 01, loja 01, na Avenida SAMDU, em Taguatinga Norte, durante o evento "DANADA, FESTIVAL DE MÚSICA PESADA" , com apresentações gratuitas das bandas TERROR REVOLUCIONÁRIO, PODRERA, PHRENESY, PESTICIDE e NO FATE .

Confira essas e outras atrações no site do Zine Oficial: www.zineoficial.com.br .

Abraços,

Tomaz
(editor do Zine Oficial)