quarta-feira, julho 25, 2007

o que é um gesto obsceno?


Não, ele ainda não sabia que ACM havia morrido

A grande mídia, apátrida e golpista, papagaiava que o acidente com o vaião da TAM era culpa da pista de Congonhas e, sobretudo, a culpa era inteiramente do Governo Lula. A mídia, apátrida e golpista, no momento que teve uma oportunidade esqueceu o PAN e só falou de TAM. Mesmo depois de perder duas eleições, derrotas fragorosas e massacrantes, a mídia ainda insiste em não aprender que brincar com a inteligência dos outros é burrice. Durante essa semana editoriais e capas de jornais e revistas abjetas falavam em ranhuras (grooving), pista curta, pista molhada e iam inventando pistas, criando indícios para culpar o governo pela tragédia.
E qual não foi o baque, o Jornal Nacional vai ao ar e diz que o problema seguramente foi mecânico ou humano, ou uma combinação dos dois. Ao invés de fazer mea-culpa e pedir desculpas aos leitores por ter induzido a todos a um erro de julgamento, de ter incitado o povo a pré-julgar, o que faz a grande mídia apátrida e golpista? Mete uma câmera dentro de um gabinete e, sorrateiramente, clandestinamente, "flagra" uma imagem em que um ministro comemora o desmascaramento da mídia. E aí? Aí a mídia apátrida e golpista faz o seus leitores esquecerem de que ela os induziu a um erro de julgamento e os fazem julgar o gesto obsceno do ministro. Não seria esse um gesto abjeto e obsceno da mídia, leitor amigo?
Dizer que Marco Aurélio Garcia debocha das vítimas, como disse Rodrigo Maia, o Aprendiz de Feiticeiro, ou que Garcia brinca com o poder, como inferiu Noblat, ou que um gesto destes não é aceitável a um membro do governo não é uma digressão obscena?
Primeiro, Garcia não estava em público. Segundo, a câmera fez de uma cena privada uma cena pública, ou seja: um FACTÓIDE! Terceiro, o então presidente Fernando ColIor disse, certa vez, que tinha "Aquilo Roxo", a mídia fez festa; Itamar Franco, quando era presidente da República, foi fotografado em local público, com o seu Ministro da Justiça (senhor Maurício Correia, amigo de Roriz e hoje advogado de Gim Argelo) ao lado de uma pornomodel sem calcinha e com a periquita de fora, não houve esse alarde com a palavra "obsceno" e nem pediram a demissão do ministro (como o fazem agora) ou a defenestração do presidente (como tanto quer nesse momento a mídia apátrida e golpista).
Amanhã sai uma nova pesquisa, a mídia enlouquecerá quando vir que as vaias puxadas pela claque de Maia Pai, o Faraó do Guggenheim, foi um traque e que suas traquinagens estão dando em nada. Quando os leitores começarão a cobrar seriedade de seus jornais, menos golpe e mais informação?
Primeiro inventaram um bandido Freud Godoy, assessor próximo ao presidente. Depois descobriu-se que Freud era inocente e que a mídia o usava para atingir o presidente (Ô, mídia, não Freud!). E a mídia foi só inventando casos e escândalos, todos sendo derrubados com o tempo. Até que enfim, acreditaram no triunfo inventando o Caso Vavá. Deu em nada, mas eles não desistem; depois do factóide Vavá a mídia, apátrida e golpista, inventará o factóide Vevé, o Caso Vivi, o escândalo da Vovó e as estripulias de Vuvú. E nada. Somente gestos obscenos e desrespeitosos com a inteligência alheia. Com licença que eu vou fazer um gesto obsceno.

Lelê Teles, é escritor mora na vila mas não é pagodeiro.

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