quarta-feira, outubro 01, 2008

Rock Cerrado adiado


Representantes das bandas e o grupo cultural Os Parasitas agendaram os dias 31 de outubro (sexta) e 1º de novembro (sábado) para realização do Rock Cerrado 2008. A reunião que decidiu as novas datas aconteceu sábado, dia 27 de setembro, na casa do produtor Carlos Trindade, o Carlinhos dos Parasitas. Apenas 3 das 14 bandas escaladas para a 9º Edição do Rock Cerrado não mandaram representantes, por causa de outros compromissos, mas foram mantidos contatos telefôncios e tudo se acertou para que o lendário festival ocorra sem chocar-se com o Ferrock outra importante celebração candanga do bom e velho rock´n roll.


O adiamento do Rock Cerrado ocorreu em virtude de ajustes ao calendário oficial das comemorações do 48º aniversário do Gama, mas, principalmente, por causa do tempo hábil para liberação dos recursos para realização do festival, haja vista todo um ritual burocrático que deve ser seguido na aprovação da verba. Esse "ritual" foi adotado para evitar desvio de recursos, como aquele denunciado durante a realização de um milionário show sertanejo com os cantores César Menotti e Fabiano. Lembram?! Pois é...

Infelizmente, as boas intenções dos produtores undergrounds muitas vezes acabam boiando em um rescaldo de privilégios, devido à ganância dos tubarões de plantão, sempre vorazes e de barbatanas ligeiras. Nessa água suja, haja tchan-tchan-tchan, crew-crew e até mulheres-melancia, nadadando de braçadas no dinheiro que deveria ser usado para fomentar as produções locais, não digo apenas do rock, mas de todas as iniciativas que não estão na crista da onda de apadrinhamentos, onde sempre se acha um jeitinho de surfar sobre "trâmites burocráticos" em causas que nem sempre têm relação com a cultura e seu incentivo.
Uma coisa é certa: tanto as bandas quanto a produção do Rock Cerrado 2008 concordaram que o Festival vai acontecer, com ou sem apoio do governo.

Com este editorial, não pretendemos prejudicar as negociações para realização do Rock Cerrado 2008, mas cobrar das autoridades uma atenção especial para que os recursos disponíveis sejam realmente liberados. Temos consciência dos esforços de muita gente dentro das administrações em várias cidades do DF para apoiar iniciativas locais. Fazemos questão, no entanto, de reafimar nossa liberdade de expressão, fato que nos custa tempo e dinheiro. Como diria o velho Raul Seixas: "Ser livre neste País, cumpadi, é muito d-i-f-í-c-i-l"... mas a gente insiste. Viva Raul!


(Tomaz, editor do Zine Oficial)

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