sábado, abril 19, 2008

Ixar aPunk Core Fest

Contribuição Gilmar Vocalista do ARD

30 de março de 2008. APOAL- Águas Lindas de Goiás-GO.
De volta às resenhas. Atrasado, porém de prontidão.
A viagem: desconsiderando o título inicial, sem nenhuma alusão à distância de Centro de Taguatinga até Aguas Claras. O loucão do Rato Morto, batera do Under the Ruins, simplesmente tentou um atalho, que nos custou uns 300 quilômetros a mais (exageros à parte), quase perdemos a entrada da cidade e ainda “brincamos” como o pensamento doente sobre a relação entre acidentes na represa e o cemitério de ônibus nas proximidades.

O local: um espaço do tamanho de uma sala de estar, cedido pela cooperativa APOAL. A chuva literalmente obrigou todos a entrarem. Assim, quando a primeira banda inicou os primeiros acordes, já havia uma galera esperando. No cimento grosso, bom para cair de joelho e não tirar pedaços...rsrsrs. No ambiente minúsculo ainda havia uma máquina de misturar cimento, onde me sujei todo de graxa, tentado escorar o corpo velho e cansado na máquina. E a galera do Murro no Olho ainda montou uma banca de exposição de material, o que só veio a colaborar na composição do cenário literalmente hardcore (caroço-duro) para o evento. Mas ainda havia a figura mais interessante da festa. Um cachorrinho bonitinho, do tipo vira-latas que insistia em dormir em uma das caixas PA´s, que pelo visto não funcionava. Mas vamos ao show.

AS Infantil - Abrem o evento, com uma inexplicável timidez, mas aos poucos vão produzindo a velha adrena e a coisa esquenta. Acho que poderiam ter feito uma apresentação melhor, se soubessem usar melhor a afinação e a vantagem do local pequeno, principalmente porque durante os clássicos covers executados a galera correspondeu bem. O importante é que eles continuem, afinal, todos surgem assim. Vida longa de insistência aos AAI.

Aversão – Levam um punk rock de primeira, afinação em solzão, muito empolgante. Como não conheço as músicas, me dediquei a ver o desempenho da banda ao vivo. Tirando a inevitável tosqueira natural da perda de ritmo, típica de bateristas que ralam muito para segurar sem demonstrar o evidente cansaço, a banda se movimenta bem e sabe chamar a galera na hora das rodas de pogo ou circle pit, ou como queira chamar. Apesar de achar importante a banda demonstrar as boas influências quando executam covers de suas bandas prediletas, acho que exageraram um pouquinho, no mais... só sucesso! “Punk rock não morreu!”.
Tampa de Fossa – A banda mais tosca do mundo, e ainda chegaram a comentar que onde eles tocam sempre rola chuva. Serão estes bons ou maus sinais? Vai saber! No entanto, os caras detonaram, não deixaram a crowd parar um segundo, clássico sobre clássico do velho bom e sujão paticum 77. Quem não dançou, dançou!!! Ótimo show.

Under de Ruins- Há tempos não assisto uma apresentação tão raivosa como a dessa galera. Os caras levam um D-beat cruel, sangrento e de altíssima qualidade técnica. Fiquei fá na hora (pagações de pau explícita e descarada ...rs). Mas o que dizer de uma banda que executa com precisão Dischargeana todas as suas descargas de fúria e protesto? Só tenho uma pequena observação (falei isso pessoalmente): o som poderia ter sido melhor aproveitado se não fosse a complicação que é usar pedal de efeitos como aquele para tocar um hardcore tão cru como o deles. Viva o Hardcore dos anos 80, 90 e 2000!!! Sou suspeito, mas até então, a apresentação do Under the Ruins, era de longe a melhor do programa daquela noite...

Murro no Olho- Mas aí vieram os bebuns mais loukões do planeta Punk da Morte. O trio tá afiado como navalha, tocaram todas as canções de sangue, ódio e cuspe voaram longe, pela bocarra nervosa de Regis, agora com seu baixo estilizado (preso a uma corrente de 100 quilos). Set alucinante, com destaque pra um bebum que clamava aos berros : “ - escuta aqui meu querido....guuros fot felf eodos de gheeum ta? E também para a chocante cena do tiozinho aqui, mais animado do que sempre, tentando derrubar todos os locais como um tsunami indo contra a roda.. Quase parando o show, pois como não era conheci da galera que tentava manter-se no ritual estranho de rodar na mesma direção...ahahha. Depois de uns deixa disso para com isso, o massacre continuou (desculpa aceitas, todos voltam com todo o gás para participar da carnificina promovida por Pé de pano e Juliano, ambos detonando em todos o sentidos, acho que pelo fato de contar com um “china”, a bateria mais parecia um grito de lamúria em uma guerra do que um instrumento que ditava o ritmo dos punks da morte. Apesar da galera do show se encontrar em estado de descrença total, pelo cansaço da furiosa roda de pogo, os caras tocaram pelo menos uma 5 músicas em uma série interminável e admirável de bis... Melhor show dos caras na minha opinião!!!! Massacre da Serra elétrica em Águas Lindas... Ganhamos o domingo, mesmo tendo que quase virar a noite esperando um busão pro Gama e ainda por cima encontrar o biives na rua tentando perguntar algo como: Eiii, gurum acharum mischungindou?... Vida lôka!!!!

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