terça-feira, dezembro 25, 2007

Entrevista Vulcano

OBS: Estava lendo uma materia na Revista Roadie Crew sobre alguns albuns lançados em 1987 por achar bem interessantes resolvi publicar aqui também. Pra começar VULCANO e seu album Antropophagy um CRASSICO do metal nacional, na verdade a maioria dos albuns lançados naquele anos se tornaram clássicos..........Divirtam se.



VULCANO - ANTHROPOPHAGY

Por Ricardo Batalha

Riffs de guitarra rápidos e marcantes. Baixo pulsando no limite. Bateria repleta de 'blast beats', com linhas executadas sem dó com fêmures e tíbias como baquetas (literalmente). O microfone não era só uma extensão da voz, mas aquele instrumento feito também de osso de onde saia a voz gutural de Angel. Assim seguia o Vulcano, que vivia um grande momento, colhendo os frutos dos álbuns Live! (1985) e Bloody Vengeance (1986). Confira a seguir a entrevista na íntegra com Zhema Rodero, Arthur Rodrigues e Angel, que falam sobre a situação do Vulcano à época do álbum Anthropophagy (1987).

Como estava o Vulcano após as mudanças de formação na época do Anthropophagy? Zhema Rodero foi para a guitarra, Fernando Levine assumiu o baixo e Arthur Rodrigues a bateria...
Arthur Rodrigues: O Vulcano no auge de sua carreira. Vinha de dois álbuns acertados: Live!, o primeiro petardo ao vivo do Brasil, e Bloody Vengeance, o divisor de águas do Black Metal. Então, o Zhema e o Angel estavam confiantes em trocar praticamente a banda toda. Não porque queriam, mas porque Zé Flávio já havia saído para formar o Ritual, depois Psychic; e o Soto Jr. e Laudir Piloni saíram até hoje não se sabe exatamente por que. Eu e o Levine já entramos para compor as novas músicas e foi aí que nos deparamos com um 'jeito de compor' totalmente diferente, ou seja, o estilo próprio do Vulcano. Lembro-me que nos preocupávamos muito em não parecer com outras bandas e não ter mapas de músicas iguais. Era o estilo do Vulcano e respeitamos isso. Foi época também em que o Zhema foi para a guitarra, então praticamente estávamos começando uma nova banda naquele momento.

Conte como se deu a produção do álbum Anthropophagy. Por que você quis comandar os trabalhos no estúdio Guidon ao lado do Edy Bianchi?
Zhema: Foi uma decisão errada para a época. Na verdade eu deveria ter deixado por conta do Edy ou mesmo ter aceitado a proposta de Johnny Hansen de assumir a produção do álbum. Eu estava com uma concepção na cabeça em conseguir um álbum pesado e rápido ao mesmo tempo acreditando que dobras de guitarra fariam a parte pesada e a bateria faria a parte rápida. Engano meu. Quase acabei com a produção! Por exemplo, insisti em um timbre de caixa que só agora, anos depois, eu sei que nunca conseguiria, pois o que eu procurava necessitava de muita pressão da baqueta e no centro da caixa. Como conseguir isso com aquela velocidade?!... Impossível!

Arthur: Para mim foi um momento de maior importância na minha vida. Não era fácil gravar um LP naquela época e eu estava fazendo isso com 18 anos de idade. Lembro que dormimos no estúdio, pois não tínhamos grana para hotel, e eu dormi ali ao lado da bateria. Para mim aquilo foi o máximo!

Qual a sua análise a respeito do resultado final?
Zhema: Ficou longe daquilo que eu esperava como resultado. A gravação ficou um tanto prejudicada pelo excesso de guitarras e reverberação, fazendo com que a base da música embolasse e a voz fosse levada para trás. O Anthropophagy foi gravado no feriado de 7 de setembro de 1887. Em três dias, sábado, domingo e na segunda o álbum já estava pronto. Mas o fator agravante mesmo foi o corte. Para você passar uma gravação de uma fita magnética para a bolacha de vinil tem um processo intermediário chamado corte que é de extrema importância, tanto que só era feito por profissionais de corte e era caríssimo. Foi aí que não foi bem feito. Perdeu muito.

Arthur: Com relação as composições, eu creio que ficou da maneira pensamos, rápidas, mapas diferenciados, 'blast beats', coisa que o Laudir Piloni criou, e a regravação de Fallen Angel, que viria a ser a primeira faixa do Live! em versão de estúdio.

Como foi a receptividade do disco?
Zhema: Aquele lançamento, no meu entender, chegou muito cedo à cena. Ele deveria ser lançado alguns anos mais tarde e com melhor produção. Ele não pertencia ao final dos anos 80. A maioria não entendeu muito bem aquela sonoridade.

Arthur: Pois é, mas muito reconhecido atualmente após o lançamento em versão CD pela I Hate Records da Suécia. Ele deram um tratamento acústico excelente e recuperaram a qualidade perdida. Atualmente é um item 'sold out' e com ótimas resenhas pela mídia no exterior.

Como foram os shows de promoção e divulgação do Anthropophagy? Lembro de ter visto de perto vários, incluindo o festival no Circo Marinho "South American Death Fest" com a Dorsal, Krânio Metálico e Massacre (CHI) e o show no Teatro Mambembe...
Zhema: Foi um período de grandes shows! Fizemos vários durante aquele final de ano e início de 1988. Estivemos nas principais capitais do sudeste e pela primeira vez fomos ao nordeste e estivemos também no Chile. Era um período ainda complicado com relação a bons equipamentos de palco e P.A. Os shows eram ainda precários, porém o público era de primeira.

Vocês consideram o Vulcano uma banda de vanguarda, pois já fazia um som extremo e com 'blast beats' muito antes do Krisiun, por exemplo, estourar?
Zhema: Sim. Nós tivemos várias atitudes de pioneirismo e vanguarda. Fizemos um single totalmente independente utilizando o estúdio da Top Tape; gravamos o primeiro álbum ao vivo; utilizávamos fêmures e tíbias como baquetas; produzimos o Bloody Vengeance, um álbum totalmente diferente do que se fazia na época - e com uma capa mostrando o interior de uma igreja em chamas -; fizemos o Anthropophagy, etc, etc...

Angel: Fazíamos, e ainda fazemos, um som muito espontâneo, mas revendo vídeos da época posso dizer que nos diferenciávamos das outras bandas, pela agressividade e rapidez, que na época não era comum.

Conte como estava a cena nacional há vinte anos? Conte um pouco para os nossos leitores e os fãs da nova geração que não viveram aquela época quais bandas vocês tinham ligação, quais casas de shows/bares/eventos havia naquela fase e como era a cena para vocês do Vulcano...
Angel: A grande diferença que percebemos é que agora existe uma preocupação maior nas pessoas que promovem shows, quanto a qualidade dos equipamentos. Fora isto, creio que continua tudo bem semelhante aos anos 80. O público é o melhor do mundo, tocamos nos mesmos lugares, ou seja, sedes campestres, ginásios e barzinhos; dificilmente tocamos em casas de shows...

Zhema: As bandas em 1987 estavam mais voltadas ao Thrash Metal e à qualidade das gravações. Então, havia muita influência de Metallica, Exodus, etc. Tocávamos sempre em grupos, Vulcano, Dorsal Atlântica e promovíamos nossos próprios, vamos chamar de, mini-festivais. Em Santos fizemos um festival histórico com Masscre, Dorsal Atlântica e Krânio Metálico. Nunca bandas undergrounds haviam conseguido trazer 1.100 pessoas em um único evento. O Batalha estava lá e pode confirmar isso! Depois desse evento abrimos um caminho para que todas as bandas viessem à Santos mostrar sua música.

Como foi a aceitação e a receptividade do relançamento do "Anthropophagy" em CD, que veio junto com a Demo "Devil On My Roof" de bônus?
Zhema: Muito boa. Começando pelo trabalho de remasterização do álbum feito pela I Hate Records até os indicadores de vendas. As músicas estão muito mais audíveis e a produção gráfica excelente, com 16 páginas contendo fotos inéditas, letras e ficha técnica. Tenho lido boas resenhas no exterior e as vendas foram muito boas. No Brasil não houve repercução nenhuma, mas lá fora ajudou muito na manutenção do Vulcano na cena. Quanto a Demo, ela foi gravada em 1984 em minha casa. Eu tinha um mesa EMC de 16 canais e improvisei um estúdio. Uma curiosidade é que ela nunca foi colocada à venda ou mesmo para divulgação. A única pessoa que recebeu uma cópia com release, capa, etc. foi o Luiz (Calanca) da Baratos Afins, mas ele nunca me respondeu.

Como está o Vulcano atualmente? Quais os planos da banda?
Zhema: Terminamos a composição das músicas que farão parte do próximo álbum. Serão 11 músicas inéditas e começaremos a gravá-las em dezembro. Muito provavelmente este novo álbum sairá em fevereiro. Antes disso, a Cogumelo estará lançando uma edição limitada do Bloody Vengeance, com uma concepção gráfica totalmente diferente e em formato dual-disc - de um lado o áudio do álbum e do outro um DVD do show de lançamento em Belo Horizonte, em agosto de 1986. Gravado em várias câmaras e totalmente reeditado. Em dezembro estaremos tocando em Santiago e Antofagasta no Chile. Para esse retorno ao Chile, a Proseliytism Records estará lançando o Tales from the Black Book em uma versão limitada e com uma arte gráfica totalmente diferente daquelas que estamos acostumados, além de estarmos negociando o licenciamento do Tales from... e do Bloody... na Europa na versão vinil.
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"ANTHROPOPHAGY" COMENTADO FAIXA A FAIXA POR ZHEMA RODERO:

01 - RED DEATH: Curiosamente, apesar, de ser a primeira do disco, foi a última que fizemos. Ela tem uma boa letra inspirada em um conto de Edagar Allan Poe.

02- DEATH ANGEL'S ARMIES: É uma das que mais gusto, tanto dos riffs como da letra

03- BRAINWASH: O riff inicial dela nos deu um enorme trabalho no studio, pois o tempo não esta em um compasso 4x4. Se notarem bem tivemos que fazer uma vocalização diferente para essa música.

04- F.T.W. (FUCK THE WAR): Esta música possui um riff totalmente diferente de tudo que já tinha de ouvido até então. Ela possui uma parte “slow” que agrada muito na execução ao vivo.

05 - FALLEN ANGEL: Uma regravação do álbum ao vivo. As músicas do ao vivo nunca tiveram versão de estúdio, então eu comecei a colocá-las nos álbums a partir desse. Os solos são do Johnny Hansen, autor da música.

06- ANTHROPOPHAGY: A faixa-título. Sonhei que estava no topo da Serra do Mar com a banda, olhando para a baixada Santista. Só que não existia mais, pois havia tido um cataclismo nuclear. Era só poeira radioativa e antropofagia. Então fiz a música. Note que na caverna (na capa) estão desenhados o Laudir, Zé Flávio e Soto Jr

07 - ANYONE CAN KILL: A letra procurou retratar a visão do Arthur e Levine sobre server o exército. Afinal, eles estavam na idade de se alistar!

08 - STIRRING: A música possui ótimos riffs e fala sobre uma igualdade de estilos - Thrash, Death, Black, Punk... A letra em si tem muita dinâmica!

09 - (AM I CRAZY?): Uma criatividade do Arthur! Ele fêz aquilo lá mesmo no studio. Espontaneidade! Curiosidade: aquele timbre agudo de percursão que aparece no fundo da música foi feito em um vidrinho de Nescafé que estava dando mole na cozinha do estúdio!

10- MEGATHRASH: Ótimos riffs a partir do primeiro quarto da música.

11- UPRIGHT: Não é uma música que aprecio muito. Faltaram elementos mais interessantes, que fica por conta de apenas um riff na parte 'slow'.

Sites relacionados:
www.myspace.com/vulcanobrazil
http://www.vulcano.hpg.com.br/

2 comentários:

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