domingo, março 23, 2008

Que papo é esse de Papa?

Mais uma contribuição do Lelê faça como ele envei seus textos.

Pense no domingo de ramos e a entrada triunfal de Djízus Cruáisti em Jerusalém, montado num burrico e observado por um número considerável de pessoas de todos os matizes. Imagine a cena de Ratzinger no majestoso Papa Móvel. Vamos analisar somente as diferenças destas duas cenas.
Os judeus, nos tempos de Jesus, viviam numa organização teocrática (até hoje o Estado de Israel – sem constituição e uma cartografia indefinida pela crescente violação aos tratados internacionais- é um estado teocrático). Todo o desdobramento final da pregação política de Jesus demonstrava que ele não concordava que o alto clero, os Saduceus, se locupletassem com o Estado Romano. Os evangelhos canônicos, embora recheados de propaganda romana, deixam claro que já havia se fortificado esta relação. Roma se utilizava do poder dos chefes religiosos para manter o povo manso e submisso.

Era contra este projeto que se insurgia Jesus, ao querer não revogar, mas fazer com que se cumprisse a lei. Jesus tinha como seguidores alguns homens que eram terminantemente contra esta política. Judas Iscariotes era um zelota e era um deles. Tinha um papel importante ao lado do Mestre, era seu tesoureiro e foi por ele escolhido para ser protagonista em um papel teatral, conhecido como a Paixão de Cristo; muito inspirado, com todos os elementos e a indisfarçável sintaxe da tragédia grega.

Por sua luta contra os pelegos judeus e por ter se portado como um zelota revisionista, Jesus foi entregue aos romanos para ser morto, acusado de sedição. Recebeu uma condenação romana. O julgamento de Cristo foi uma clara demonstração de que os líderes judaicos intervinham para silenciar os sediciosos, havendo, portanto, uma aliança do império com estes líderes para que tudo ficasse em ordem. Jesus estava justamente ao lado de zelotas (Judas, por exemplo) e essênios (como exemplo, João Batista), ambos terminantemente contra os invasores romanos. Os zelotas praticavam terrorismo, assassinando os que não lutavam contra esta abjeta aliança. Judas Macabeu foi o grande nome deste grupo nacionalista, Judas Iscariotes um exemplar expoente, Massada – a fortaleza romana – o símbolo da última grande batalha crística, por assim dizer.

Voltemos ao Papa bávaro. A igreja de Ratzinger existe justamente porque fez uma aliança com o Império Romano. E exerce exatamente o mesmo papel da igreja judaica que entregou Cristo aos verdugos; não, não. A igreja de Ratzinger tem mais poderes, mais dinheiro e mais prestígio.
Nos evangelhos não há uma única citação em que Roma é vista como assassina, invasora e perseguidora de Cristo e de cristãos. Pelo contrário, encontramos estranhas passagens como a do Centurião de Cafarnaum em que colocam na boca de Cristo estas bisonhas palavras: “nunca vi um homem de tamanha fé”! Não há de se estranhar que Cristo curou todo tipo de gente e tenha encontrado, justamente em um centurião romano, um homem da maior fé! Embora a crucificação seja uma condenação exclusivamente romana naquelas paragens, os evangelhos dizem que não foram os romanos que mataram o Cristo. Enfim, propaganda.

O Papa bávaro, ao desembarcar no Brasil, entrará numa cidade maquiada. Tiraram os mendigos, as prostitutas e os leprosos do caminho do papa. Afinal de contas Ratzinger não é Cristo. O Papa, que é um monarca (Jesus não era rei nem descendia de rei, quem descendia de rei era José, que segundo os evangelhos não era pai de Jesus; atentai bem!), chegará com seu séqüito e seus valetes, desfilará pelas ruas como um pop star e terá as mais maravilhosas acomodações, como se tratasse do próprio Rei Salmão. Ratzinger sufocou a Teologia da Libertação, os zelotas de Cristo.

O Estado do Vaticano, apesar de ser o menor é um dos mais ricos Estados do mundo, foi ratificado como tal pelo déspota Benito Mussolini em 1929 (!!!), é uma monarquia absolutista e o seu soberano não deve satisfação a nenhum parlamento; conspirou contra o comunismo no leste europeu e na Rússia, se locupletou com a Máfia Italiana (atentai para O Poderoso Chefão) e serviu, aqui e alhures, a diversos poderes imperialistas. A Igreja estava nas caravelas com os portugueses e os espanhóis. A Igreja promoveu cruzadas contra os árabes, na busca da hegemonia imperial, sempre com a ajuda dos Estados imperialistas. Ou seja, a igreja de Ratzinger é a mesma que Cristo já havia condenado há dois mil anos! Portanto, é a Igreja do Anti-Cristo.

Num texto que coloquei aqui no blog chamado “Jesus é um mito, Gorete”, conto como o cristianismo da igreja de Roma é uma compilação de outras religiões pagãs, orquestrado para a fundação de uma igreja que atenderia aos mais diversos matizes culturais e alicerçada na administração romana. Agora vos apresento algumas imagens deste ecumenismo às avessas, deste paganismo compilado: Na praça central do Vaticano tem um gigantesco obelisco, este objeto fálico é egípcio (mais uma pilhagem da igreja), o vaticano é um cemitério onde os príncipes papais são enterrados, igualmente a configuração de uma pirâmide egípcia como tumba de faraós. No alta-mor de São Pedro tem uma magnífica estátua em bronze de Pedro sentado em uma cadeira, essa é exatamente a mesma estátua que ficava no panteão em Roma, era a estátua de Júpiter. Júpiter, como todos sabem, era um dos deuses pagãos da Roma Antiga e era chamado de “pater”, ou pai em latim. Templo da idolatria, o que não falta no vaticano é estátua: de santos, de anjos, do Menino Jesus, de Maria e pinturas de deuses pagãos, como Isis e Mercúrio, mantidas na Biblioteca do Vaticano; só falta uma réplica do Bezerro de Ouro! Velas e incensos queimam diuturnamente, como se se tratasse de um templo hindu ou budista, os vinhos são alegóricas libações ao deus Baco, filho de Júpiter etc. As citações são vastíssimas.

Cristo, ao entrar com o seu burrico na Cidade Santa, deixa claro qual era o seu projeto religioso. Ratzinger, toda vez que entra numa nação com o seu Papa Móvel, deixa claro qual é o seu projeto político!

Lelê Teles, atual Brasília ex-gama city.

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