sexta-feira, outubro 17, 2008

DARKTHRONE, lança novo CD "Dark Thrones & Black Flags"

A Peaceville Records marcou para 20 de outubro a data de lançamento do novo álbum da banda norueguesa de black metal DARKTHRONE, intitulado "Dark Thrones & Black Flags".

O último álbum do DARKTHRONE, "F.O.A.D.", foi lançado em setembro de 2007 pela Peaceville. Um EP, "NWOBHM" (New Wave Of Black Heavy Metal), antecedeu esse álbum em julho de 2007.

DARKTHRONE lançou um box set de três CDs intitulado "Frostland Tapes" em 23 de junho pela Peaceville Records. "Frostland Tapes" é descrito em um press release como “uma fascinante jornada aos primeiros anos da banda, além de ser o primeiro lançamento oficial a conter todas as quatro demos do DARKTHRONE. “Frostland Tapes” também inclui uma rara gravação ao vivo na Dinamarca em 1990 (uma das poucas apresentações ao vivo que o DARKTHRONE já fez) e, o que talvez seja mais importante, a versão inédita da famosa sessão de ensaio de 1991 “Goatlord”. Essas músicas deveriam ter sido lançadas no segundo álbum, antes que a banda mudasse seu estilo, mas ficaram guardadas. Os vocais foram acrescentados em meados dos anos 90, mas eles são apresentados aqui da forma como a gravação soou em 1991 – genialidade instrumental, mostrando a complexidade e obscuridade de uma banda com um grande futuro à frente. O lançamento vem em um “digibook” de capa dura que mostra uma entrevista com a banda contando sobre seus primeiros dias, suas ambições e inspirações.

http://www.myspace.com/officialdarkthrone

terça-feira, outubro 14, 2008

Morre Pierre Weil, defensor e propagador da paz

Morre em Brasília o escritor e educador Pierre Weil
Fundador da Universidade Internacional da Paz (Unipaz), o psicólogo e educador francês Pierre Weil, 84 anos, morreu na noite de ontem em Brasília. Weil era diabético e tinha problemas pulmonares e de visão. O corpo foi velado por parentes e amigos na própria universidade, localizada em uma chácara em Brasília.

Doutor pela Universidade de Paris, o psicólogo pregava a descoberta da paz interior do ser humano, em suas relações sociais e com o meio ambiente, por meio da educação. Chegou ao Brasil há 60 anos. De 1958 a 1969, foi professor de Psicologia Social, Industrial e Transpessoal na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Publicou 40 livros sobre a cultura da paz, psicologia e holística. Um dos mais conhecidos é A Arte de Viver em Paz. Em 2002, recebeu o Prêmio da Unesco de Educação e Paz. O órgão das Nações Unidas para a educação, ciência e cultura reconheceu que a metodologia adotada por Weil é eficaz.

Em 1987, fundou a Universidade Internacional da Paz (Fundação Cida de da Paz), a pedido do então governador do Distrito Federal, José Aparecido de Oliveira. O objetivo da instituição é disseminar a não-violência e conscientizar o homem a conduzir suas ações com tolerância e fraternidade.

Para a psicóloga e integrante da Unipaz, Lídia Rebouças, Weil era um visionário e seu trabalho é cada vez mais atual diante da violência e das guerras. "O trabalho dele é cada vez mais atual, quando a gente vê como a violência está banalizada. Ele trabalhava a abertura do ser humano em relação a ele próprio, pregava o desapego das coisas", disse Lídia, que ajudou a criar a instituição.
Na avaliação da pró-reitora ambiental da universidade, Regina Fittipaldi, Weil buscava despertar a solidariedade e fraternidade nas pessoas. "A gente só vê o mundo com essas bolsas de valores explodindo como se a força onipresente, onipotente fosse o dinheiro. Quando sabemos que não é. O professor Pierre sabia da dimensão humana, da beleza humana, dessa força que todo ser humano guarda em si. Ele foi um arauto dessa leitura de um ser humano belo, fraterno, solidário e ético."

A Unipaz desenvolve dois projetos sociais com crianças e adolescentes de 2 a 17 anos de idade em situação social de risco, como vítimas de violência.
Além do Distrito Federal, a universidade tem campi na Bahia, no Ceará, no Paraná, em Minas Gerais , no Rio de Janeiro, em São Paulo , em Santa Catarina e no Rio Grande Sul. E em outros países: França, Argentina, Israel, Bélgica e Inglaterra.

sábado, outubro 11, 2008

Fest Rock





Ariel “old punk rocker” fala sobre sua vida e a cena underground

Não tem como falar de movimento punk no Brasil sem citar o nome do Ariel. Figura recorrente dentro da cena underground paulistana, Ariel nasceu na Freguesia do Ó, cresceu de forma simples e logo cedo teve contato com a música.
Em vez de ficar aqui tecendo teorias, o Informativo Revoluta abre o espaço e deixa o Ariel contar como tudo começou, num bate-papo que virou um grande perfil de quem é esse cara que vestiu a camisa do movimento underground nos idos anos 70 e até hoje está aí, resistindo e fazendo o punk rock acontecer, em qualquer bar, qualquer esquina.

Ariel onde você nasceu e cresceu? Qual a sua origem?
Nasci em São Paulo – Capital – Freguesia do Ó – ano de 1960 - Meu pai foi Peão (Mecânico) e minha mãe, solidão (Dona de Casa), como diria o poeta. Estudei até o 2º Grau no E.E.T.A.L., no Bairro do Limão, de onde fui expulso, por ser um delinqüente juvenil, terminando no Colégio Righini no mesmo bairro. Minha infância foi como de qualquer moleque da periferia da Zona Norte, ou seja, rebelde e malcriada. Roubava frutas das casas vizinhas, caçava passarinhos, andava de carrinho de rolimã, empinava pipas, soltava balão, jogava muita bola, rodava pião, brigava com os moleques da rua de baixo, etc. Até conhecer a filosofia de Nietzsche, o existencialismo de Sartre, o teatro da crueldade de Artaud, a poesia futurista de Mayakovsky, a literatura revolucionária de Gorky, o Surrealismo, o Dadaísmo e todos os que iam na contramão da história que nos era contada. Minha adolescência foi nos anos 60 e 70 e eram tempos difíceis para quem era jovem e rebelde, pois a ditadura instalada no país mostrava suas garras e prendia, torturava e até mesmo matava seus detratores. Comecei na música muito cedo, por volta de 1970 e com o que podia escutar de Rock’n’Roll, tive minhas influências nas bandas malditas, como: The Stooges, MC5, New York Dolls, Dust, Cactus, Pink Fairies, etc. Já no meio dos 70, com o Punk Rock ditando as regras, passei a fazer parte dessa nova onda e no final de 78 já fazia parte da primeira banda desse estilo no Brasil, a Restos de Nada.
Nunca me considerei importante nesse movimento, acredito ser apenas mais um produtor interessado nessa cultura que me apaixona e me move cada dia mais e que começou pela minha alma rebelde e contestadora, assim como é o Movimento Punk, desde o seu início.

O punk rock pra você não é só uma balada, é um estilo de vida, assim como é para muitas pessoas. Em que momento da sua vida você notou que não tinha mais volta, que estava totalmente envolvido com a cena?
Realmente o Punk Rock para mim é muito mais que uma balada e chegaria a dizer que não é um estilo de vida e sim, minha própria existência. Notei que não tinha mais volta quando tive contato com o primeiro disco dos Ramones. O visual da capa me inspirou muito e depois de ouvir o som pela primeira vez, notei que era isso o que queria ser e fazer. A partir daí comecei a me aprofundar nessa história e procurar outras coisas compatíveis com esse novo estilo e a partir disso não parei mais…

Junto com outras pessoas você ajudou a construir a cena underground paulistana, ousando e quebrando barreiras. Conte como foi organizar o “Começo do Fim do Mundo” e o “A um passo do fim do mundo”.
“Ousar e quebrar barreiras”, foi isso exatamente o que aconteceu no sopro inicial do movimento e com pessoas que estavam dispostas a encarar as diversas dificuldades impostas, começando pela família, que pela carga de preconceito e desinformação, não entendia as verdadeiras necessidades de uma juventude sedenta de Informação e Liberdade a qualquer custo.
Bem, O Começo do Fim do mundo foi organizado pelo Antonio Bivar, autor do livro “O que é Punk”, pelo Callegari (Inocentes) e pela Meire, que era sua namorada na época. Eu fazia parte da Inocentes, que era “A” banda do Movimento e por conseqüência acabamos nos envolvendo com esse projeto também, mas os méritos são dos caras. A dificuldade principal desse festival foi unir as diversas facções que compunham o Movimento de 1982, principalmente a rivalidade entre as gangues de São Paulo e ABC paulista. Mas acho que no fim, aconteceu o que tinha que acontecer e a visibilidade para o mundo foi o ponto mais positivo.
A Um Passo do Fim do Mundo de 2001 e O Fim do Mundo de 2002, foram organizados por mim, pelo Bivar, pela Tina e pelo Cuga, e contamos com muitas dificuldades, pois eles foram inseridos na Semana Jovem da Prefeitura de São Paulo e sujeito a várias sanções e dificuldades, mas no fim acabamos fazendo na raça mesmo e a participação das bandas e das pessoas envolvidas foi fundamental. Em 2001 foram 54 bandas a se apresentar, sendo todas de São Paulo e em 2002 subiu para 64, sendo aberto para outros estados, como Pernambuco, Curitiba, Rio de Janeiro, Minas e Interior de São Paulo.
Nunca recebemos 1 centavo por tudo isso, apenas a satisfação de realizá-los.

Você sempre foi muito ativo dentro do movimento punk seja participando de bandas, organizando shows ou em grupos anarquistas. Fale um pouco dessas experiências e o que cada uma delas contribuiu para a sua vida:
Sim, reconheço que sempre fui muito ativo, desde os anos de chumbo, onde as gangues espalhavam o terror pela cidade e eu era parte integrante dessas funções, mas não era só isso, já desde muito cedo, quando tinha meus 17 anos, colecionava discos e fazia sons pelos bairros, onde o pessoal ia para dançar, namorar e tudo mais. Quando me vi envolvido com bandas, apesar de não tocar porra nenhuma, já pensava em locais onde pudéssemos nos apresentar e criar condições onde não existia nada e fizemos muita coisa em cima de caminhões, em praças públicas (puxando “gatos” dos postes), em sociedades amigos de bairros, etc.. Nessa época já estava envolvido também com grupos revolucionários, como os Trotskistas: “OSI – Organização Socialista Internacionalista” e “Convergência Socialista”. Mais tarde passei a desconsiderar esse lado Comunista e passei a adotar o Anarquismo como forma de organização política e criei o grupo “Ação e Anarquia” que esteve muito ativo por anos, numa luta contra o sistema e contra os neo-nazistas. Bem, tudo isso serviu para eu me tornar uma pessoa melhor, no sentido de não aceitar as injustiças desse mundão e a não esperar nada de ninguém, levando a máxima “Faça Você Mesmo” ao pé da letra.

Você percorreu os 30 anos de punk rock, vivendo a realidade de repressão policial, ensaios em garagens, shows em cima de engradados de cerveja e briga entre gangues. Qual é a visão do Ariel “old punk rocker” sobre a cena no decorrer desses anos? Pontue, na sua opinião, os
momentos históricos nesses 30 anos de anti-cultura:
A cena do começo era o Caos, onde uma situação Hippie ainda prevalecia e insistia em continuar, apesar de decadente e culturalmente ultrapassada. Como tudo no começo choca e cria confusão nas cabeças das pessoas, o Punk surgia como um furacão onde tudo que representasse o passado, o antigo, o conformado, deveria ser varrido do mapa e a partir daí os ideais de Paz e Amor foram substituídos por Atos de Violência e Guerra de Gangues, sem falar do som que era rápido, brutal e despudorado ao ponto de provocar conflitos. Mas por outro lado, toda essa energia destruidora, num segundo momento, passa a ser criadora e profundamente excitante e surgem então as bandas de Punk Rock que darão sentido à coisa e daí em diante, toda uma produção de eventos, fanzines, contatos com outros países, manifestações de rua, visual arrojado e muita ideologia se formando, tornam o Punk Rock um Movimento forte e culturalmente diversificado. Surge então o Hardcore que dá um novo gás ao som e ao estilo que passa a ser mais radical. Os cabelos moicanos, as roupas com rebites e os coturnos passam a fazer parte da indumentária das gangues urbanas e isso acontece de forma livre dos dogmas do início e o Anarquismo passa a fazer parte da ideologia Punk. Bem, isso dura até hoje e o que sinto é que, apesar de toda degeneração ou diluição de estilos, e isso é mais um espelho de nossa sociedade, o Punk busca uma nova identidade dentro dessa confusão toda, procurando se afirmar como um instrumento de mudanças que já dura mais de 30 anos e que bem ou mal, continua radicalizando em sua essência rebelde.

A essência do punk se perdeu no decorrer dos anos?
A Essência nunca se perde, são as pessoas que se perdem…

Além de estar com a banda Invasores de Cérebros na ativa, o que mais você anda fazendo?
Bem, além da Invasores, tenho feito algumas apresentações com minha antiga banda, a Restos de Nada e esporadicamente com a Inocentes, da qual fiz parte no começo dos 80, organizando alguns eventos e discotecando em casas noturnas, escrevendo para sites e revistas, palestras em faculdades e casas de cultura e fazendo trilha sonora para uns vídeos de uma produtora de Alt-Porn, chamada Xplastic.

Se você tivesse a possibilidade de ficar na direção de uma emissora de televisão durante um dia inteiro, o que você faria?
Se tivesse essa oportunidade, mudaria completamente a programação dessa emissora, dando destaque para programas que incentivassem as pessoas a explodirem as grandes antenas das grandes corporações da comunicação e a criar alternativas para uma futura rede libertária de informação e entretenimento.

Como você vê a ferramenta “internet” para uso de bandas e demais agentes envolvidos na cultura underground?
A Internet é do caralho e possibilita muita coisa, inclusive troca de informações, conhecimento, divulgação e tudo o que você pensar em termos de música e vídeo. Nunca nenhuma gravadora poderia imaginar que as músicas de seus cast pudessem ser trocadas livremente pela rede. Ora, as bandas realmente independentes, nunca precisaram de gravadoras mesmo e se agora o que importa é mais do que nunca ser ouvido, visto e divulgado, estamos com uma vantagem enorme, né?

Ariel, muito grata pela entrevista e deixo agora esse espaço pra você falar o que faltou ser perguntado nesse bate-papo e pra você deixar um recado pros leitores do Revoluta
As mensagens continuam sendo: Destruam o Sistema! Uma nova sociedade é necessária, baseada no respeito, na tolerância, no cooperativismo. A Autogestão é possível! Parem de pagar impostos! Façamos a Revolução! Por uma vida melhor!!!


Por Deise Santos
originalmente publicado no Informativo Revoluta

segunda-feira, outubro 06, 2008

Show BAGACEIRA


Shows


DFC e Presto? - Inferno na Terra split CD


Como ter um split com 30 músicas e quase 34 minutos para a execução de tais artes sonoras? Simples. Junte os brasilienses do DFC com os paulistanos do Presto? e pronto, aí está o split. Reto, direto, ácido, sarcástico e extremamente brutal. Cuidado, a última música pode chegar enquanto você tenta acabar de abrir o encarte. É tudo rápido e urgente, como se o chão estivesse queimando os pés dos integrantes neste Inferno na Terra transformado em bolachinha. Dispensável dizer que encontramos todas aquelas influências dos anos 80, com guitarras arrastadas, não não são devagar, são arrastadas pelo peso que produzem, acompanhadas de baterias que explodem e apressam a banda até a próxima canção. Não há tempo para conversa. É o Inferno na Terra, produzido por duas bandas que fazem barulho no underground nacional e que, merecida e acertadamente lançaram esse split juntas. Indispensável!Contatos:
www.myspace.com/dfc


POR DEISE SANTOS
originalmente publicado no Informativo Revoluta

Força Macabra – CD "Aqui é o Inferno" 2008

Força Macabra – Aqui é o Inferno
Uma banda de thrashcore da Finlândia com letras em português? Sim. Pra muitos não é mais novidade, mas não custa lembrar aqui que esse quarteto da longínqua Finlândia foi influenciado por uma certa banda carioca, chamada Dorsal Atlântica e mais algumas tantas da terra brasilis. O novo álbum, assim como os outros, vem recheado de tais influências e soa como uma entrada no túnel do tempo. É como se tirássemos algum vinil empoeirado do armário e resolvesse ouvir. Mas isso não quer dizer que as 13 músicas que compõe este álbum, gravado pela Sonic Pump Studios, de Helsinki, não tenha lá sua originalidade. O fato de levarem as músicas em português, cada vez mais afiado e compreensível, já vale a bolachinha. Destaque para as faixas “Esfera Metal” e “Filhos da Tormenta” e, também, para a arte do álbum, feita pelo artista japonês Sugi.
Contatos:http://informativorevoluta.wordpress.com/

POR: Deise Santos
originalmente publicado no Informativo Revoluta

domingo, outubro 05, 2008

Literatura cyberpunk

Literatura cyberpunk Proteja sua personalidade

As características que definem o estilo cyberpunk na literatura têm sido debatidas desde o começo desde movimento literário. Alguns autores, classificados como tal questionam a existência deste rótulo, enquanto outros constantemente discordam sobre os aspectos que caracterizam esta forma de expressão.

Autores como Bruce Sterling acreditam que o cyberpunk é a integração de tecnologia e literatura em um mundo onde o diferencial entre ficção científica e realidade está cada vez mais tênue; de qualquer forma, outros como Lewis Shiner acreditam ser ela meramente um produto da cultura pop, fato pelo qual não teria grandes méritos literários.

Estas teorias representam diferentes visões dos autores consagrados que compõem o estilo, portanto é complicado definir um estilo literário a partir de visões tão opostas. De qualquer forma, o cyberpunk é tido como a voz do underground na sociedade moderna e o vislumbre de um novo mundo imerso na tecnologia.

Um método mais elucidativo seria analisar as características e lugares-comuns mais recorrentes nas narrativas que recebem a alcunha. A base central seria a integração maligna entre sociedade e tecnologia, porque apresenta uma visão pessimista do avanço científico. Os tons negros deste estilo apresentam visões de um mundo desértico e devastado através da ficção futurística

O constante conflito entre o individual e a sociedade é também um assunto recorrente, pois mostra a insignificância do homem frente a tecnologia onipresente. Mesmo sendo constante mostrar a tecnologia e sua integração à sociedade; isto não é uma característica essencial ao cyberpunk. Um exemplo disso é o livro The Girl Who Was Plugged In: mesmo que o autor James Triptree Jr. tenha sido bem convincente em demonstrar os possíveis avanços da tecnologia presente no livro, o fio condutor da estória é o esforço da personagem principal em reclamar sua individualidade dentro da tecnologia.

Muito da ficção científica é calcado em como o indivíduo utiliza a tecnologia para sobrepujar os problemas que o confrontam. Mais objetivamente: no cyberpunk, a individualidade do personagem está sempre em conflito com a impessoalidade das máquinas.

A palavra tecnologia traz imagens de exatidão e precisão, mas quando os autores lidam com os possíveis avanços científicos nesses mundos fictícios, as opiniões são ambíguas. The Gernsback Continuum ilustra a conformidade causada pelos avanços científicos. William Gibson é muito genérico ao descrever a arquitetura específica e as nuanças tecnológicas usadas na criação de tais objetos futurísticos. Segundo Serhat Guven, um estudioso do assunto, "a falta de detalhes definidos ao descrever cenários futuros acontece porque a literatura cyberpunk resiste aos conceitos de tecnologia". The Girl Who Was Plugged In também exemplifica isto. A personagem principal utiliza a tecnologia para se transformar em alguém fisicamente mais atraente; mas a tecnologia que carrega em torno de si rouba a sua individualidade. Esta perda da individualidade apresenta uma visão lúgubre da propriedade individual na sociedade.

A melancolia permeia quase toda essa produção. Sterling sempre afirma que o imaginário noturno é uma constante em seus livros. Será possível traçar um paralelo com a literatura romântica do século XIX? Sterling também descreve a sociedade como que infestada por mega-coporações que oprimem os personagens. Este tema, afinal, é a essência do cyberpunk e é uma das características que o diferem da simples ficção-científica.

Resumindo, os conceitos básicos da literatura cyberpunk consistem em mostrar a tecnologia como obstáculo ao homem, estórias calcadas em temas obscuros, e um personagem que irá ou falhar ou se conformar com a sociedade estruturada. De forma contrária à atitude otimista (e porque não dizer altruísta?) que a ficção-científica (ou especulativa) clássica trata a tecnologia, essa ficção trata o assunto como um dos maiores problemas que a sociedade enfrenta. A tecnologia intensifica os atributos físicos do personagem através de supostos implantes e próteses, mas por outro lado, inibe suas individualidades.

Enfim, os autores "cyberpunks" tem uma visão pessimista da condição humana imersa na tecnologia, portanto a atitude não-conformista é marcante em sua personalidade. O gênero persiste consagrado, através de clássicos como Neuromancer, de William Gibson ou Campo de Batalha: Terra, de L. Ron Hubbard. Será o cyberpunk realmente uma antecipação do futuro?

por
Eduardo Sguerra


quarta-feira, outubro 01, 2008

Rock Cerrado adiado


Representantes das bandas e o grupo cultural Os Parasitas agendaram os dias 31 de outubro (sexta) e 1º de novembro (sábado) para realização do Rock Cerrado 2008. A reunião que decidiu as novas datas aconteceu sábado, dia 27 de setembro, na casa do produtor Carlos Trindade, o Carlinhos dos Parasitas. Apenas 3 das 14 bandas escaladas para a 9º Edição do Rock Cerrado não mandaram representantes, por causa de outros compromissos, mas foram mantidos contatos telefôncios e tudo se acertou para que o lendário festival ocorra sem chocar-se com o Ferrock outra importante celebração candanga do bom e velho rock´n roll.


O adiamento do Rock Cerrado ocorreu em virtude de ajustes ao calendário oficial das comemorações do 48º aniversário do Gama, mas, principalmente, por causa do tempo hábil para liberação dos recursos para realização do festival, haja vista todo um ritual burocrático que deve ser seguido na aprovação da verba. Esse "ritual" foi adotado para evitar desvio de recursos, como aquele denunciado durante a realização de um milionário show sertanejo com os cantores César Menotti e Fabiano. Lembram?! Pois é...

Infelizmente, as boas intenções dos produtores undergrounds muitas vezes acabam boiando em um rescaldo de privilégios, devido à ganância dos tubarões de plantão, sempre vorazes e de barbatanas ligeiras. Nessa água suja, haja tchan-tchan-tchan, crew-crew e até mulheres-melancia, nadadando de braçadas no dinheiro que deveria ser usado para fomentar as produções locais, não digo apenas do rock, mas de todas as iniciativas que não estão na crista da onda de apadrinhamentos, onde sempre se acha um jeitinho de surfar sobre "trâmites burocráticos" em causas que nem sempre têm relação com a cultura e seu incentivo.
Uma coisa é certa: tanto as bandas quanto a produção do Rock Cerrado 2008 concordaram que o Festival vai acontecer, com ou sem apoio do governo.

Com este editorial, não pretendemos prejudicar as negociações para realização do Rock Cerrado 2008, mas cobrar das autoridades uma atenção especial para que os recursos disponíveis sejam realmente liberados. Temos consciência dos esforços de muita gente dentro das administrações em várias cidades do DF para apoiar iniciativas locais. Fazemos questão, no entanto, de reafimar nossa liberdade de expressão, fato que nos custa tempo e dinheiro. Como diria o velho Raul Seixas: "Ser livre neste País, cumpadi, é muito d-i-f-í-c-i-l"... mas a gente insiste. Viva Raul!


(Tomaz, editor do Zine Oficial)

quarta-feira, setembro 24, 2008

Bandanos – We crush your mind with the thrash inside


Coloque o álbum pra tocar e volte aos anos 80, mas não por muito tempo. Apesar das influências de Suicidal Tendencies, The Accüsed, D.R.I. e outras bandas do início dos 80’s, o full lenght de estréia dos paulistanos do Bandanos traz um trash/crossover muito bem executado e criativo. Composta por veteranos da cena nacional (com passagens pelo ROT, Point Of No Return e Questions?), a banda conseguiu colocar uma roupa nova no crossover e inovar num estilo que muitos achavam ser intocável. É só ouvir atentamente as execuções de sons como “Sistema de Controle” e “Justiça nas Ruas” para sentir o que o século XXI pode fazer pelo crossover. Pegue sua bandana e prepare-se para entrar no circle-pit!


Contatos:http://www.myspace.com/bandanos
por Deise Santos
originalmente publicado no Informativo Revoluta

Atroz – Hardcore 3º Mundo

Peso, agressividade, rapidez e acidez são sinônimos para Atroz no álbum de estréia desse quarteto. São 15 sons executados sem pausa para respirar. As letras são ácidas, sarcásticas e metem o dedo na ferida de problemas políticos e sociais, que mescladas com o som rápido e o vocal agressivo de Sérgio Oliveira ganham mais peso. A bolachinha é tão redonda que ela acaba quando a gente menos espera e o impulso é apertar o play novamente pra ouvir tudo de novo. Destacar algum som fica até difícil, mas “Emissário da Guerra”, “Condenados” e “Só nos resta o ódio” sçao grandes candidatas pra rodas de pogo nos shows dessa banda. Indispensável para amantes de bandas como Ação Direta e Ratos de Porão.
Contatos:http://www.myspace.com/atrozhc3mundo
por Deise Santos
originalmente publicado no Informativo Revoluta

Imminent Chaos – Corrosion Of Human Essence

Se você gosta de hardcore e metal prepare-se pra ouvir um álbum devastador. O álbum abre com “Chasin’ the truth”, que já mostra qual é a pegada da banda: rapidez, peso e agressividade. E assim o álbum vai, passeando do hardcore ao metal, com faixas rápidas e outras mais arrastadas, mas todas devastadoras, como “Procedure of Hate” e “Ódio”, único som levado em português e que contou com a participação de Gepeto (Ação Direta). É tanta rapidez e peso que às vezes duvida-se que sejam só três integrantes nessa banda. O trio do ABC paulista investiu na gravação (estúdio Datribo) e na produção assinada por Ciero. Atenção especial ao material gráfico, em digipack luxo, que tem as assinaturas do baterista Batata na arte e de Marcelo Santos no projeto gráfico, de quebra você ainda fatura um adesivo. Baixar na internet pra quê?

Contatos:http://www.imminentchaos.com.br/
Por: Deise Santos
originalmente publicado no Informativo Revoluta

quinta-feira, setembro 18, 2008

Área cultural terá investimento de R$ 36 milhões em 2009

Área cultural terá investimento de R$ 36 milhões em 2009(18/09/2008 - 15:08)

Projetos de áreas como artes cênicas, artes plásticas, dança, literatura, música, cultura popular e circo poderão fazer parte do recém-criado Fundo de Apoio a Cultura (FAC) do Distrito Federal. Nesta quinta-feira (18), o governador José Roberto Arruda lançou o edital de 2008 da nova lei, que destina 0,3% da receita corrente líquida do Distrito Federal à cultura. Os novos projetos poderão ser inscritos assim que o edital for publicado no Diário Oficial do DF.

Para esse ano, um total de R$ 9,5 milhões será repassado aos projetos culturais da capital. A previsão é de que no ano que vem a receita corrente do DF seja de R$ 12 bilhões e desse total, R$ 36 milhões sejam destinados à cultura. “A arte tem um papel fundamental no desenvolvimento do ser humano. Estamos investindo em educação, por meio das mais variadas camadas culturais”, disse Arruda.

Segundo o secretário de Cultura, Silvestre Gorgulho, o DF é a primeira unidade do Brasil que dispõe de um Fundo de Apoio à Cultura. Antes, o mecanismo de financiamento de projetos culturais no DF se restringia a três fontes: repasse orçamentário da Secretaria de Cultura, arrecadação dos equipamentos culturais e o Termo de Adesão ao Regime Especial (TARE). “Muitas propostas não são aprovados por falta de subsídios. Com profissionais capacitados, os projetos terão mais chance de sair do papel”, completou Gorgulho.

O edital de 2008 foi elaborado pela secretaria e com consultas à comunidade cultural do DF. A partir disso, novas áreas de investimentos foram incluídas: a Cultura Popular e Circo; Gestão, Capacitação e Pesquisa. Cada área cultural receberá uma porcentagem específica da verba (veja quadro abaixo).

Quem pode se inscrever

Poderá concorrer à obtenção de incentivos do FAC pessoa física ou jurídica, moradora do Distrito Federal, com Certificado de Ente e Agente Cultural (CEAC). A análise das propostas será feita seguindo critérios como qualidade e ineditismo; que beneficiem de forma direta as comunidades ou regiões menos favorecidas; que possibilitem a multiplicação do fazer, saber e pensar cultural do DF.

Uma força tarefa será colocada à disposição para a escolha dos projetos. “A análise realizada por representantes do governo e da comunidade cultural, deverá ser feita de forma clara e aberta a toda a sociedade”, informou o governador.

Escola de Choro Raphael Rabello

Na ocasião, o governador anunciou que a licitação para a construção da escola Rafael Rabello já está pronta. Atualmente a instituição que funciona de forma improvisada em um galpão no Clube do Choro, atende 400 alunos. A previsão é de que a obra estimada em R$5,2 milhões comece na próxima semana. “Há muito tempo alunos e professores solicitavam um novo espaço, que é tão importante para a cultura do DF”, acrescentou o secretário.

Porcentagens definidas para cada área pelo FAC

Circo/ Cultura Popular – 7%

Gestão e Capacitação – 3,5%

Literatura – 9,5%

Artes Visuais – 11,5%

Dança – 11,5%

Artes Cênicas – 13,5%

Música – 13,5%

Projetos Especiais – 13,5%

Cinema – 16,5%

Investimentos destinados à cultura em anos anteriores

2005 – R$3,88 milhões

2006 – R$5,7 milhões

2007 – R$3,2 milhões

2008 – R$9,4 milhões

Natália Chaves – Agência de Comunicação

Atenção mulherada, a banda RedSoil procura por vocalista


Atenção mulherada, a banda RedSoil procura por vocalista não perca tempo!!!!!!!!!!!!!

Se você conhece alguêm que procura uma banda avise essa é uma grande oportunidade.....

Materia que saiu no zineoficial Nº19


Tiragens semanais do Zine Oficial impresso

saiba o que está rolando fora da WEB

Você que navega pelo site do Zine Oficial deve ter notado atrasos na atualização do link Agenda de Shows durante a primeira e segunda semanas de setembro/2008. Tentei esconder ao máximo minha tensão e minhas falhas em renovar o conteúdo todas as terças-feiras nesse período, mas chega uma hora em que é preciso falar de coração aberto, senão a pôrra toda sobe para a cabeça. A partir da nossa 18ª edição, passamos a ter tiragens impressas semanais, trocando as informações do caderno 1 do Zine Oficial, batizado de Clichê Zine. O número do Zine Oficial só muda quando muda o evento central, mas a cada semana o Clichê Zine é alterado, com atualização das informações, a exemplo do que acontece na Agenda do site http://www.zineoficial.com.br/ .

Com o novo projeto gráfico, o Zine Oficial passou a ser mais dinâmico na vesão original feita em papel, cobrindo uma lacuna deixada pela grande imprensa, que apesar da boa vontade de muitos profissionais, nem sempre pode dedicar generosos espaços para as produções do underground local. Outro motivo dos atrasos na atualização do site, é a reforma das instalações da Mult Art Produções Gráficas para abrigar o Espaço MultiArte, que estará funcionando durante os próximos dias, mas que só será oficialmente inaugurado durante o Fórum "200 anos de Fanzines no Brasil?" , a ser realizado até dezembro.

A tal da reforma está me consumindo muito tempo e muito dinheiro, dinheiro, dinheiro... Oh! Dinheiro! Como tudo que estou falando ultimamente tem saído com uma conotação sexual, talvez até por falta de comparecer ao gramado com tanto trabalho, aproveito a deixa para dizer que ando duro, duro, duro... mas com uma puta tesão pelo rumo que as coisas tomaram. Na terceira semana de setembro/2008 a Agenda de Shows do http://www.zineoficial.com.br/ voltou à sua programação quase normal, e postamos também parte da última edição impressa do Zine Oficial para que os internautas tenham uma idéia do que está acontecendo fora da WEB, nas entranhas do underground do DF e Região do Entorno.

(Tomaz, editor do Zine Oficial)

segunda-feira, setembro 15, 2008

Resenhas por CDC

KRAYVER:
Para começar, a banda se intitula Hardcore. Tudo bem que a banda tem influência, mas ser uma banda de Hardcore já são outros 500. Dentre os 6 sons, o que ouve-se é uma mistura de New Metal, Moshcore e o Hardcore, feito de maneira honesta, porém bastante iniciante. Mesmo com uma gravação não muito boa, notoriamente é um ensaio, fica nítido a boa vontade da banda e que o baixo é o grande comandante da maioria das canções. Com mais entrosamento (coisa que os ensaios e os shows se encarregarão de fazer) e uma melhor gravação, a banda poderá colocar o nome de Samambaia de volta ao cenário underground local. Cont.: bandakrayver@gmail.com ou (61) 3358-8009 BOOTLEGS: Definitivamente a Bootlegs é outra banda. A entrada do baterista Josefer, não por acaso o destaque da demo 'The celebration of union', trouxe mais rapidez e agressividade ao som, dando um toque bem Metal ao Hardcore New School / New Metal outrora praticado. Durante as 4 faixas, o sexteto mostra grande influência da Sepultura (fase Derick) e Soulfly. Por aqui a banda vem fazendo uma série de shows e agradando muita gente! Cont.: www.myspace.com/bootlegstribe ou bootlegs38@gmail.com

SCANIA:
Foda! Material impressionante logo na estréia. Espero que não seja fogo de palha e a banda se desanima com os vários percalços que hão de vir nessa vida de músico de Rock pesado. Os caras passaram por cima de muita coisa, não gravaram demo, não chegaram a fazer muitos shows e já mandaram um CD muito bem produzido já de cara, coisa de profissional. O quarteto toca muito bem, mas o vocalista dá uma roubadinha na cena. O trabalho, batizado de 'The banza field', é uma mescla do Stoner Grunge de bandas como Soundgarden e Alice in Chains e o Thrash de Pantera, que resulta em uma música pesada, com uma boa dose de energia e com muita harmonia. Cont.: scaniametal@gmail.com ou www.myspace.com/scaniametal ISOLATE: Sabe o que eu mais gostei nessa banda? Ver um monte de velho de volta à cena e produzindo um Metal de excelente qualidade. Uma pena a merda do CDr não ter vindo com capinha, nome das músicas, integrantes e essa frescurada toda, mas o som, ah, esse sim é de deixar os headbangers do DF muito orgulhosos. Os caras mandam um Death-Metal com muita influência Heavy, graças a guitarra do experiente Rodrigo, ou seja, é pesado,agressivo e com muita musicalidade. É uma mistura de Carcass (fase Heartwork), Atheist e Iron Maiden. Fora o fantástico trabalho das guitarras (ainda tem o Wallyson na jogada), faz-se obrigatório mencionar o excelente vocal de Luciano Banana. A cozinha de Michaela e Júlio completam essa grande e nova banda de caras já bem tarimbadas e com larga experiência. Cont.: www.myspace.com/isolatemetalband

PESTICIDE:
Pequenos detalhes fizeram com essa demo não estivesse na seção dos destaques, em especial a abundante falta de informação e ausência de um encarte. Caso o CDr tivesse um rótulo também ajudaria bastante o visual, que tem um lay-out de capa e contracapa muito bom, em especial a capa do mago Walderey. As músicas apresentam uma gravação boa, que deixam nítido a iniciativa da banda: fazer Metal de altíssima qualidade, que, com a nova formação, tende a melhorar muito! São 5 sons em 'Hellish warfare', todas composições bem encorpadas, definidas e de altíssimos níveis. O que se escute é um Death-Metal com muitos flertes do bom e velho Thrash, algo como Massacre, Sacrifice, Obituary e a brasileira Explicit Hate. Os bons tempos estão de volta! O destaque vai para o vocalista Yarlles. A demo não tem o contato, mas procurem no google, pois vale muito à pena!

quarta-feira, setembro 10, 2008

Onanizer CANCELADO, Face do Chaos ADIADO

Olá a todos,
Infelizmente, embora tenhamos dado nosso melhor, teremos que cancelar o show da banda Onanizer em Brasília (gama) que ocorreria no próximo dia 12 setembro às 18h no Galpãozinho (Gama-DF).
Devido a problemas relacionados com o choque de horários das apresentações programadas para: Salvador BA (10/09), Gama DF (12/09) e Belo Horizonte MG (13/09) ficaria impossível de a banda chegar a se apresentar em BH sem que houvesse desgaste físico, diante da distancia a ser percorrida de ônibus uma vez que não conseguimos passagens aéreas.

Estamos sofrendo muito para tomar essa decisão, tentamos de tudo ate o ultimo momento pra viabilizar este projeto.

Diante do acontecido gostaríamos de deixar claro que o Face do Chaos Hardcore Metal Festival 2008 foi apenas adiado pra Outubro, breve estaremos dando maiores esclarecimentos sobre a nova data.
Nossas desculpas à todos em nome da produção do Face do Chaos Festival 2008.
Sinceramente,
Gilmar santos (ARD) & Amarildo (OsubversivO zine)
Face do Chaos Festival

sábado, setembro 06, 2008

Entrevista Murro no olho


Entrevista Murro no olho

Banda de dois guerreiros do hardcore em Brasilia Regis e Juliano o Murro no Olho vem se tornando uma respeitada na cena underground de Brasilia, é uma de minhas preferidas em Brasília tanto pelo som que fazem quanto e pela honestidade de seu trabalho.

Depois do excelente demo Mar de cadáveres e de recentes mudanças na formação prometem para breve uma nova demo ainda sem nome até o momento. Segue abaixo a entrevista com Regis e Juliano respectivamente Guitarrista e baterista.

Dirtam se

Osub- Saudações amigos. É um prazer te-los em nosso webzine. Apesar que muitos pensam O Murro no Olho não é uma banda de Brasiliae sim mineira de Paracatu cidade que não tem uma cena muito conhecida. Algum tempo depois a banda se mudou pra Bsb onde se firmou mais. Conte-nos como foi os primeiros passos da banda, e sua mudança de estado.

Régis: As primeiras “trapalhadas” começaram em 1998, com Régis (BX/VC), Chico (GT/VC) e Konga (BT). Os caras optaram pelos estudos e eu fui procurar alguém que tivesse “coragem” pra fazer um som nada profissional. Em 2002, eu me mudei definitivamente para Brasília e chamei Sandro para assumir os vocais, Fofão na bateria e Felipe (Under the Ruins) no baixo. Só então o Murro no Olho começou a tocar, ensaiar e gravar.

Osub- na banda há dois zineiros bem conhecidos em Bsb Juliano com seu Fúria Urbana, e Regis com O Mensalão do Capeta. A cultura de zines em Brasília ficou um tempo hibernado e agora parece ter sido dispertada e vêm aumentando consideravelmente, desde os anos 80 não vejo tantos zines sendo impresso. Gostaria de saber o que os motiva a editar zines? E vocês acham que há futuro pros zines impressos com o advento dos webzines?

Régis: Eu faço zine porque odeio jornal e revista. Não considero isso como leitura e nem cultura. Zine impresso sempre vai existir!!! Esse lance de webzines pode ajudar pra caralho, mas nada melhor que pegar uma cópia e tal.

Juliano: Cara, o que motiva a fazer o Fúria Urbana é a desgraça. Daí a tendência é o zine acabar quando acabar a desgraça. Acho que os web zines têm seu papel, ajudam bastante em divulgação, mas duvido muito que veremos o fim dos zines impressos, bem como dos jornais comuns também. O acesso à internet, pode não parecer, mas é bem restrito. O zine impresso vai acabando à medida que a divulgação underground fica mais elitizada.


Osub- a avalanche sonora oriunda da banda faz estremecer qualquer palco, de onde vem as influências de vcs? As letras são recheadas de terror e pânico, bem diferentes das maioria das bandas de Hardcore, quem as escreve?

Régis: As influências vêm do fato de estar vivo no Brasil e manter-se vivo até morrer. Até ontem quem escrevia era eu. Agora tamo armando disco novo e tal, tem letra do Juliano, do André e minha.

Juliano: Já escrevi uma ou outra, quase todas influenciadas por Napalm Death e Facção Central.

Osub- Juliano é um multibandas Besthoven, Death Slam, Murro no olho e ARD, isso não te atrapalha como músico? Imagina se essas 4 bandas tocassem em um mesmo show...............kkkkkkkkkkk

Juliano: Rapaz, seria interessante esta possibilidade, provavelmente eu morreria! Cara, é legal pra carái tocar nessas bandas todas, a rapaziada nem esquenta quando choca horários. É tudo velho esse povo aí, então ensaia pouco para evitar problemas nos ossos, coração, queda de cabelos, essas coisas que você bem sabe, né Amarildo!?

Osub- fora da banda o que vocês fazem pra sobreviverem?

Régis: Sou peão de obra, doméstico, faxineiro, bêbado, zelador, engraxate e servente de pedreiro. E se precisar de alguns desses serviços, é só ligar, porque tenho que pagar Pensão Alimentícia.

Juliano: Eu orêio numa ong do Setor Comercial Sul. 40 horas semanais mortais. Serro pratos rachados também.

Osub- o segundo CD demo “Mar de cadáveres” marca uma faze bem mais madura musicalmente pra banda, o cd é cheio de participações especiais. Como foi processo de composição e gravação do mesmo? E a repercussão tem sido boa?

Régis: Os sons já estavam prontos. Juliano e André pegaram os sons. A gravação foi no ME Estúdio, e os convidados deram um xou de tosqueira! Muito lindo! A repercussão foi: dívida acumulada, brigas com a muié, poucos xous e vendemos umas 3 cópias.

Juliano: Foi loucura do começo ao fim das gravações, nós quase sempre estávamos trolados e sem dinheiro pra pagar o ED (ME Estúdio), mas, como sempre, ele aceitou todos os negócios e escambos possíveis. A gente teve uma ajuda importante no processo, falo do Rogério (Besouro do Rabo Branco), que mostrou como tirar vinho de pedra. Muitas revistas e zines têm divulgado esse cd aí, pedindo entrevistas e tals, tá jóial!

Osub- Sei que a banda se prepara pra gravar o sucessor do “Mar de cadáveres” o que podemos esperar desse novo cd? Já tem previsão de gravação?

Régis: O que vocês podem esperar é um Murro no Olho rápido, sujo e feio pra carái! A previsão: Nois tamo torcendo pra que tomara que tudo dê certo, que só assim, quem sabe, fica pronto até o final do ano.

Juliano: Podem esperar o costumeiro: horror e tragédia. Guitarras fritando, baixo de arame farpado, batera com couro de cascavél, e letras pingando sangue.

Osub- A onda de bandas emo, Hardcore melódico em Brasília vem tomando proporções de movimento. Apesar de achar que esses estilos nada tem haver com nossa cena, por eles não terem uma identidade bem definida. Qual é a posição da banda em relação a isto?

Régis: Não é só emo e hard core melodramático. Isso não passa de mais uma moda! Primeiro, entenda, não somos os melhores nem os maiores! Esses moleque só curte música ruim, e gastam grana com tudo que a modinha deles ditam. Muitos aproveitadores estão aí para cuspir na cara desses orêia seca! Isso acontece no hard core, no metal, no rap e sempre vai existir. Do jeito que eu, Régis, vejo e entendo, até essa bosta do Etno, Bruto etc. é emo também! Aproveitador e oportunista tem de sobra! Mas daqui uns tempo a moda vai ser outra, e sempre vai existir o lado negro da força, que é o underground, tá ligado?! Nesse lamaçal da verdade é que você vai realmente encontrar bandas boas! Seja punk, funk, core, metal, gore, speed, o inferno que seja, se for sincero vai sobreviver!

Juliano: O emo (hc melô) é a completa expressão da apropriação musical do capitalismo, que levou o rock (protesto de origem) e transformou-o numa roda de amigos pequeno-burgueses que choram ao cair da tarde, sem ter o que fazer perante suas mimadas necessidades. Isso nunca foi o rock muito menos hard core. Isso é pop infanto juvenil carente e acima de tudo (e muito pior), conservador! Menos ofensivo que a Xuxa, que ao menos fez um ótimo filme pornô, é ou não é?!

Osub- Muito obrigado pela entrevista fica aqui o espaço aberto ao murro no olho.

É isso ae Amarildo, manda bronca com O Subversivo Zine, demorô! Como você é do Gama, manda dois recadinhos aí cara: 1 – Wilson Lima, suma do rock (aproveitando a deixa do emo), 2 – Wilson Lima e demais políticos, larguem a mão de ser oportunistas!! Cadê a reforma do Galpãozinho caralho!?!?!?!? Abraços


contatos

www.myspace.com/murronoolhocore