domingo, outubro 26, 2008

Novo site do OsubversivO zine em faze de testes

O zine OsubversivO esta ganhando um novo site agora com dominio próprio. Ainda esta em faze de testes. Na semana explico melhor sobre o novo site.
estamos aberto a sugestões
www.osubversivozine.com.br

terça-feira, outubro 21, 2008

ENTREVISTA COM MÁRIO PACHECO

EMTREVISTA RETIRADA DO ZINE OFICIAL

O conjunto de prédios comerciais que herdou o nome da construtora Conic está localizado bem no coração da Capital Federal. Engana-se, no entanto, quem acredita que o Conic é o primo pobre do vistoso shopping Conjunto Nacional, localizado ao lado, no Setor de Diversões Norte. No Setor de Diversões Sul, território do Conic, a diversão é outra e a riqueza provém de variadas fontes: boates gays, garotas de programa, cines pornôs, sindicatos, partidos políticos, igrejas e um monte de outras putarias. A grana do Conic não é menos limpa que a de outros locais. Talvez por saber que um bom programa tem seu preço, o astuto Mário Pacheco, figura ímpar do underground candango, fez do Conic a base de operações da "Do Próprio Bolso" produções. Sem sala alugada, sem sede própria. Mário Pacheco apenas delimita seu espaço ciscando aqui e ali pelo Conic, recolhendo material para suas viagens literárias e fuçando as lojas de discos, em busca de mais material para sua vasta coleção de LPs. Confira abaixo a entrevista que Fellipe CDC fez com Mário Pacheco para o Zine Oficial. (Tomaz)


01) Mário Pacheco, confesso, de todo coração, que sempre sonhei em fazer uma entrevista contigo, mas nunca fiz porque meus fanzines, todos eles, são impressos em fotocópia (maioria esmagadora) ou são feitas em gráfica, logo, você tem assunto para caralho, ia falar pelos cotovelos e eu ia me foder para pagar sozinho um fanzine de quase mil folhas. Então, valendo-me desse novo formato, o tal do e-zine, vamos à sabatina. Para começar, quando você virou roqueiro nem toca disco tinha no Brasil, portanto, como fazia para ouvir seus bolachões?
Eu menino tinha bolachões e não tinha som! Destruí o som da família ligando 110V em 220V. Naqueles idos o aparelho de som não era descartável e custava uma fábula. Passei muito tempo guardando meus discos no guarda-roupas, admirando as capas...

02) Qual foi o seu primeiro vinil? Dos seus LPs atuais, qual o mais antigo? E o mais raro?
Um compacto duplo com A HARD DAY’S NIGHT , de 1975. Tenho até hoje! Os mais raros: 3 bootlegs duplos dos Beatles, um picture disc do John Lennon, mais bootlegs de Pink Floyd, Stones e Hendrix. E a maioria absoluta da coleção é de bolachas importadas. Era muito mais fácil que hoje!

03) Muitos abandonaram o Rock, você, pelo contrário, continua firme e forte. Na sua opinião, quais os motivos que levam uma pessoa a abandonar um estilo de música tão saudável quanto o Rock?
Rock é PNC todo dia! O rock é igual à um bagulho que você engole e ele curte com a sua cara. Você pensa que tá legal e de repente vai latrina abaixo. Rock pra mim são altos e baixos. Um dia vil, outro vivo.

04) Várias perguntas em uma. Vamos lá! Por que começou a editar fanzine? Quando editou o seu primeiro impresso marginal e qual o nome dele? Ainda tem uma cópia do mesmo?
Tenho originais de tudo que realizei! Toneladas de arquivos! Guardei tudo o que eu toquei e guardei absolutamente tudo que vi li e ganhei. O primeiro zine (THE BEATLES OLDIES BUT GOLDIES) saiu em 1982. Já no número 3, como JORNAL DO ROCK, chamou a atenção do programa de TV SOM POP, dos jornais locais e do Renato Manfredini.

05) Quantos fanzines editou em sua vida antes de chegar aos seus livros? Quanto tempo, em média, durou cada fanzine seu?Fiz zines entre 1982-87, foram 19 edições. A onda era trimestral. Quando tudo amargava eu soltava uma edição em meio ao show do Barão Vermelho ou dava uma festa. Dei muita festa por aí, pegava a Kombi do senhor Ivan (meu pai e maior incentivador, que me comprou muito disco). Ia na casa do Júnior e levava o som pra rolar na casa do Edvar. Lancei discos do Motorhead, ‘A Nice Pair’ do Pink Floyd, Júpiter Maçã, Mopho... Todas estas bandas os caras ouviram lá em casa. Daniel Matos (produtor) me passava os discos. Todo mundo quando comprava um disco que não gostava e queria trocá-lo me procurava! Eu, Luiz Punk, Ricardo Lima... Barbudos com carteira fichada correndo atrás de vinis e as mães dos garotões: “- Vocês não trabalham?” “Tamos de férias, dona Maria!”

06) Olha, sei que o Rolldão o ajudou em um zine sobre o Black Sabbath. Foi um grande trabalho. Sei porque tenho um exemplar guardado, mas não lembro o nome e não vou perder tempo procurando, pois sou um arquivista de merda e não vou ficar preso a esse detalhe. Vou ser rápido como um bom gancho de direita: como era mesmo o nome do abençoada publicação e como descolavam as matérias e decidiam quais iam entrar?
Sleeping Village Sabbath Rock Club! Rolldão, além de patrocinador, era o impressor da parada, garantindo uma excelente qualidade. Guilherme ‘Iommi’, um grande colecionador de São Paulo, mandava as matérias que eram traduzidas pelo Antonio Carlos e editadas ou datilografadas pelo Maurício Melo, nas capas vinham artistas fenomenais, tipo Rogério ‘Punk’, William ‘Macha’, Pedro Bala, Diogo... esses revezavam-se... Caralho! Eu tinha mais amigos... Outro cara, outro sócio que não pode ser esquecido, é o Révero Frank. Me ajudou a trazer a Patrulha do Espaço! Révero trabalhou nos fanzines desde o início. Até hoje ele e o Rogério ‘Punk’ participam. 26 anos juntos! Mais tempo do que o meu casamento.

07) O poeta Nicolas Behr era zineiro e lançou livros, você era(é) zineiro e também lançou livros. O futuro de todo zineiro persistente é lançar um livro?
Fellipe, eu nunca fui da geração mimeógrafo e sim da geração coca-cola. Nicolas Behr (que eu tenho um livrinho) não é parâmetro de produção alternativa. É mais um dos caras que se locupletaram com essa onda de ser enquadrado na lei de segurança nacional, assim como filho de diplomata. Só é capaz de realizar um livro tendo sido zineiro. O cara mais absurdamente generoso e surreal é o Kleber da Da Anta Casa Editora do Antarquismo. O único anarquista que eu pus os olhos, e olhe que quando você rotula alguém ele deixa de ser.

08) Mesmo sabendo de todas as dificuldades, por que decidiu lançar um livro?
Eu fazia o 3º grau e escrevia no JOSÉ (Jornal da Semana Inteira). Fazer Balada do Louco foi como uma tese. Ninguém entendia porque eu preferia andar com o livro debaixo do braço do que num Fusca.

09) Nada mais natural que o tema de seu primeiro livro versasse sobre Mutantes / Arnaldo Batpsta. Afinal, quando começou esse romance, essa amizade musical entre Pacheco / Arnaldo? Você considera que a Rita Lee foi para os Mutantes o que a Yoko foi para a Beatles?
Imagine! John Lennon fazendo todas aquelas músicas pra IOKO! Arnaldo também passou a fazer músicas para sua musa e eu que estava num abismo emocional. Conheci sua obra e sentimentos dilacerantes. E fui bater um papo com ele, a primeira entrevista em cinco anos! Arnaldo me recebeu e queimamos fumo juntos, tudo numa pessoa só. Eu também queimei fumo com Lobão no camarim e queimei fumo e filme com muita gente! Queimar fumo é arte... Só não gosto de hipócritas e hipocondríacos.

10) Fale um pouco sobre o livro “Balada do Louco” (produção, tiragem, críticas, vendagens, satisfação, etc)
Balada do Louco é eterno, quase mil cópias esgotadas, 17 anos depois vai virar PDF. Foi reescrito em parceria com Cláudio César Dias Baptista (o mais velho dos Mutantes) e virou “ALIENBALADA”. Eu só tenho que agradecer a Deus, aos gráficos, aos leitores, aos fãs e sempre toda aquela gente que de alguma maneira sempre me ajudou e acreditou. A Lucinha (musa atual do Arnaldo), a Fabiana, empresária; os críticos, os jornalistas de todo o Brasil que me deram força, desde o Correio Braziliense (Carlos Marcelo) JB, à Folha de SP, Folha da Tarde. Até hoje falam do livro.

11) E o segundo livro, como pintou a idéia? Do que fala a 2ª cria? Pergunto porque esse eu não tenho...
“Aventura Sem Dublê” é um título gay dado pelo Hebert! Apesar de eu estar ‘bebaço e loucaço’ querendo traçar Molly Smith! É cinema, é Beat generation. Na minha obra há dualidades e situações libertinas. Eu não sou homofóbico e sempre vou ser grato a esse cara pelo título. Vou contar só pra você: eu comi a Molly e foi o dia mais feliz da minha vida. Ela era groupie dessas bandas de filho de diplomata e eu a desejava desde aqueles idos. Um dia fui feliz e numa sentada só fiz o livro. Há a Molly que é a mulher loira da minha vida e a Loretta Lyn que é gay e pensava que iria casar com o canalha do Pat Zimmerman, mas ele ficou com a Molly e ela no sanatório. No meu delírio eu imagino a Loretta Lyn vestida de noiva cruzando o Eixo (Eixão Rodoviário) em alta velocidade ouvindo Arnaldo Baptista. No baixo Conic, dia desses, eu vi Loretta Lyn e pensei ele/ela é ideal para o papel. Se quer ser “ele”, ser quer ser “ela”, foda-se! Eu não entro nessa. O meu negócio é “roquenrou”, rebeldia, sexo, drogas e Conic. Desobediência civil já é uma retórica manjada mas eu já paguei um alto preço! Eu rompi com as pessoas e fui rompido! Nêgo acha que eu tô brincando e eu briguei com muito amigo que pensa que isto é coisa da minha imaginação. Ninguém me agüentou: a família, o emprego, os amigos... Sempre fui desajustado. Quando casei deixei de escrever porque tudo era verdade.

12) No sentido literário, podemos esperar algo novo do senhor Pacheco?
Cara! Meu último livro se chama “LAPSO” saiu em CD-ROM, esteve no site e etc. Graças à generosidade de Napoleão Valadares eu estou na página 130 do DICIONÁRIO DE ESCRITORES DE BRASÍLIA! Eu me sinto imortal! Também devo a outro ato de exarcebada generosidade do Ronaldo Cagiano, minha participação da coletânea “Todas Gerações – O Conto Brasiliense Contemporâneo”. Lá você lê: “A prova sempre estará na lixeira”, que faz parte de LAPSO! O livro foi lançado na feira do livro em 2006! Outro cara que eu devo a vida é o “Fala Zé!” (Zé Vieira), do Correio Braziliense, o Ivaldo Cavalcante e o Sérgio Maggio, então a gente é pedra pequena, mas brilha! Outro dia participei do programa de TV “Cênicos”. Numa rápida ponta eu falo do Paulo Iolovitch, o pintor de quadras. Quer um melhor amigo do que esse?

13) E sobre o CD tributo à Mutantes, produzido por você. O que houve na época que dificultou o lançamento do mesmo? Soube que o Arnaldo adorou. Particularmente, considero o melhor tributo que já ouvi dos Mutantes. Sabia que até hoje a banda Khallice toca, e com muito sucesso, a música que gravaram para o tributo?
“Madman’s Lullaby”... O título foi presente do amigo Aniviel Vicente que morou nos EUA nos anos 60, e o vocalista editou este título como sendo dele... Com contrato assinado a gravadora põe o disco na geladeira, espera que uma banda ‘estoure’ esse é o procedimento. Só neguinho incipiente não sabe dessa, e o meu disco saiu! E quanto aos discos dessas bandas que nunca saíram? Neguinho é canalha, é despeitado. O disco teve resenha pra caramba! Fez sucesso em San Francisco e é vendido on line em vários sites e eu nunca recebi um centavo. O disco saiu pelo trabalho de produção empresarial do Felipe Caduco (VERNON WALTERS) e também pela verba do próprio bolso dele e das bandas, éramos ingênuos, pensávamos que a coisa poderia funcionar a$$im...

14) E a idéia do “Do Próprio Bolso”, quando nasceu? Como está o site?
Um dia eu saquei que tudo vinha do próprio bol$o! Agora o editor sênior do site é o Celso Barbieri (afamado mestre do rock paulista). Outro colaborador porreta é o Paulão de Varadero (Rádio Câmara). O site é considerado, consultado e vistoriado. É tudo que eu faço, é a minha vida, e não vou ficar nessa sempre.

15) O Rock brasileiro ainda tem muito a oferecer? Das novas bandas, quais ousaria destacar? E dos medalhões tupiniquins, quais recomenda para que uma pessoa adquira a qualquer custo?O único cara do rock nacional que merece respeito é o Rolando Castello Jr., o resto é merda. Também gosto do Lobão. Eu gosto mais das bandas radicais “Cadela no Cio” do que qualquer outra coisa.

16) O que você acha do atual momento Rock em Brasília?
Rock em Brasília! É o Ronam, a Berlin Discos, VOCÊ! E o Nathal Batyera, da banda Ummaghumma!

17) Kid Vinil lançou um livro há pouco tempo. Você já viu? Leu? O que achou?
Tenho lido entrevistas do Kid Vinil. Não aconselho nada que envolva ‘mainstream’, mercado e etc. Gostei dele tirar o prêmio daquele imbecil do EFÊ (f de FHC, de FMI, e por aí você se Fode com um F bem grande!).

18) Você já foi ao Porão do Rock? O que acha do festival? Você me disse que o Gil, que tinha um estúdio, reclama que esse nome era dele.
Gil Gilberto dormiu de touca na cidade maravilhosa e quando voltou viu que a semente dele estava plantada em outra lavoura.

19) Eu o considero uma verdadeira enciclopédia do rock e eu estou muito satisfeito que o Zine Oficial tenha me dado o espaço para que fizesse uma entrevista contigo. Estou, sinceramente, comovido e lisonjeado. Por isso, quando o Tomaz me falou do projeto da rádio Zine Oficial, uma das primeiras pessoas que me veio à cabeça para ter um programa on line foi você. Como vai encarar essa nova empreitada e o que pretende durante essas horas ao vivo? Já definiu o nome do programa?
Hora do Rock! Se chama HORA DO ROCK! No primeiro será Badfinger, depois Arnaldo e Patrulha do Espaço e a gente vai tocar os amigos...

20) Acho que é isso. Emita, por gentileza, suas últimas palavras (nessa entrevista...).
Meu irmão! Eu gosto de vocês que estão lendo esta entrevista, dessa oportunidade de expressar – a idéia é nada deixar em pé, ignorar os canalhas e bater de frente, atropelar e fugir from hell, aquelas coisas que eles estão falando nos discos do ACDC... Não seja mais um FDP que acha que a coisa tem que ser daquele jeitinho que fede. É isso: vote no cão!


sexta-feira, outubro 17, 2008

DARKTHRONE, lança novo CD "Dark Thrones & Black Flags"

A Peaceville Records marcou para 20 de outubro a data de lançamento do novo álbum da banda norueguesa de black metal DARKTHRONE, intitulado "Dark Thrones & Black Flags".

O último álbum do DARKTHRONE, "F.O.A.D.", foi lançado em setembro de 2007 pela Peaceville. Um EP, "NWOBHM" (New Wave Of Black Heavy Metal), antecedeu esse álbum em julho de 2007.

DARKTHRONE lançou um box set de três CDs intitulado "Frostland Tapes" em 23 de junho pela Peaceville Records. "Frostland Tapes" é descrito em um press release como “uma fascinante jornada aos primeiros anos da banda, além de ser o primeiro lançamento oficial a conter todas as quatro demos do DARKTHRONE. “Frostland Tapes” também inclui uma rara gravação ao vivo na Dinamarca em 1990 (uma das poucas apresentações ao vivo que o DARKTHRONE já fez) e, o que talvez seja mais importante, a versão inédita da famosa sessão de ensaio de 1991 “Goatlord”. Essas músicas deveriam ter sido lançadas no segundo álbum, antes que a banda mudasse seu estilo, mas ficaram guardadas. Os vocais foram acrescentados em meados dos anos 90, mas eles são apresentados aqui da forma como a gravação soou em 1991 – genialidade instrumental, mostrando a complexidade e obscuridade de uma banda com um grande futuro à frente. O lançamento vem em um “digibook” de capa dura que mostra uma entrevista com a banda contando sobre seus primeiros dias, suas ambições e inspirações.

http://www.myspace.com/officialdarkthrone

terça-feira, outubro 14, 2008

Morre Pierre Weil, defensor e propagador da paz

Morre em Brasília o escritor e educador Pierre Weil
Fundador da Universidade Internacional da Paz (Unipaz), o psicólogo e educador francês Pierre Weil, 84 anos, morreu na noite de ontem em Brasília. Weil era diabético e tinha problemas pulmonares e de visão. O corpo foi velado por parentes e amigos na própria universidade, localizada em uma chácara em Brasília.

Doutor pela Universidade de Paris, o psicólogo pregava a descoberta da paz interior do ser humano, em suas relações sociais e com o meio ambiente, por meio da educação. Chegou ao Brasil há 60 anos. De 1958 a 1969, foi professor de Psicologia Social, Industrial e Transpessoal na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Publicou 40 livros sobre a cultura da paz, psicologia e holística. Um dos mais conhecidos é A Arte de Viver em Paz. Em 2002, recebeu o Prêmio da Unesco de Educação e Paz. O órgão das Nações Unidas para a educação, ciência e cultura reconheceu que a metodologia adotada por Weil é eficaz.

Em 1987, fundou a Universidade Internacional da Paz (Fundação Cida de da Paz), a pedido do então governador do Distrito Federal, José Aparecido de Oliveira. O objetivo da instituição é disseminar a não-violência e conscientizar o homem a conduzir suas ações com tolerância e fraternidade.

Para a psicóloga e integrante da Unipaz, Lídia Rebouças, Weil era um visionário e seu trabalho é cada vez mais atual diante da violência e das guerras. "O trabalho dele é cada vez mais atual, quando a gente vê como a violência está banalizada. Ele trabalhava a abertura do ser humano em relação a ele próprio, pregava o desapego das coisas", disse Lídia, que ajudou a criar a instituição.
Na avaliação da pró-reitora ambiental da universidade, Regina Fittipaldi, Weil buscava despertar a solidariedade e fraternidade nas pessoas. "A gente só vê o mundo com essas bolsas de valores explodindo como se a força onipresente, onipotente fosse o dinheiro. Quando sabemos que não é. O professor Pierre sabia da dimensão humana, da beleza humana, dessa força que todo ser humano guarda em si. Ele foi um arauto dessa leitura de um ser humano belo, fraterno, solidário e ético."

A Unipaz desenvolve dois projetos sociais com crianças e adolescentes de 2 a 17 anos de idade em situação social de risco, como vítimas de violência.
Além do Distrito Federal, a universidade tem campi na Bahia, no Ceará, no Paraná, em Minas Gerais , no Rio de Janeiro, em São Paulo , em Santa Catarina e no Rio Grande Sul. E em outros países: França, Argentina, Israel, Bélgica e Inglaterra.

sábado, outubro 11, 2008

Fest Rock





Ariel “old punk rocker” fala sobre sua vida e a cena underground

Não tem como falar de movimento punk no Brasil sem citar o nome do Ariel. Figura recorrente dentro da cena underground paulistana, Ariel nasceu na Freguesia do Ó, cresceu de forma simples e logo cedo teve contato com a música.
Em vez de ficar aqui tecendo teorias, o Informativo Revoluta abre o espaço e deixa o Ariel contar como tudo começou, num bate-papo que virou um grande perfil de quem é esse cara que vestiu a camisa do movimento underground nos idos anos 70 e até hoje está aí, resistindo e fazendo o punk rock acontecer, em qualquer bar, qualquer esquina.

Ariel onde você nasceu e cresceu? Qual a sua origem?
Nasci em São Paulo – Capital – Freguesia do Ó – ano de 1960 - Meu pai foi Peão (Mecânico) e minha mãe, solidão (Dona de Casa), como diria o poeta. Estudei até o 2º Grau no E.E.T.A.L., no Bairro do Limão, de onde fui expulso, por ser um delinqüente juvenil, terminando no Colégio Righini no mesmo bairro. Minha infância foi como de qualquer moleque da periferia da Zona Norte, ou seja, rebelde e malcriada. Roubava frutas das casas vizinhas, caçava passarinhos, andava de carrinho de rolimã, empinava pipas, soltava balão, jogava muita bola, rodava pião, brigava com os moleques da rua de baixo, etc. Até conhecer a filosofia de Nietzsche, o existencialismo de Sartre, o teatro da crueldade de Artaud, a poesia futurista de Mayakovsky, a literatura revolucionária de Gorky, o Surrealismo, o Dadaísmo e todos os que iam na contramão da história que nos era contada. Minha adolescência foi nos anos 60 e 70 e eram tempos difíceis para quem era jovem e rebelde, pois a ditadura instalada no país mostrava suas garras e prendia, torturava e até mesmo matava seus detratores. Comecei na música muito cedo, por volta de 1970 e com o que podia escutar de Rock’n’Roll, tive minhas influências nas bandas malditas, como: The Stooges, MC5, New York Dolls, Dust, Cactus, Pink Fairies, etc. Já no meio dos 70, com o Punk Rock ditando as regras, passei a fazer parte dessa nova onda e no final de 78 já fazia parte da primeira banda desse estilo no Brasil, a Restos de Nada.
Nunca me considerei importante nesse movimento, acredito ser apenas mais um produtor interessado nessa cultura que me apaixona e me move cada dia mais e que começou pela minha alma rebelde e contestadora, assim como é o Movimento Punk, desde o seu início.

O punk rock pra você não é só uma balada, é um estilo de vida, assim como é para muitas pessoas. Em que momento da sua vida você notou que não tinha mais volta, que estava totalmente envolvido com a cena?
Realmente o Punk Rock para mim é muito mais que uma balada e chegaria a dizer que não é um estilo de vida e sim, minha própria existência. Notei que não tinha mais volta quando tive contato com o primeiro disco dos Ramones. O visual da capa me inspirou muito e depois de ouvir o som pela primeira vez, notei que era isso o que queria ser e fazer. A partir daí comecei a me aprofundar nessa história e procurar outras coisas compatíveis com esse novo estilo e a partir disso não parei mais…

Junto com outras pessoas você ajudou a construir a cena underground paulistana, ousando e quebrando barreiras. Conte como foi organizar o “Começo do Fim do Mundo” e o “A um passo do fim do mundo”.
“Ousar e quebrar barreiras”, foi isso exatamente o que aconteceu no sopro inicial do movimento e com pessoas que estavam dispostas a encarar as diversas dificuldades impostas, começando pela família, que pela carga de preconceito e desinformação, não entendia as verdadeiras necessidades de uma juventude sedenta de Informação e Liberdade a qualquer custo.
Bem, O Começo do Fim do mundo foi organizado pelo Antonio Bivar, autor do livro “O que é Punk”, pelo Callegari (Inocentes) e pela Meire, que era sua namorada na época. Eu fazia parte da Inocentes, que era “A” banda do Movimento e por conseqüência acabamos nos envolvendo com esse projeto também, mas os méritos são dos caras. A dificuldade principal desse festival foi unir as diversas facções que compunham o Movimento de 1982, principalmente a rivalidade entre as gangues de São Paulo e ABC paulista. Mas acho que no fim, aconteceu o que tinha que acontecer e a visibilidade para o mundo foi o ponto mais positivo.
A Um Passo do Fim do Mundo de 2001 e O Fim do Mundo de 2002, foram organizados por mim, pelo Bivar, pela Tina e pelo Cuga, e contamos com muitas dificuldades, pois eles foram inseridos na Semana Jovem da Prefeitura de São Paulo e sujeito a várias sanções e dificuldades, mas no fim acabamos fazendo na raça mesmo e a participação das bandas e das pessoas envolvidas foi fundamental. Em 2001 foram 54 bandas a se apresentar, sendo todas de São Paulo e em 2002 subiu para 64, sendo aberto para outros estados, como Pernambuco, Curitiba, Rio de Janeiro, Minas e Interior de São Paulo.
Nunca recebemos 1 centavo por tudo isso, apenas a satisfação de realizá-los.

Você sempre foi muito ativo dentro do movimento punk seja participando de bandas, organizando shows ou em grupos anarquistas. Fale um pouco dessas experiências e o que cada uma delas contribuiu para a sua vida:
Sim, reconheço que sempre fui muito ativo, desde os anos de chumbo, onde as gangues espalhavam o terror pela cidade e eu era parte integrante dessas funções, mas não era só isso, já desde muito cedo, quando tinha meus 17 anos, colecionava discos e fazia sons pelos bairros, onde o pessoal ia para dançar, namorar e tudo mais. Quando me vi envolvido com bandas, apesar de não tocar porra nenhuma, já pensava em locais onde pudéssemos nos apresentar e criar condições onde não existia nada e fizemos muita coisa em cima de caminhões, em praças públicas (puxando “gatos” dos postes), em sociedades amigos de bairros, etc.. Nessa época já estava envolvido também com grupos revolucionários, como os Trotskistas: “OSI – Organização Socialista Internacionalista” e “Convergência Socialista”. Mais tarde passei a desconsiderar esse lado Comunista e passei a adotar o Anarquismo como forma de organização política e criei o grupo “Ação e Anarquia” que esteve muito ativo por anos, numa luta contra o sistema e contra os neo-nazistas. Bem, tudo isso serviu para eu me tornar uma pessoa melhor, no sentido de não aceitar as injustiças desse mundão e a não esperar nada de ninguém, levando a máxima “Faça Você Mesmo” ao pé da letra.

Você percorreu os 30 anos de punk rock, vivendo a realidade de repressão policial, ensaios em garagens, shows em cima de engradados de cerveja e briga entre gangues. Qual é a visão do Ariel “old punk rocker” sobre a cena no decorrer desses anos? Pontue, na sua opinião, os
momentos históricos nesses 30 anos de anti-cultura:
A cena do começo era o Caos, onde uma situação Hippie ainda prevalecia e insistia em continuar, apesar de decadente e culturalmente ultrapassada. Como tudo no começo choca e cria confusão nas cabeças das pessoas, o Punk surgia como um furacão onde tudo que representasse o passado, o antigo, o conformado, deveria ser varrido do mapa e a partir daí os ideais de Paz e Amor foram substituídos por Atos de Violência e Guerra de Gangues, sem falar do som que era rápido, brutal e despudorado ao ponto de provocar conflitos. Mas por outro lado, toda essa energia destruidora, num segundo momento, passa a ser criadora e profundamente excitante e surgem então as bandas de Punk Rock que darão sentido à coisa e daí em diante, toda uma produção de eventos, fanzines, contatos com outros países, manifestações de rua, visual arrojado e muita ideologia se formando, tornam o Punk Rock um Movimento forte e culturalmente diversificado. Surge então o Hardcore que dá um novo gás ao som e ao estilo que passa a ser mais radical. Os cabelos moicanos, as roupas com rebites e os coturnos passam a fazer parte da indumentária das gangues urbanas e isso acontece de forma livre dos dogmas do início e o Anarquismo passa a fazer parte da ideologia Punk. Bem, isso dura até hoje e o que sinto é que, apesar de toda degeneração ou diluição de estilos, e isso é mais um espelho de nossa sociedade, o Punk busca uma nova identidade dentro dessa confusão toda, procurando se afirmar como um instrumento de mudanças que já dura mais de 30 anos e que bem ou mal, continua radicalizando em sua essência rebelde.

A essência do punk se perdeu no decorrer dos anos?
A Essência nunca se perde, são as pessoas que se perdem…

Além de estar com a banda Invasores de Cérebros na ativa, o que mais você anda fazendo?
Bem, além da Invasores, tenho feito algumas apresentações com minha antiga banda, a Restos de Nada e esporadicamente com a Inocentes, da qual fiz parte no começo dos 80, organizando alguns eventos e discotecando em casas noturnas, escrevendo para sites e revistas, palestras em faculdades e casas de cultura e fazendo trilha sonora para uns vídeos de uma produtora de Alt-Porn, chamada Xplastic.

Se você tivesse a possibilidade de ficar na direção de uma emissora de televisão durante um dia inteiro, o que você faria?
Se tivesse essa oportunidade, mudaria completamente a programação dessa emissora, dando destaque para programas que incentivassem as pessoas a explodirem as grandes antenas das grandes corporações da comunicação e a criar alternativas para uma futura rede libertária de informação e entretenimento.

Como você vê a ferramenta “internet” para uso de bandas e demais agentes envolvidos na cultura underground?
A Internet é do caralho e possibilita muita coisa, inclusive troca de informações, conhecimento, divulgação e tudo o que você pensar em termos de música e vídeo. Nunca nenhuma gravadora poderia imaginar que as músicas de seus cast pudessem ser trocadas livremente pela rede. Ora, as bandas realmente independentes, nunca precisaram de gravadoras mesmo e se agora o que importa é mais do que nunca ser ouvido, visto e divulgado, estamos com uma vantagem enorme, né?

Ariel, muito grata pela entrevista e deixo agora esse espaço pra você falar o que faltou ser perguntado nesse bate-papo e pra você deixar um recado pros leitores do Revoluta
As mensagens continuam sendo: Destruam o Sistema! Uma nova sociedade é necessária, baseada no respeito, na tolerância, no cooperativismo. A Autogestão é possível! Parem de pagar impostos! Façamos a Revolução! Por uma vida melhor!!!


Por Deise Santos
originalmente publicado no Informativo Revoluta

segunda-feira, outubro 06, 2008

Show BAGACEIRA


Shows


DFC e Presto? - Inferno na Terra split CD


Como ter um split com 30 músicas e quase 34 minutos para a execução de tais artes sonoras? Simples. Junte os brasilienses do DFC com os paulistanos do Presto? e pronto, aí está o split. Reto, direto, ácido, sarcástico e extremamente brutal. Cuidado, a última música pode chegar enquanto você tenta acabar de abrir o encarte. É tudo rápido e urgente, como se o chão estivesse queimando os pés dos integrantes neste Inferno na Terra transformado em bolachinha. Dispensável dizer que encontramos todas aquelas influências dos anos 80, com guitarras arrastadas, não não são devagar, são arrastadas pelo peso que produzem, acompanhadas de baterias que explodem e apressam a banda até a próxima canção. Não há tempo para conversa. É o Inferno na Terra, produzido por duas bandas que fazem barulho no underground nacional e que, merecida e acertadamente lançaram esse split juntas. Indispensável!Contatos:
www.myspace.com/dfc


POR DEISE SANTOS
originalmente publicado no Informativo Revoluta

Força Macabra – CD "Aqui é o Inferno" 2008

Força Macabra – Aqui é o Inferno
Uma banda de thrashcore da Finlândia com letras em português? Sim. Pra muitos não é mais novidade, mas não custa lembrar aqui que esse quarteto da longínqua Finlândia foi influenciado por uma certa banda carioca, chamada Dorsal Atlântica e mais algumas tantas da terra brasilis. O novo álbum, assim como os outros, vem recheado de tais influências e soa como uma entrada no túnel do tempo. É como se tirássemos algum vinil empoeirado do armário e resolvesse ouvir. Mas isso não quer dizer que as 13 músicas que compõe este álbum, gravado pela Sonic Pump Studios, de Helsinki, não tenha lá sua originalidade. O fato de levarem as músicas em português, cada vez mais afiado e compreensível, já vale a bolachinha. Destaque para as faixas “Esfera Metal” e “Filhos da Tormenta” e, também, para a arte do álbum, feita pelo artista japonês Sugi.
Contatos:http://informativorevoluta.wordpress.com/

POR: Deise Santos
originalmente publicado no Informativo Revoluta

domingo, outubro 05, 2008

Literatura cyberpunk

Literatura cyberpunk Proteja sua personalidade

As características que definem o estilo cyberpunk na literatura têm sido debatidas desde o começo desde movimento literário. Alguns autores, classificados como tal questionam a existência deste rótulo, enquanto outros constantemente discordam sobre os aspectos que caracterizam esta forma de expressão.

Autores como Bruce Sterling acreditam que o cyberpunk é a integração de tecnologia e literatura em um mundo onde o diferencial entre ficção científica e realidade está cada vez mais tênue; de qualquer forma, outros como Lewis Shiner acreditam ser ela meramente um produto da cultura pop, fato pelo qual não teria grandes méritos literários.

Estas teorias representam diferentes visões dos autores consagrados que compõem o estilo, portanto é complicado definir um estilo literário a partir de visões tão opostas. De qualquer forma, o cyberpunk é tido como a voz do underground na sociedade moderna e o vislumbre de um novo mundo imerso na tecnologia.

Um método mais elucidativo seria analisar as características e lugares-comuns mais recorrentes nas narrativas que recebem a alcunha. A base central seria a integração maligna entre sociedade e tecnologia, porque apresenta uma visão pessimista do avanço científico. Os tons negros deste estilo apresentam visões de um mundo desértico e devastado através da ficção futurística

O constante conflito entre o individual e a sociedade é também um assunto recorrente, pois mostra a insignificância do homem frente a tecnologia onipresente. Mesmo sendo constante mostrar a tecnologia e sua integração à sociedade; isto não é uma característica essencial ao cyberpunk. Um exemplo disso é o livro The Girl Who Was Plugged In: mesmo que o autor James Triptree Jr. tenha sido bem convincente em demonstrar os possíveis avanços da tecnologia presente no livro, o fio condutor da estória é o esforço da personagem principal em reclamar sua individualidade dentro da tecnologia.

Muito da ficção científica é calcado em como o indivíduo utiliza a tecnologia para sobrepujar os problemas que o confrontam. Mais objetivamente: no cyberpunk, a individualidade do personagem está sempre em conflito com a impessoalidade das máquinas.

A palavra tecnologia traz imagens de exatidão e precisão, mas quando os autores lidam com os possíveis avanços científicos nesses mundos fictícios, as opiniões são ambíguas. The Gernsback Continuum ilustra a conformidade causada pelos avanços científicos. William Gibson é muito genérico ao descrever a arquitetura específica e as nuanças tecnológicas usadas na criação de tais objetos futurísticos. Segundo Serhat Guven, um estudioso do assunto, "a falta de detalhes definidos ao descrever cenários futuros acontece porque a literatura cyberpunk resiste aos conceitos de tecnologia". The Girl Who Was Plugged In também exemplifica isto. A personagem principal utiliza a tecnologia para se transformar em alguém fisicamente mais atraente; mas a tecnologia que carrega em torno de si rouba a sua individualidade. Esta perda da individualidade apresenta uma visão lúgubre da propriedade individual na sociedade.

A melancolia permeia quase toda essa produção. Sterling sempre afirma que o imaginário noturno é uma constante em seus livros. Será possível traçar um paralelo com a literatura romântica do século XIX? Sterling também descreve a sociedade como que infestada por mega-coporações que oprimem os personagens. Este tema, afinal, é a essência do cyberpunk e é uma das características que o diferem da simples ficção-científica.

Resumindo, os conceitos básicos da literatura cyberpunk consistem em mostrar a tecnologia como obstáculo ao homem, estórias calcadas em temas obscuros, e um personagem que irá ou falhar ou se conformar com a sociedade estruturada. De forma contrária à atitude otimista (e porque não dizer altruísta?) que a ficção-científica (ou especulativa) clássica trata a tecnologia, essa ficção trata o assunto como um dos maiores problemas que a sociedade enfrenta. A tecnologia intensifica os atributos físicos do personagem através de supostos implantes e próteses, mas por outro lado, inibe suas individualidades.

Enfim, os autores "cyberpunks" tem uma visão pessimista da condição humana imersa na tecnologia, portanto a atitude não-conformista é marcante em sua personalidade. O gênero persiste consagrado, através de clássicos como Neuromancer, de William Gibson ou Campo de Batalha: Terra, de L. Ron Hubbard. Será o cyberpunk realmente uma antecipação do futuro?

por
Eduardo Sguerra


quarta-feira, outubro 01, 2008

Rock Cerrado adiado


Representantes das bandas e o grupo cultural Os Parasitas agendaram os dias 31 de outubro (sexta) e 1º de novembro (sábado) para realização do Rock Cerrado 2008. A reunião que decidiu as novas datas aconteceu sábado, dia 27 de setembro, na casa do produtor Carlos Trindade, o Carlinhos dos Parasitas. Apenas 3 das 14 bandas escaladas para a 9º Edição do Rock Cerrado não mandaram representantes, por causa de outros compromissos, mas foram mantidos contatos telefôncios e tudo se acertou para que o lendário festival ocorra sem chocar-se com o Ferrock outra importante celebração candanga do bom e velho rock´n roll.


O adiamento do Rock Cerrado ocorreu em virtude de ajustes ao calendário oficial das comemorações do 48º aniversário do Gama, mas, principalmente, por causa do tempo hábil para liberação dos recursos para realização do festival, haja vista todo um ritual burocrático que deve ser seguido na aprovação da verba. Esse "ritual" foi adotado para evitar desvio de recursos, como aquele denunciado durante a realização de um milionário show sertanejo com os cantores César Menotti e Fabiano. Lembram?! Pois é...

Infelizmente, as boas intenções dos produtores undergrounds muitas vezes acabam boiando em um rescaldo de privilégios, devido à ganância dos tubarões de plantão, sempre vorazes e de barbatanas ligeiras. Nessa água suja, haja tchan-tchan-tchan, crew-crew e até mulheres-melancia, nadadando de braçadas no dinheiro que deveria ser usado para fomentar as produções locais, não digo apenas do rock, mas de todas as iniciativas que não estão na crista da onda de apadrinhamentos, onde sempre se acha um jeitinho de surfar sobre "trâmites burocráticos" em causas que nem sempre têm relação com a cultura e seu incentivo.
Uma coisa é certa: tanto as bandas quanto a produção do Rock Cerrado 2008 concordaram que o Festival vai acontecer, com ou sem apoio do governo.

Com este editorial, não pretendemos prejudicar as negociações para realização do Rock Cerrado 2008, mas cobrar das autoridades uma atenção especial para que os recursos disponíveis sejam realmente liberados. Temos consciência dos esforços de muita gente dentro das administrações em várias cidades do DF para apoiar iniciativas locais. Fazemos questão, no entanto, de reafimar nossa liberdade de expressão, fato que nos custa tempo e dinheiro. Como diria o velho Raul Seixas: "Ser livre neste País, cumpadi, é muito d-i-f-í-c-i-l"... mas a gente insiste. Viva Raul!


(Tomaz, editor do Zine Oficial)