terça-feira, maio 06, 2008

Entrevista Volkana "Os primeiros passos"

Primeira foto oficial da Volkana
Você vai encontrar essa entrevista no zine oficial Tambêm pois cedi a meu amigo Tomaz para que ele postasse primeiro . Essa é a segunda entrevista do projeto "os Primeiros passos".

Foi um prazer entrevistar essas moças da Volkana, banda que eu já admirava há tempos, desde sua formação e shows memoráveis! Vale lembrar que esta entrevista foi feita antes mesmo da confirmação oficial da volta delas.
Após um longo inverno a Volkana floresce novamente, no mesmo lugar do topo. Desde que a banda findou suas atividades, nunca mais o metal nacional conheceu outra banda feminina que tenha tido tanto reconhecimento na cena nacional. A Volkana tem lugar certo na história do metal Brasil e da cena de Brasília, mesmo não sendo a primeira banda feminina da capital. A pioneira foi a banda Autópsia, formada por Syang, Débora e Marielle. Foi desta banda que surgiram o P.U.S. e a Volkana, a mais conhecida.
A banda ensaia agora sua volta em grande estilo, com a formação clássica do 1º LP mais a Renata, guitarrista do segundo registro, Mind Trip. A entrevista que se segue é um bate papo com a duas figuras centrais da banda, a vocalista Marielle e a baixista Mila. Divirtam se!

A espinha dorsal da Volkana Karla (gts), Marielle (vc) e Mila (Bx)
Marielle e Mila é um prazer tê-las aqui no nosso zine. A Volkana vai se reunir novamente o que vocês podem nos adiantar sobre essa reunião, qual é a nova formação? Que sentimento motivou esse retorno?
Marielle:
Oi pra todos.. O prazer é todo meu em poder falar e contar um pouco da história das Volkanas pra vocês...
Bom, estamos voltando sim! Deu a maior vontade de tocarmos juntas de novo, pois algumas pessoas que gostam do nosso trabalho, através da comunidade do orkut, pediam sempre pelo menos um show de reencontro, daí eu e a Mila, que sempre estamos conversando, resolvemos conversar com o Serginho (Sergio Facci - bateria), as guitarristas Karla Carneiro e Renata (que fez parte da segunda formação da Volkana), e sairmos fazendo uns barulhos pelo país a fora..vai ser legal... ainda mais assim na formação clássica.


Vocês se lembram do último show juntas? E o que esperam do primeiro show após essa volta?
Marielle:
Bom, o meu último show com a Volkana foi no Aeroanta em São Paulo, não lembro bem com quem foi, mas foi legal como todos os shows que fizemos juntas. Agora para esse retorno acho que a “vibe” será a mesma: muita energia e prazer em estar no palco.. a Mila não se agüenta mais de vontade de tocar... Eu, Serginho e Renata continuamos tocando, mas ela ta com o famoso “sangue no zóio” pra voltar aos palcos... E isso é muito bom, né?


(Para Marielle) De todas as Volkanas você foi a única que permaneceu no meio musical. Quais os projetos que você participou nesse período em que a Volkana descansava?
Marielle:
Eu voltei para Curitiba onde toda minha família estava por causa da doença de meu irmão, Mariel Loyola, que fez uma participação mais que especial no disco First da Volkana, e após a morte dele, eu perdi totalmente a vontade de cantar... Ele era muito meu parceiro em tudo... Daí fiquei por aqui e me mantive longe da música pelo menos por 3 anos, mas não agüentei. Logo resolvi montar a Cores D Flores, banda na qual trabalho com muito prazer até hoje e que está lançando seu terceiro CD, intitulado Paixão. A Cores pAra mim é uma síntese musical de tudo que fiz na minha carreira até hoje, tem o peso da Volkana, as letras ansiosas e cheia de buscas sentimentais da Arte no Escuro, e uma “levadinha” às vezes acelerada da Escola de Escândalo. Na verdade, não parei em nenhum minuto de respirar música!!

A banda, no início, foi formada por musicistas de estilos distintos dentro da cena emergente de Brasília. A Débora (bateria) e Milla tocaram na lendária e ainda ativa banda Detrito Federal (Punk), na formação em que tínhamos a Syang também na guitarra e você nas cultuadas bandas Arte No Escuro (gótico) e Escola de Escândalo (pós punk) Como juntar essas diferentes correntes musicais e fazer metal.
Marielle:
Pois é, né?! Muito doida essa mistura... Mas acredito que isso que deu a liga para a personalidade da Volkana... Foi assim... Eu e Débora (batera da primeira formação efetiva da Volkana) éramos muito amigas, e fizemos uma banda chamada Autópsia com a Simone (Syang) de death metal, mas era mais a cara da Sy e não muita a nossa, tanto que depois que se separamos ela fez o P.U.S. (Porrada Ultra Suicida), Estávamos descobrindo o metal através do Fejão, que era guitarrista da Escola de Escândalo e fazia meio que “lavagem cerebral” na gente com muito heavy metal... Daí eu e ela conhecemos Metallica, Slayer, uicidal Tendencies, Anthrax... Aí já era! Nos apaixonamos pelos timbres e levadas. Nessa época, a Mila já estava formando a Volkana, que tinha a Ana (Flammea) na batera, a Karla no vocal e na guitarra, junto com a Eliana também guitarra. Já éramos amigas, daí com a saída da Ana e da Eliana a Mila chamou eu e Débora pra tocarmos com elas, daí tudo começou!!! Ai fu....huahuahuahuha!


Hoje temos uma cena bem mais dinâmica que no tempo em que a Volkana estava na ativa. Há mais revistas especializadas, web magazines. A importância da internet é incontestáve.É graças a ela que a banda se manteve viva até hoje. Muitos que não conheceram a Volkana na época, baixa os discos e se tornam fãs. Por falar nisso, sei que a demo “Trash Flowers” ainda permanece inédita em material oficial. A Volkana tem mais algum material, digamos, “escondido” (risos)? Sobras de gravações... Alguma coisa ao vivo?
Marielle:
Putz...que eu saiba não... Na real, não lembro, pode até ter... Gravamos algumas coisas quando estávamos ensaiando com os Titãs pra tour que fizemos com eles. O Charles gostava do som e fez umas produções musicais lá... Gravamos algumas coisas, agora não sei se isso ainda existe. Que eu me lembre é só isso!!


Mila:
Em casa eu ainda tenho o rolo, onde gravamos nossa demo. Ainda era gravado em rolos... Foi num estúdio em Brasília mesmo. A Marielle deve lembrar do nome. Não tenho nada comigo também, de material novo ou inédito. Acho que nossa criatividade musical não era assim tão privilegiada e farta...rsss...

Os discos há muito tempo estão fora de catálogo. Nunca ouve interesse em relançá-los?
Marielle:
Na real, eu estava tão “internada” na dedicação à Cores D Flores durante esses anos que nunca me preocupei muito em saber mais sobre as possibilidades de relançamentos da Volkana, mas sei que agora temos pessoas interessadas, pois com o retorno da banda fica mais fácil relançar e comercializar, pois as pessoas não fazem nada sem pensar em retorno financeiro, né? A arte por ela mesma não vale muito, nem mesmo como história, como seria o caso de uma banda como a Volkana, histórica e sem similares... hauhauhauha!!!

Mila:
Isso é interessante realmente: enquanto a Volkana existiu, nós éramos tratadas com muito respeito, carinho mas com aquela pontinha de preconceito. Acho que as pessoas ainda criticavam e exigiam muito de nós. Hoje percebemos que fomos mais que guerreiras e o que fazíamos era muito bom mesmo. Nós fazíamos tudo sozinhas sem dinheiro apenas com apoio de alguns patrocinadores. Mas fomos as únicas responsáveis por durar 10 anos. E agora, se realmente conseguirmos voltar, acho que vamos ter mais apoio e teremos olhos sobre nós novamente com outra conotação.

Marielle hoje

Autópsia, Flammea, Valhalla e Volkana são bandas que têm muito em comum. Todas nasceram em Brasília, tocam metal e foram formadas por mulheres. Brasília sempre foi celeiro de boas bandas. Vocês ainda mantêm algum vínculo com Brasilia?
Marielle:
Claro! Eu amo Brasília, tudo mudou e começou na minha vida em Brasília... Fui para aí com uns 13 anos, época de mudanças naturais na vida de um ser humano... E na minha foi tudo de bom, pois conheci pessoas maravilhosas e que realmente fizeram diferença na minha vida e de muitos.
Meu filho mora em Brasília, é músico, foi de uma Banda chamada Colina. Teve uma música inserida em uma novela da Rede Globo (Alma Gêmea), tem um estúdio de ensaios no Lago Norte e trabalha muito com o Philippe Seabra, da Plebe Rude, que também está produzindo vários materiais legais aí pelo seu Selo “Sr. F”. Tenho muitos e muitos amigos em Brasília, na real, acredito que os melhores e mais queridos estejam por aí!!! E quanto aos trabalhos de metal saídos de Brasília, sem comentários, né? Acho que a própria história do rock nacional irá registrar, não só no metal... Acho que se tem uma coisa que Brasília produz, e muito bem, são grandes bandas e grandes músicos, que estão espalhados por todo País, tocando com os melhores da música nacional!!


Mila:
Bom, eu se não fosse a net e minha irmã ter ido morar em Brasília, seria difícil qualquer referência daí. Morei 10 anos em São Paulo e agora já estou há 8 anos em Bauru, interior paulista. Fica muito difícil manter o vínculo com essa distância toda, mas ainda bem que existe a net. Mantenho contato com o pessoal da (banda) Detrito Federal, que também cogitou a minha volta. Só não voltei porque estou aqui, e não tem como largar tudo pra ir para Brasília só tocar. Mas minha vontade é enorme...

Marielle e Milla agradeço pela entrevista. Espero vê-las tocando novamente em muito breve. Desejo que este reinício coloque novamente a Volkana no topo, seu lugar de direito. Boa sorte a todas. O espaço é todo seu.
Marielle:
Bom, quem agradece o espaço sou eu. Gostaria de deixar um recadinho a todos que gostam de boa música: ”acreditem sempre na alma de um músico... Ela é capaz de coisas maravilhosas...”
Desejo a todos muita paz e que Deus continue iluminando os nossos caminhos.
Queria aproveitar seu espaço aqui e passar os myspace da Cores D Flores e da Volkana, e pedir para que entrem em contato com a gente sobre as músicas preferidas das Volkanas, para podermos realmente fazer um repertório que agrade nosso público, pois se estamos voltando a tocar é só pra vocês, tenham certeza disso!!!
E sobre a Cores D Flores, estamos lançando um novo CD que terá seu lançamento em Brasília em junho agora. Nos aguardem!!! Beijos a todos...


Mila:
A Marielle já falou tudo. Nos aguardem!!! Estamos voltando para quem já conhece, para quem tem vontade de conhecer, para todas as pessoas que nos falam diariamente que fomos e somos inspiração delas. Beijooooooo!!!


www.myspace.com/coresdflores
www.myspace.com/volkana

4 comentários:

Anônimo disse...

Na boa, o Volkana nunca prestou,sempre foi muito marketing pra pouco talento,pois afinal de contas uma banda feminina de "trash"(sem o "H")com certeza chamaria a atenção,e de fato chamou,o primeiro disco delas é uma mixórdia,aquele cover do Ramones ficou risivelmente ridículo,e o Flammea era muito melhor que elas.

Projeto Recicla Estrutural (Michelle) disse...

Amarildo! A entrevista ficou bem legal!
=*

Projeto Recicla Estrutural (Michelle) disse...

Mto foda essa entrevista!
Parabéns amigo!
Beijosss :*

Unknown disse...

Pô! Que bacana! Sempre fico procurando na Internet trabs de bandas que eu curto e que fizeram parte de minha história tbm. Lembro de uma,lembro de outra e de repente me veio na memória esta banda que curti muito na época que eu morava em Brasília na década de oitenta. Fiquei surpreso qdo, ao digitar o nome VOLKANAS, apareceu uma variedade de artigos de publicidade sobre essas gatas radicais (que é um estilo que adoro)que fizeram a cabeça da galera Heavy daquela década em diante... Particularmete eu era vidrado o talento e na beleza da CARLA guitarrista e sempre fui louco pra conhecê-la. Eu já estava até bem próximo dela, iniciando tbm a minha carreira por lá, mas por contra-tempos tive que partir para o RJ. Será que um dia voltarei a vê-las e especialmente a Carlinha. Bjs aew pra essas gatas e muito HEAVY na veia!!!