sábado, setembro 06, 2008

Entrevista Murro no olho


Entrevista Murro no olho

Banda de dois guerreiros do hardcore em Brasilia Regis e Juliano o Murro no Olho vem se tornando uma respeitada na cena underground de Brasilia, é uma de minhas preferidas em Brasília tanto pelo som que fazem quanto e pela honestidade de seu trabalho.

Depois do excelente demo Mar de cadáveres e de recentes mudanças na formação prometem para breve uma nova demo ainda sem nome até o momento. Segue abaixo a entrevista com Regis e Juliano respectivamente Guitarrista e baterista.

Dirtam se

Osub- Saudações amigos. É um prazer te-los em nosso webzine. Apesar que muitos pensam O Murro no Olho não é uma banda de Brasiliae sim mineira de Paracatu cidade que não tem uma cena muito conhecida. Algum tempo depois a banda se mudou pra Bsb onde se firmou mais. Conte-nos como foi os primeiros passos da banda, e sua mudança de estado.

Régis: As primeiras “trapalhadas” começaram em 1998, com Régis (BX/VC), Chico (GT/VC) e Konga (BT). Os caras optaram pelos estudos e eu fui procurar alguém que tivesse “coragem” pra fazer um som nada profissional. Em 2002, eu me mudei definitivamente para Brasília e chamei Sandro para assumir os vocais, Fofão na bateria e Felipe (Under the Ruins) no baixo. Só então o Murro no Olho começou a tocar, ensaiar e gravar.

Osub- na banda há dois zineiros bem conhecidos em Bsb Juliano com seu Fúria Urbana, e Regis com O Mensalão do Capeta. A cultura de zines em Brasília ficou um tempo hibernado e agora parece ter sido dispertada e vêm aumentando consideravelmente, desde os anos 80 não vejo tantos zines sendo impresso. Gostaria de saber o que os motiva a editar zines? E vocês acham que há futuro pros zines impressos com o advento dos webzines?

Régis: Eu faço zine porque odeio jornal e revista. Não considero isso como leitura e nem cultura. Zine impresso sempre vai existir!!! Esse lance de webzines pode ajudar pra caralho, mas nada melhor que pegar uma cópia e tal.

Juliano: Cara, o que motiva a fazer o Fúria Urbana é a desgraça. Daí a tendência é o zine acabar quando acabar a desgraça. Acho que os web zines têm seu papel, ajudam bastante em divulgação, mas duvido muito que veremos o fim dos zines impressos, bem como dos jornais comuns também. O acesso à internet, pode não parecer, mas é bem restrito. O zine impresso vai acabando à medida que a divulgação underground fica mais elitizada.


Osub- a avalanche sonora oriunda da banda faz estremecer qualquer palco, de onde vem as influências de vcs? As letras são recheadas de terror e pânico, bem diferentes das maioria das bandas de Hardcore, quem as escreve?

Régis: As influências vêm do fato de estar vivo no Brasil e manter-se vivo até morrer. Até ontem quem escrevia era eu. Agora tamo armando disco novo e tal, tem letra do Juliano, do André e minha.

Juliano: Já escrevi uma ou outra, quase todas influenciadas por Napalm Death e Facção Central.

Osub- Juliano é um multibandas Besthoven, Death Slam, Murro no olho e ARD, isso não te atrapalha como músico? Imagina se essas 4 bandas tocassem em um mesmo show...............kkkkkkkkkkk

Juliano: Rapaz, seria interessante esta possibilidade, provavelmente eu morreria! Cara, é legal pra carái tocar nessas bandas todas, a rapaziada nem esquenta quando choca horários. É tudo velho esse povo aí, então ensaia pouco para evitar problemas nos ossos, coração, queda de cabelos, essas coisas que você bem sabe, né Amarildo!?

Osub- fora da banda o que vocês fazem pra sobreviverem?

Régis: Sou peão de obra, doméstico, faxineiro, bêbado, zelador, engraxate e servente de pedreiro. E se precisar de alguns desses serviços, é só ligar, porque tenho que pagar Pensão Alimentícia.

Juliano: Eu orêio numa ong do Setor Comercial Sul. 40 horas semanais mortais. Serro pratos rachados também.

Osub- o segundo CD demo “Mar de cadáveres” marca uma faze bem mais madura musicalmente pra banda, o cd é cheio de participações especiais. Como foi processo de composição e gravação do mesmo? E a repercussão tem sido boa?

Régis: Os sons já estavam prontos. Juliano e André pegaram os sons. A gravação foi no ME Estúdio, e os convidados deram um xou de tosqueira! Muito lindo! A repercussão foi: dívida acumulada, brigas com a muié, poucos xous e vendemos umas 3 cópias.

Juliano: Foi loucura do começo ao fim das gravações, nós quase sempre estávamos trolados e sem dinheiro pra pagar o ED (ME Estúdio), mas, como sempre, ele aceitou todos os negócios e escambos possíveis. A gente teve uma ajuda importante no processo, falo do Rogério (Besouro do Rabo Branco), que mostrou como tirar vinho de pedra. Muitas revistas e zines têm divulgado esse cd aí, pedindo entrevistas e tals, tá jóial!

Osub- Sei que a banda se prepara pra gravar o sucessor do “Mar de cadáveres” o que podemos esperar desse novo cd? Já tem previsão de gravação?

Régis: O que vocês podem esperar é um Murro no Olho rápido, sujo e feio pra carái! A previsão: Nois tamo torcendo pra que tomara que tudo dê certo, que só assim, quem sabe, fica pronto até o final do ano.

Juliano: Podem esperar o costumeiro: horror e tragédia. Guitarras fritando, baixo de arame farpado, batera com couro de cascavél, e letras pingando sangue.

Osub- A onda de bandas emo, Hardcore melódico em Brasília vem tomando proporções de movimento. Apesar de achar que esses estilos nada tem haver com nossa cena, por eles não terem uma identidade bem definida. Qual é a posição da banda em relação a isto?

Régis: Não é só emo e hard core melodramático. Isso não passa de mais uma moda! Primeiro, entenda, não somos os melhores nem os maiores! Esses moleque só curte música ruim, e gastam grana com tudo que a modinha deles ditam. Muitos aproveitadores estão aí para cuspir na cara desses orêia seca! Isso acontece no hard core, no metal, no rap e sempre vai existir. Do jeito que eu, Régis, vejo e entendo, até essa bosta do Etno, Bruto etc. é emo também! Aproveitador e oportunista tem de sobra! Mas daqui uns tempo a moda vai ser outra, e sempre vai existir o lado negro da força, que é o underground, tá ligado?! Nesse lamaçal da verdade é que você vai realmente encontrar bandas boas! Seja punk, funk, core, metal, gore, speed, o inferno que seja, se for sincero vai sobreviver!

Juliano: O emo (hc melô) é a completa expressão da apropriação musical do capitalismo, que levou o rock (protesto de origem) e transformou-o numa roda de amigos pequeno-burgueses que choram ao cair da tarde, sem ter o que fazer perante suas mimadas necessidades. Isso nunca foi o rock muito menos hard core. Isso é pop infanto juvenil carente e acima de tudo (e muito pior), conservador! Menos ofensivo que a Xuxa, que ao menos fez um ótimo filme pornô, é ou não é?!

Osub- Muito obrigado pela entrevista fica aqui o espaço aberto ao murro no olho.

É isso ae Amarildo, manda bronca com O Subversivo Zine, demorô! Como você é do Gama, manda dois recadinhos aí cara: 1 – Wilson Lima, suma do rock (aproveitando a deixa do emo), 2 – Wilson Lima e demais políticos, larguem a mão de ser oportunistas!! Cadê a reforma do Galpãozinho caralho!?!?!?!? Abraços


contatos

www.myspace.com/murronoolhocore


Um comentário:

Unknown disse...

Que entrevista legal!
Continue sempre o trabalho, Amarildo!
Grande beijo.

Ludmila Gaudad
Banda Estamira